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Teses_Monologos-->DECA... DÊNCIA -- 11/03/2005 - 18:54 (Luis Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DECA...
...DÊNCIA
Luis Gonçalves
Enquanto não conseguimos encontrar a trilha que nos levará até a fonte da cobiçada juventude, continuaremos nos saciando no chafariz da esperança. Gastando o maior tempo possível; regalando em devaneios. Protelando como nunca as próprias aspirações. Copilando as esdrúxulas atitudes diárias. Somos oleiros dedicados de nossas paixões. Moldamos com os nossos pensamentos essa tal ilusão de viver. Dia após dia; noite após noite. Tudo o que queremos é a chance de se explicar com o mundo. E principalmente, fazer a paz com o nosso modo de pensar e agir.

DECA: — (ts,ts) — Picar a cebola é uma arte abstrata da rotina diária. (tchum) — A vida é
uma composição de utilidades domésticas. O relógio do tempo, marca o que lhe
bem interessa. Não há minuto que se explica e nem hora que lhe completa. Tudo
que resta é um alvoroço sentimental. O sabor amargo salta dos olhos em gotas
de alívio. Um paladar de gosto horrível! (argt) — Que dia é hoje?... espero que
não seja uma fatia daqueles dias chatos que os amantes consideram lindo. Essa
tal natureza viva... (tchum) — Humanos em luto que velam esse féretro de
emoção. Velha casa de utensílios humanos. Estou com fome!... mas não quero
falar do pecado da carne. Não quero expor essa gulodice contestada. Resta
imaginar que é chegada a hora de colocar a cama. Armar os talheres e...e... mas
cadê a iguaria? (ts,ts) — Quantas cebolas picadas! Pinturas abstratas que
escondem o óbvio. Se tudo é uma mentira, por que não podemos expressar a
verdade? Um dia as cebolas certamente ficarão obsoletas. Restará somente as
facas. O tempo será multimídia. Chegará o dia de lavar toda essa roupa suja...
Fim de semana?, nem pensar! Ainda dá tempo de explicar o conteúdo líquido do
horário nobre. Sem exceções dos fantasmas maquiados. Cenas dramáticas para
umbigos que assistem os fogões... e...e...e... se contorcem diante da máquina de
lavar. O que houve com a luz do corredor? Fogosos aplausos de hienas famintas.
(argt) — Uma tecelagem sem costura. Enquanto isso a pele chora em vermelho
carmesim. Que tipo estranho é esse que nasce chorando?
DÊNCIA: — (ahã) — Quem não ajuda amassa o alho. Há uma obstrução louvável na veia
de cada artista sem causa. Apenas cabeças repletas de dentes... sem chicletes.
(quá) — A geladeira do planeta ambição ficou emperrada. Sábios componentes
desse circuito de nervos à flor da pele. A “espera” de Platão, atolou a democracia
no barranco do humor negro. Quem é o tal da mitologia?, que desconhece o
amor de Capitu. Tudo bem!, se todos preferem o banquete do cordeiro que se
liguem na Páscoa. (quá) — O hálito da atmosfera ficou insuportável. Alguém
discute o que fazer com as galochas. Da réstia aos bugalhos. Há uma mancha no
tapete da sala de estar. A vida gira em torno de um parasita intocável. Pensando
bem..., nada mal em comentar. Tenho sede! A lógica é não entender o que se
passa até chegar ao fim. A porta do banheiro está aberta. Não é preciso narrar o
capítulo esportivo de uma unidade intensiva. O perfume do crime perfeito não
passa de um odor castigado. Nem a beleza da realeza vai à mesa. Alguém disse
cama? (uhm) — O prazer do comer é tão estranho que necessita de um pouco de
alho amassado. Depois dizem que o normal é sem tempero. Essa tal ressurreição
egoísta. Em algum lugar desse oceano existe um navio à pique. Só porque a água
não se transformou em vinho? (ahã) — Está faltando um balde de alegria nesse
palco. Talvez seja o momento de servir a taça aos convidados. (uhm) — Há uma
porta escancarada no universo. Uma fenda maiúscula que atiça a curiosidade da
frágil alma humana. Não adianta falar do vapor expelido pela panela de pressão.
