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cronicas-->À ESPERA -- 18/04/2015 - 21:24 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
À ESPERA

Regina


As mãos ainda se procuram e se estreitam, agora meigas e aconchegantes, sem a avidez adormecida nas águas do tempo; os olhos ainda se encontram e eu descubro os seus sob encobertos véus que desmaiam as lembranças que colhemos em tantas estações; os sons de ontem não são mais que silêncio, solidão e tristeza.
Foi o de procura e encontro o dia em que derramamos nossos sonhos de amor. O mesmo dia do encontro marcou o da separação: fatalidade que vem do tempo que tudo modifica, impõe contrariedades, encurta e, por fim, apaga a vela da vida.
Abraçados, caminhamos anos e anos, tropeçando, mas as mãos apertadas em amparo comum. No desfiar do tempo, na comunhão das almas e no apertar de abraços, a sorrir e a chorar juntos, guardamos saudades que mais estreitaram os corações porque confundimos lágrimas e não percebemos quais eram minhas e quais eram suas.
Seu coração ainda está aqui! Mas os pensamentos e os sentimentos parecem ofuscados: sofrem as enfermidades do advento dos anos... E nos separam em doída e infeliz angústia.
"Dois... nunca se penetram até à alma, até o fundo dos pensamentos; caminham um ao lado do outro, às vezes abraçados, mas nunca unidos, e a pessoa moral de cada um de nós fica eternamente sozinha por toda a vida" (Maupassant).
Triste consolação! Ao contrário, uniões existem em que um não vive sem o outro e as dores da alma apagam o "fogo celeste da vida", ferem o coração e extraviam dos caminhos.
Resta crer e esperar, sofrer e sorrir; com lágrimas aumentar as águas do mar que tudo chama e não espera; estar como cego diante das ondas que apagam as marcas que deixamos e que levam, dia a dia, o que resta de sua alma. E, quanto mais negra é a noite e mais alto se eleva a voz das ondas batendo, ouço o canto do seu chamado. As trevas se iluminam e então se renova a esperança derradeira - ansioso, aguardo a onda que me levará ao seu encontro.


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