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Cartas-->AOS MEUS COLEGAS DE ENGENHARIA AGRONÔMICA -- 19/01/2002 - 15:46 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aos meus colegas de Engenharia Agronômica

Paccelli M. Zahler

Vinte anos já se passaram e parece que foi ontem. Lembro-me de quando conversávamos especulando sobre como estaríamos dali a vinte anos. E viajávamos no tempo imaginando tanta coisa.
Naqueles momentos, tudo indicava que seria um tempo longo demais para se prever qualquer coisa.
Havíamos planejado encontros anuais que não aconteceram. Porém, comemoramos os dez anos de formatura e agora os vinte anos.
Lamento não ter podido participar fisicamente dos dois eventos, apesar da minha participação ter sido por meio de recordações que guardei e que enviei para reavivar a memória de todos.
Por ocasião dos dez anos de conclusão do curso, enviei poesias compostas quando ainda estávamos no convívio acadêmico. Desta vez, foi uma apresentação em “power point” com fotos marcantes de nossas aulas de campo, do plantio da árvore simbólica e da colação de grau.
Embora não estando fisicamente junto a vocês, de alguma forma eu me fiz presente.
Faz dezenove anos que me radiquei em Brasília, DF. Durante todo esse tempo, apesar das lacunas de comunicação, sempre estive acompanhando pelo menos alguns de vocês, seja por carta, telefone ou em eventos de trabalho.
Eu sei que o tempo, de agora em diante, começará a ficar implacável com os nossos corpos.
Fios de prata começam a adornar as nossas cabeças o que é uma vantagem em relação aos demais que nem cabelos têm; o abdômen já começa a ficar dilatado; as artrites, os reumatismos, as hérnias de disco, os problemas de articulação já começam a se manifestar em maior ou menor grau. É a força da gravidade agindo sobre nós!
Apesar desses empecilhos orgânicos, nossas famílias estão formadas, os filhos já começam a fazer o vestibular e a alimentar sonhos parecidos com aqueles que um dia alimentamos.
Continua presente em minha memória o dia em que prestei o vestibular no ginásio coberto das Faculdades Unidas de Bagé (hoje, Universidade da Região da Campanha), bem como o dia em que fomos “vítimas” do trote dos veteranos que entraram de supetão em nossa sala de aula e cortaram nossos cabelos.
E foi com as cabeças raspadas que visitamos a Usina Termoelétrica de Candiota em uma aula de Pedologia.
Nesse mesmo período, recebemos o “batismo” que nos fez esquecer nossos nomes. Conhecíamos uns aos outros pelos codinomes Lebrão, Lagartão, Marreco, Tocha, Gravata, Pica-pau, Mancebo, Pelego, Sacolinha, Biscoito, Tico-tico, Kikão, Kikinho, Tenente, Lambidinho, Zé do Boné, Caubói Arrependido, Pantera Cor-de-Rosa, Buda, Cupê, Chicletinho, Dona Tetê, Chupeta e por aí vai.
Os professores também não escaparam. Era o Da Júlia, o Tio Nica, o Virabrequim, o "Marcas Fiduciais", e assim por diante.
Foram cinco anos de alegrias, tristezas, noites mal dormidas, trabalhos em grupo, provas, relatórios, churrasco, cerveja, vinho e chimarrão, somados a um futebolzinho nos intervalos das aulas.
De minha parte, faço “mea culpa”. Não participei muito de todas as atividades porque minha preocupação era o que fazer depois da conclusão do curso.
Em relação a todos vocês, eu sabia que minhas chances de inserção no mercado de trabalho seriam pequenas e os meus esforços teriam que ser redobrados. Felizmente, fui recompensado pela decisão.
Apesar do aparente alheamento a tudo e a todos, procurei documentar todo o período do curso, elaborei estórias em quadrinhos, tirei fotografias e escrevi poesias que hoje se constituem em uma valiosa fonte de inspiração e de recordações.
Espero ter a felicidade de participar da festa dos vinte e cinco anos, dessa vez, fisicamente.
Despeço-me enviando um grande abraço a cada um de vocês.

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