No fundo de cada chaminé há uma hóstia consagrada. Seria preciso um enorme
lençol de puro linho para cobrir a vergonha dessa mesa medíocre. Saladas de
frutas e amarelinha no terraço. Desde quando? Bebendo e comendo no mesmo
prato. A CONTA!... (quá) — Fique à vontade. A causa do artista mal-entendido.
Onde come um, come dois. Mais um que paga o pato. No frigir do alho tudo
cheira mal. Certo!, quem é você? Os pratos são os últimos a saber. Para que
tantos travesseiros?, para empurrar com a barriga? (uhm) — Não seria mais fácil
imaginar uma bola murcha?... Alho frito neles, por favor!
DECA: — (ts,ts) — A graça de ungir no óleo quente o de comer, compõe uma melodia
clássica. Músicas, para atentas mímicas. Quem tem ouvido que ouça. Para cada
dança de talher há sempre um baile de panela. As máscaras são violadas pelo
vício. Que horas são? É patética essa hipótese de manteiga derretida. Frascos
transparentes da hora do adeus. As fantasias são anedotas simples. Quase
sempre uma pilhéria em comum. (tchum) — Era uma vez uma vara verde
machão. O que não preocupa, não atrai as moscas. (argt) — Ainda está cru! A
estupidez não aporta no limite da decência. AMÉM! Para onde foi a luz do teu
respeito? O mundo está longe desse visionário em questão. O que leva tantas
pessoas a se meterem num labirinto escuro?..., belos pratos de patos recheados
de carícias e intenções? (bá) — Não quero falar daquele lugar comum. Coisa
chata de verruga no meio. Esqueça, a segunda tentativa. A imoralidade erótica é
um breu... como...como...como uma noite menstruada. Por que me olha tanto?
Nem a dançarina do baile da cozinha não é mais a mesma. Vinte três mais um.
Quanta fome! Talvez um par de sapato grande. Levante se quiser, porque tudo
está redondo. Macho que é macho, esconde a incompetência embaixo da saia
feminina. Pé ante pé, o gato enche o papo. (ts,ts) — Afinal de contas!, nem só
de pau vive o homem. Vamos praticar o adultério com o senhor prato feito. Todo
tempero tem que sofrer com as mágoas do cuca. CANSEI!... Aliás, comida
mexida não contém defeito e sim qualidade. Na cama, tudo é maravilhoso. As
meias podem ser de veludo. Há um porta-retrato esquecido junto as emoções.
Planejar uma família é como fazer beiju: não adianta esquentar o forno sem ralar
a mandioca. Essa festa de comer o frito leva ao aquecimento precoce. Veja até
onde vai essa sauna caseira. Prepare-se para aplicar a terapia doméstica nessa
cruzada urbana. O frito será de todo mundo. (argt) — Em cada esquina há um
petisco familiar. E o trem bom fica mais pra lá do que pra cá.
DÊNCIA: — (quá) — Não sei se ainda tenho cabeça para isso. Alguém tem que me
conquistar. Não é fácil manter esse clima com tanto cheiro de comida no quarto.
Podemos cozinhar o galo até quando? Sinceramente: perdi a fome! Não quero
passar a eternidade na orgia da luxúria. Preciso de tempo para curtir o apocalipse
em paz. Não derrame suco na toalha! (ahã) — A semente de amor que semearam
do outro lado da linha do Equador, nasceu num paraíso tropical. Mas Balaão não
estava nem aí, o negócio dele era pau na mula. Alguém já lhe disse o que tu
precisava ouvir hoje? É preciso bem mais do que uma simples calma para lapidar
alguns legumes cozidos. Atenção! Se vamos continuar conversando podemos
recapitular tudo o que foi dito. Só assim ficaremos livre de ter que explicar algo
tão banal. (uhm) — Pensando bem: por que não esperamos o arroz secar? Daqui a
pouco estaremos livre para entendermos essa salada. Espero não ter que descascar
esse abacaxi sozinho. Estão sentindo o hálito do alho? Tomei abuso de viver
lavando os pratos sujos dessa turma que vive nas praças de alimentação só
curtindo essa terra que emana leite e mel. O atraso foi tamanho que perdi a hora
do divino lanche. Falta sal! Estão todos com os olhos esbugalhados nadando na
senha de Tomé. Não faz mal! Ficaria surpreso se fosse o contrário. A janela do
tempo está escancarada para esse infinito deixando escapar toda essa imaginação.
