Ainda hoje, conversava com colegas de trabalho (somos professores) e discutíamos sobre a violência e foi quando percebi que os "esclarecidos" também estão alienados num pesadelo de desânimo generalizado quanto ao retrocesso do processo de violência, onde, a certa altura, se discutia sobre o fato que o homem simples e pacato também está violento, quando tenta fazer justiça com as próprias mãos, e eu alegava o inconsciente coletivo de um povo cansado, que perdeu, ou vem perdendo, seus valores, sua moral, em detrimento do pânico e da falta de amparo. Foi quando afirmei que a responsabilidade em reverter tal situação é nossa (educadores), porque é na educação que encontramos o âmago da coerência e que, portanto, estávamos fazendo mal feita a nossa parte, porque, independentemente de estar dando aula de ciências, matemática ou português, devemos aproveitar a oportunidade para falar de amor, compaixão, respeito, civismo, ética, altruísmo etc, coloquei, ainda, o fato de colaborar em não permitir que alguém jogue o lixo no chão e o quanto isto pode vir a ser prejudicial em vários aspectos, onde um colega, ao que me fez chegar a esta conclusão, alegou que ao estar na rua, jamais chamará a atenção de alguém que sujou a rua porque, assim, corre o risco de levar um tiro, pelo fato da pessoa sentir-se ofendida. Logo, concluí que o medo é que está gerando a violência, assim como a conivência com tudo que há de errado.
A partir de agora, pretendo não só tratar com meus alunos as questões que importam a humanidade, mas dizer-lhes também que se temermos morrer por pregar o que seria o ideal, então, risco tão grande quanto, enfrentamos pelo simples fato de estarmos vivos.
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