Estou submerso dentro deste papel
Procurando as palavras fora de mim,
Penetrando solos desconhecidos
Em meio a tantas impossibilidades,
Frenéticamente afogado em versos retorcidos,
Compondo minhas idéias efêmeras e ocas,
Ilegalizando as regras da gramática burguesa,
Sendo cúmplice da irregularidade verbal,
Comprimido pelo espinho da realidade ética,
Transpondo a obscuridade do subconsciente,
Envolvido pela atmosfera lúcida da alma
Chego esvarecidamente a única conclusão:
Poemas pertencem aos poétas súditos. |