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Cronicas-->2015 - Reclamação -- 11/04/2015 - 11:45 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Não adianta reclamar; para fazer exame de sangue, uma picada é de bom tamanho e nem cara feia reduz a dor, dorzinha vá. Mas essa reclamação é muita minha; afinal são anos de picadas, na veia e só para exames de sangue, só! Então sou um reclamante contumaz e olha já passei por poucas e boas. Tá confuso o texto, podem reclamar.
Seu Jairo, o senhor precisa dar uma satisfação para o pessoal, pois não houve pagamento da pe pe erre. É mesmo, satisfação como, se insatisfeito estou. Mesmo insatisfeito eu fico, quando preciso fazer os tais exames de sangue. E ontem ainda fui fazer ultrassons, assim no plural, gelado gel no pescoço, na pança e no púbis. Reclamei pelo rosto e o Doutor alegou que, se aquecer, o gel desanda. Sorri e disse para ele não se preocupar, mas ele se preocupou com um dos meus exames. Xiii, tenho que reclamar com o meu outro médico.
Essa história de satisfação começou no dia primeiro, justo no dia da mentira, quando meus líderes de fábrica me assuntaram sobre o não houve pagamento da participação dos resultados. Não menti, não iria dizer de uma falsa satisfação, mas prometi uma satisfação no próximo de esse esse, segunda seguinte, já segunda passada. Se estiver confuso, podem reclamar.
De esse esse, diálogo semanal de segurança e segunda passada peguei-o para mim, para transformar satisfação em reclamação, reclamar e reclamante. Não houve pe pe erre, participação por resultados, porque o mercado não nos deixou trabalhar e atingir nossas metas pré-estabelecidas. Aí, ao invés de dar uma satisfação, fui reclamar junto com todo mundo. Reclamar do Petrolão, que não deixa dois dos meus clientes me pagarem, além das próprias maracutaias deles mesmos. Reclamar do Trensalão, que não deixa mais dois dos meus clientes me pagarem também, além de novo, das maracutaias deles mesmos.
Reclamante me tornei, já que exerci o ato de reclamar uma reclamação ou mais e, no caso, por meio de palavras, agora por escrito. Reclamante, adjetivo de dois gêneros e substantivo masculino, podendo ser reclamador. Reclamação, substantivo feminino, é o ato ou efeito de reclamar. Já reclamar, verbo, pode ser “queixar-se”. Verdade é que virei um reclamão na frente de todos eles e com todos eles.
Minhas reclamações acabaram virando uma satisfação, embora satisfeito eu não estivesse e por isso, desandado a reclamar, do Petrolão, do Trensalão, dos impostos, dos prejuízos, do mercado e da falta de juízo dos governos em geral. Fechei com uma frase do Professor Cortella, dita por ele no Canal Livre – “A verdade é uma só, estamos em crise e todos iremos pagar”. Não pensem que convenci todos os meus funcionários, só da minha insatisfação e do direito que eles têm de reclamar.
Tirei o curativo, aquele esparadrapinho que colocam na picada e estou pensando nos resultados dos meus exames, para eu ir reclamar às doutoras no próximo dia vinte e sete; sim, são duas. Dói aqui, dói ali e assim por diante. Elas irão reclamar da minha rolicidade e do meu estresse. Parafraseando o Professor Cortella, a verdade é uma só, cheguei aos sessenta e comecei a pagar as minhas crises, só me restando reclamar as minhas próprias reclamações, como um reclamante.
Se acharam esta crônica confusa, podem reclamar, por ser um direito inalienável e de todos, porém, todavia, contudo, neste sábado onze de quatro de quinze, peço que transformem toda essa energia reclamatória numa grande reclamação amanhã, nas ruas, avenidas e praças desse nosso país, para que nós todos mudemos esse estado de coisas; se não, não adianta reclamar...
 

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