Não é preciso sonhar para entender que a fantasia é inútil, sem tempero. Mesmo
chorando vamos continuar picando as nossas cebolas. Até parece um programa
sádico. Alguém tem fogo? (quá) — Também tenho algumas restrições quanto a
temperatura da discussão ambiental. Mas prefiro não falar de sexo. Quando toda
essa manteiga derretida se escoar pelo buraco negro do universo as engrenagens do
mundo ficará sem lubrificação. (uhm) — Esse será o único véu do tempo que não
partirá ao meio. Apenas as viúvas da soberba poderão ostentá-lo. Sem camisinha.
DECA: — (ts,ts) — Continue lavando a louça e entupindo os ralos. Sinto uma grande
sensação do dever comprido, mesmo sabendo que está tudo errado. Não encontro a
saída exata dessa tal perfeição, mas sou obrigado a acreditar que está tudo bem.
(tchum) — Somos todos ouvidos! Não se esqueça de falar mais alto. Espero que o
zíper feminino esteja intacto. É necessário o selo de qualidade para essa tal
reprodução humana. Sabia que: o clássico do banheiro de ambulatório é o papel
higiênico perfumado? A sala íntima está impregnada de resíduos sentimentais. A
parede da fossa coletiva é um pergaminho privado. Ah!..., essa tal hegemonia da
paixão. São tantos os beijos que se reprimem no curral da ilusão. Quanta fome de
carne humana crua. Alguém pode me dizer qual é o século do sexo?... Bravos
amantes que se banham do perfume erótico. Ainda está tudo indefinido nessa
jurisdição. O futuro pode esperar para vibrar com as loucuras do nosso passado.
Uma composição tóxica de sentimentalismo barato. Falta sal! Doentes famintos
irrevogáveis. Quanto odor libidinoso emana dessa cocheira?!... (ts,ts) — Desde
quando a poesia é uma composição de obras manufaturadas? (argt) — Quando os
tomates crus se apresentarem em pratos limpos, a mesa redonda deixará de ser um
picadeiro hilário? (...) O verão é o xamã do tempo que o sol transformou num
medicamento controlado. É preciso recondicionar o amor. (bá) — Pelas estradas
vicinais que leva ao coração, os passos deixam as marcas do destino em direção do
velho sapato de salto alto. Botina e tapete isolado do outro lado da cama. Quem
sabe o que vem depois de um velho cobertor esfarrapado?! Alho, sal e cebola;
enquanto se avia a receita.
DÊNCIA: — (quá) — Cozinhar é uma alquimia de martírios saborosos. É o ato de perder a
novela que não lhe pertence. Viver é saber impregnar a vida com aromas
picantes. Lustrar a pele de sabor diferente. Engraxar as ferramentas de outras
intenções. As damas primeiro!..., depois..., e depois algo que as substitua. (ahã)
— Nem as partes íntimas são insubstituíveis. Impressão tua!, até os pensamentos
são eternos. Em que ano estamos? Pena que essa eternidade dura muito pouco.
(uhm) — O pai-nosso desse telhado de vidro não permite. Mas a ave-maria é
cheia de graça e nos dá essa nossa liberdade. Doce cor dessa etnia do verão, que
está no céu entronizado com os querubins. O prazer é o dízimo da conquista. Réu
confesso desse realismo fantástico e libidinoso. (quá) — O que o calor de um
fogão não faz no interior de uma cozinha solitária!?! O contraste odioso de uma
fria mesa pagã. Uma ceia vulgar temperada no fel.

D E C A D Ê N C I A!!!... Está escrito naquele pedaço de papel amarelado que o vento embala no amplo salão desse espaço sideral. A nossa rotina é repleta dessas letras miúdas. Vivemos na cauda desse complexo fator de entendimento... Quem disse isso?
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