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Cronicas-->Caminhos bifurcados -- 07/04/2015 - 11:41 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Note bem, todos os caminhos se bifurcam, em todas as estradas da vida; em determinados momentos você opta pelo mais fácil só para perceber, lá adiante, que errou feio, mas tão feio, que se pudesse voltar ao passado, não cometeria a mesma bobagem. No entanto, de todas as variáveis físicas que se conhece, o tempo é o único que não volta atrás. Nem a gravidade o faz passar para trás; nem a luz se curva ao tempo. Ele é irretocável, ele passa e você passa por ele; ele lhe deixa as marcas notáveis e as sutis que se entrechocam em várias ondas e rugosidades. O tempo é uma ruga da eternidade, uma dobradura mal-feita por Deus. O tempo cria a distância entre nós, o eu de ontem e o eu mesmo de agora, que se aflige e diz a toda hora: É tempo, é tempo de esperar, quanto, quanto tempo perdido, ah em meu tempo, em meu tempo era diferente. De todas as iniquidades, ele é a pior de todas depois que o Criador abriu a braguilha cósmica e disse: FIAT LUX. Porque, mesmo depois, quando expulsou Adão e Eva do Paraíso, nunca mais tivemos paz e tempo de criar nossos paraísos internos. Desde então, dividi-mo-lo em pequenas frações, em pequenos quanta de relatividades perfeitas, cada um em seu próprio momento. E se temos algo a reclamar é justamente esta passagem sem intervalos, é essa verdadeira imagem do continuum; a risada Dele é quase audível quando se escuta o silêncio absoluto de uma noite estrelada de Outono. Eu poderia aqui me revoltar, então, pois que tenho esta possibilidade, enfim. No entanto, o que são palavras contra a enorme quantidade de energia que percorre cada meandro e cada canto do Universo visível? E raios, o que eu posso reclamar se posso, neste momento, dizer em alto e bom som que sou e penso, logo existo e acredito, logo sinto?

Eu olho meu relógio antigo--sou fascinado por eles, ainda vou ter um daqueles que vibra cada vez que roda seu mecanismo dourado e limpo--e percebo que mal passou um pulso de minha vida e já me torno um velho, um antigo companheiro, com meus cabelos já tingidos de prata; Já se torna urgente o meu desligamento e tenho tantas coisas a ver!

Bifurcaram-se os caminhos, eu sou apenas vento agora e balanço as árvores e as quimeras. Sou um acúmulo de eras e abandonos.

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