Olhando para o mar, com brisa fria e pavão no terreno ao lado exibindo-se para as pavoas, armei-me para escrever uma crónica, porém já escrita, na sua primeira parte, pelo meu filho, lá de Constantinopla.
Assim, eis seu relato: "Acabei de tomar o banho turco! A gente veio num dos lugares mais antigos da cidade, que funciona desde mil quatrocentos e setenta e cinco! É muito engraçado e meio nojento... Começa por ter que ficar cem por cento pelado numa cabine na recepção, só enrolado numa toalha. De lá fui por um caminho de mármore, passando pelo salão de banho, até uma sauna também de mármore, muito quente e com o futum do suvaco do diabo!
Fiquei lá uns dez minutos. No começo eu tava sozinho, mas logo chegou um cara e em seguida um senhor mais velho. Esse senhor mais velho foi difícil, porque eu acho que ele não sabia enrolar a toalha direito e tinha deixado ela muito curta. Daí, adivinha, foi ele sentar na sauna e o dito cujo apareceu! Ainda bem que logo um funcionário veio me chamar (detalhe, ninguém falava inglês). O cara tinha uns setenta anos, pediu para eu sair da sauna com gestos e me mandou sentar numa pedra e começou a me dar banho, hahahahahahahaha! Isso aconteceu no salão dos banhos e tinha vários outros caras sendo banhados também!
Ele esfregou tudo que não estava coberto pela toalha e em seguida jogava uns baldes de água quente para enxaguar. Depois ele me mandou deitar numa plataforma, também de mármore e começou a fazer uma massagem com espuma em todas as partes que não estavam cobertas pela toalha, frente e verso. O velho era forte pra caramba e quase moeu minhas costas e pernas! Depois voltei a sentar na pedra pra ele lavar minha cabeça. Ele também estralou todos os ossos do meu corpo, durante a massagem e enquanto lavava minha cabeça...
Pra finalizar ele me mandou entrar numa sala e falou que depois que eu saísse de lá eu tinha que ir embora. Entrei nessa sala sem saber o que era. Tinha uma antessala vazia e uma escada que levava pra um tipo de caverna. Nessa caverna ficava uma piscina de água gelada. Não sabia o que fazer, se devia entrar pelado, de toalha, se alguém ia vir fazer alguma coisa... Acabei entrando na piscina de toalha e tudo, fiquei uns dez minutos e saí. Ainda bem que nesse meio tempo ninguém entrou, porque eu não tava a fim de ver o dito cujo de mais ninguém...
Saí da piscina, passei num chuveiro que tem na saída e me enrolaram numa toalha seca e quente. Depois fui me vestir e acabou. Certeza foi a experiência mais engraçada da viagem! Meio nojento por ser banho público, mas valeu pra conhecer!
Constantinopla naquela época, Istambul hoje e eu aqui em Búzios, neste domingo dezesseis de onze de quatorze, rachei de rir quando recebi este texto pelo uatizapi. Por isso, divido!
