Usina de Letras
Usina de Letras
308 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62175 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50580)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->O MESTRE ABRE PORTAS -- 30/01/2008 - 17:44 (Cheila Fernanda Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Salve, Malaquias, meu amigo de outras terras!

A cismar estava eu, quando um mensageiro trouxe-me vossa epístola a qual infundiu-me intenso regozijo por saber que podemos ser amigos pela via de correspondência.

Sim, meu verdadeiro nome é Arístocles. O nome que assinei, Platão, é meu apelido, que se deve à grande proporção de minhas espáduas. Todos me tratam assim.

Disse-vos anteriormente que nasci em uma terra livre, mas também foi uma liberdade duramente conquistada, inclusive por alguém cujo sangue corre em minhas veias. Pelo lado paterno, descendo de Codro, rei de Atenas, que uma morte heróica celebrizou.

Batia-se a Ática pela liberdade, e um oráculo prometia a vitória ao povo cujo rei morresse em combate. Codro, então, meteu-se disfarçado no campo inimigo, provocou uma rixa e nela morreu. Desesperados, os dórios retiraram-se.

Em Atenas ninguém foi julgado digno de suceder o rei mártir. Instaurou-se, pois, a república.

Pelo lado materno, descendo de Sólon, o segundo legislador de Atenas que nos deu leis democráticas. E eu, tendo participado de algumas batalhas em que se empenhava meu povo, no meu coração, com os borbotões do sangue de Codro e Sólon, palpitavam aspirações políticas que nada mais são do que desejo de buscar soluções para os grandes problemas do ser humano.

Busquei por sinuosos caminhos algo que desse vazão a essa necessidade interior. Pelas ruas da cidade, encontrei um tipo singular: um velho, de nariz chato, olhos saltados, sempre descalço, vestindo um a túnica surrada e um manto por cima. Boatos desfavoráveis se espalhavam a respeito do velhote de feições grotescas: que ele não cria nos mesmos deuses que os outros atenienses, que introduziu novos deuses na cidade, que corrompia a juventude... Pois foi ele que me abriu portas e portais.

Ele é Sócrates, que se tornou meu mestre. Criou um método próprio de ensino, através de perguntas que conduzem o discípulo à descoberta das verdades. Dogmas, teses, princípios, meu tão insigne mestre não os traz. Sabe, porém, onde buscá-los: no íntimo de cada um, como a fazer um parto do qual nascem verdades profundas.

Meu amigo, tenho meditado muito com a filosofia e descobri que o caminho é um só: resolver o problema da vida. Deveis convir comigo que é um assunto angustioso, pois o corpo me parece inimigo do espírito, o sentido se opõe ao intelecto, a paixão contrasta com a razão...

Como podeis notar, estou contagiado pela magia e fascínio das idéias de Sócrates e excedi em minha fala.Aguardo a vossa que me pareceu calmaria de um mar que sabe para onde vão suas ondas...

Seu amigo
Platão
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui