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Artigos-->Lembranças da Paysandu -- 24/09/2003 - 14:25 (Geraldo Lyra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em 1958, quando consegui transferência da Agência do BB - Campina Grande-PB para o Departamento de Contabilidade - DECON, na Praça Pio X, 154 (ao lado da Igreja da Candelária), no Rio, aluguei um quarto na Rua Paysandu,48, no Flamengo. Neste endereço tinha morado o saudoso colega Lúcio Cunha Lima que, na época, me apresentou a D. Dora, mãe do criminalista Evaristo de Moraes Filho(já falecido),cujo pai ficou famoso por ter defendido o assassino do escritor Euclides da Cunha, o campeão de tiro Dilermando de Assis. O filho de D. Dora não tinha aproximação com os hóspedes e o vi, várias vezes, estudando na sacada do edifício.

Já D. Dora - fosse por obrigação ou temperamento, tinha um contato respeitoso com seus inquilinos. Quando havia necessidade de resolver algum problema(como ligação para seu telefone para falar com hóspede, que não admitia), ela mandava recado por D. Laura e a gente a procurava no seu Salão de Beleza, no térreo do prédio. Na sobreloja, ficavam os três quartos de aluguel. Ocupei o do meio, onde havia residido o Lúcio e os outros dois eram ocupados por dois rapazes da Marinha - no da parte da frente - e dois representantes comerciais, no de trás. Gostei de ficar só, por uma questão de privacidade, mas, me dei bem com os outros, por serem boas pessoas e pelo contato mínimo, já que eramos todos muito ocupados.

D. Laura, já de cabelos brancos e muito simpática, era quem arrumava os quartos e fazia cobrança. Ela, certa vez, contou-me que era viúva de um médico que morreu de câncer(não lembro o nome), com quem gastou o resto da fortuna que chegaram a possuir(não disse se o casal teve filhos); falou que frequentou a alta sociedade carioca e, também, que o casal perdeu muito dinheiro no Cassino da Urca, de que foram assíduos frequentadores. "Por fim - disse D. Laura - se não fosse a amiga Dora me ter dado este lugar de camareira, estaria na rua da amargura, pedindo esmola!" Ainda hoje penso que havia um pouco de exagero por parte dela. Mas, "cest la vie"!

Naquele endereço fiquei conhecendo jogadores do time do Fluminense, que se concentrava no Hotel Paysandu e passeavam pelos arredores. Tanto que, certo dia, na calçada defronte ao número 48(junto às janelas do Salão de Beleza de D. Dora), batia um papo com o colega amigo Lúcio(que estava morando na Marquez de Abrantes), quando três jogadores do Flu pararam no local: eram Castilho, Píndaro e Pinheiro(a defesa do time das Laranjeiras). Então, entramos na conversa sobre futebol e o papo demorou até a chegada da esposa ou namorada de um deles, quando sairam os quatro rumo ao Hotel.

Naquele tempo ainda havia bonde que passava na chamada Praia do Flamengo (não existia o Aterro) e, um dia, peguei o Praia Vermelha e fui conhecer o Pão de Açucar e gostei tanto do passeio que lá voltei outras vezes, inclusive com uma mineira de Juiz de Fora: ficamos um bom tempo vendo aviões pousando e decolando do Santos Dumont...Mas, esta é outra estória, na qual não entro em detalhes...
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