Voltando à Revista Administrador, aquela da crónica passada, quando apresentei cinco dos dez erros mais comuns de gestores em períodos de crise. Antes, vamos reviver esta parte: "... e amanhã sofrerei as portas fechadas todas, que os bancos vêm me dando. Estou pensando em mostrar a capa dessa revista, com a manchete Abrindo Portas, repetindo o que é só um bordão. Ah, se eu tivesse bastante aplicação, mais crédito eu teria. Entretanto, coisa insana essa - Se eu tivesse aplicação, para que eu queria crédito?". Podem acreditar, não só sofri as portas fechadas prenunciadas, como as tive fechadas com mais tranca. Não deu nem para mostrar a revista e a sua manchete Abrindo Portas. Só me resta escrever aos editores pedindo mudança na chamada de capa para Portas Fechadas. Ops... Continua valendo a questão da aplicação, pois ouvi de viva voz da Gerente - Posso te arrumar mais crédito, se você me der uma garantia de uma aplicação. Insuportavelmente insana essa frase, não?
Mais um dos erros é Sacrificar a Qualidade, que seria a última coisa que pode acontecer e é essencial não deixar que a qualidade seja afetada, porque seus funcionários estão cheios de tarefas. Não entendi muito bem este erro, pois se estamos em crise, uma das coisas que menos temos são tarefas. Como gestor, deixarei de lado, acreditando que a nossa ISO dê conta e apresentarei outro dos erros que é Reduzir o Treinamento, cuja ideia não é acabar, mas verificar se estão sendo eficazes. Aqui ganharei nota dez, talvez com louvor. Vão somando - Dias atrás, quatro passaram uma semana inteirinha imersos em treinamento e amanhã mais quatro serão quase galvanizados a fogo, tema de treinamento da B.Bosch e noutra semana mais dois serão pintados e repintados, num curso técnico de pintura e pintores na Sherwin-Williams.
Tenho que abrir espaços para treinamentos, por não Achar que as Pessoas têm Sorte Somente por Terem um Emprego, outro dos erros a dizer que bons funcionários sempre terem opções no mercado e diz também para os gestores saberem não ser boa estratégia perdê-los. Óbvio que não é essa minha intenção, mas com portas fechadas, falta de obras e o meio-ambiente económico brasileiro poluído, sei não quem sairá primeiro e quem ficará para apagar as luzes. Penso que sairei e ficarei para não Transformar o Trabalho em uma Missão Impossível, pois a matéria diz que reduzir demais a equipe pode colocar duas ou mais funções nas costas de um funcionário, sobrecarregando-o, sugerindo contratar temporários, para realizar tarefas sobressalentes. Não entendi muito bem este erro, pois se eu continuar tendo tarefas seria só não mandar embora e tendo tarefas, certamente eu não estaria em crise.
Apesar de não haver classificação, o último dos erros é Não Considerar os Efeitos da Economia Sobre os Clientes, citando ser importante sempre saber como a conjuntura está afetando seus clientes e adaptar seus produtos à s necessidades deles. Parte dos meus clientes nem sabem de conjuntura, o que caiu na cabeça deles chama-se Petrolão, ou Lava-Jato, ou os dois. Alguns até estão pensando na vida lá em Curitiba, perto do Moro. Ontem eu descobri um cliente com a cabeça inchada, de pancada do Eike, o Senhor X. Se esse cliente encontrar o Eike, creio não haver Thor, Olin ou Luma que dê conta da raiva dele. Como o Eike se basta, a sua autossuficiência talvez resolva. Imagino o Eike, toda manhã no espelho, perguntando - Espelho, espelho meu, existe alguém mais poderoso que eu. Nããooo... Coitado do espelho, sabe nada inocente.
Televisão e o pessoal ali, só nos quitutes, Masterchef sem crise e sem gestão. Cozinhar, ou sabe, ou não sabe. Eu não sei e hoje, terça quase quarta, quatro de oito de quinze, fecho esse assunto, torcendo a meu favor para eu ser o melhor gestor, cuidando da mínima crise. Minha amiga Iriana sempre diz - Fique tranquilo, o Não você já tem... E sabem qual a crise do Jacquin. É querer saber por que a Aritana está usando duas frigideiras. Pois é!
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