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Artigos-->Iremos Todos Plantar Batatas -- 17/09/2003 - 12:01 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




PersistÊncia e Teimosia

(por Domingos Oliveira Medeiros)





Parece praga ou macumba. Se é que ambas existem. A verdade é que o governo insiste em conduzir os destinos do país com base, exclusivamente, na malfadada política econômica (requentada) do governo anterior. Política, sabidamente experimentada , e que se mostrou totalmente ineficaz; notadamente em relação à imensa dívida social para com os brasileiros.



E o pior é que este governo se faz de cego. Continua andando de bengala, quando deveria agir rápido para retomar o necessário desenvolvimento sustentado deste país; para que possamos voltar a crescer e a produzir. E o governo, também, parece que é surdo; quando não escuta o clamor da população, que pede, num primeiro momento, comida; muito embora, no dizer da canção, essa gente não queira só comida: mas escola, diversão, emprego e produção.



E as bravatas continuam. Desta vez do outro lado. Do Lula do lado de lá. Do lado do Poder. A Reforma da Previdência tornou-se a panacéia para todos os males. Reforma, diga-se de passagem, que se pretende impor à sociedade, com o objetivo de facilitar a vida dos governadores. Provavelmente, de olho nos apoios políticos para aprovação de seus projetos; ou com vistas às próximas eleições: no Brasil, tornou-se prática comum pensar, sempre, no futuro. No futuro deles, é bem verdade. Futuro que significa, em última instância, a perpetuação no Poder.



O resto, empurra-se com a barriga. E pendura-se a conta no prego da indiferença. Basta ver como andam as questões relativas ao combate ao crime organizado; à construção de presídios; e ao aumento do efetivo da Polícia Federal. A reforma Agrária, a reforma Política e a reforma do Estado, como de resto todas as demais reformas, ficaram para mais para adiante. Tapa-se o sol com a peneira.



Mas os escândalos pipocam. E o governo, junto com os parlamentares, demoram na instalação das Comissões Parlamentares de Inquéritos. Enquanto bilhões e bilhões de dólares continuam sendo carreados, ilicitamente, para os paraísos fiscais. Não se consegue devolver, aos cofres públicos, nem um tostão furado. E ninguém vai preso.



Tudo continua ao sabor da especulação financeira. Parece que os economistas permanecem endeusados. Principalmente os que seguem a cartilha do governo. Que optaram pela subserviência ao capital estrangeiro e pelo endividamento crescente. Alunos da escola monetarista. Com o FMI, no comando, definindo onde e de que maneira usar o dinheiro emprestado. Proibindo que os recursos sejam utilizados para investimentos em infra-estrutura e nos programas de cunho social. .



Enquanto isso, os bancos estrangeiros, marcos reguladores de nossa economia, fazem o diagnóstico que bem entendem; apresentam os sintomas de ansiedade em relação às ações do governo; determinam o tamanho do “risco-Brasil”,- como sempre, ao sabor das conveniências dos agiotas e especuladores internacionais – e fazem biquinho para receber os juros quando o dólar está nas alturas. O jogo das variações cambiais. Do sobe-e-desce da moeda americana e das bolsas de valores.



Não se fala nos riscos dos brasileiros. Riscos de sermos assaltados; de morrermos de fome ou de vergonha; por não sermos capazes de gerar empregos e dar sustento às nossas famílias.



Risco de ver nossos filhos sendo mortos ou tomados pelos traficantes. Risco de ficarmos doentes e não termos assistência hospitalar de boa qualidade. Risco de morrer na ignorância, por falta de bons colégios públicos. Risco de ser rabiscado pelos detentores do poder. Risco de ver o seu voto sendo usado contra você mesmo. Contra os seus ideais, crenças e valores.



Enquanto isso, de novo, o tão falado ajuste, que garantiria cerca de R$40 bilhões de economia forçada, às custas da fome, da miséria, da violência e do desemprego, tornou-se insuficiente, inócuo, diante dos vergonhosos encargos da dívida que, neste primeiro semestre, segundo noticiado pela imprensa, chegou a R$75,2 bilhões de reais. O que significa, segundo apurou a mídia, cerca de R$432,5 milhões, que foram pagos aos detentores de títulos públicos brasileiros, durante os cinco primeiros meses do ano. O equivalente a R$18 milhões por hora. Verdadeiro afronte ao bom senso.



E fica o governo, e grande parte da imprensa comprometida, a falar mal do Judiciário; e a dizer que sem a Reforma da Previdência, não há outra saída; Discursando em linguagem metafórica, com piadinhas de péssimo gosto e um leve sorriso estampado no rosto.



Não se dá conta de que seria bastante, num primeiro momento, aprovar o teto salarial para os Três Poderes. Matéria que se arrasta há anos, na Câmara dos Deputados. Porque, a bem da verdade, o assunto não interessa ao Legislativo, cujos parlamentares, a rigor, acumulam ganhos superiores aos R$ 17 mil que se pretende como limite. Enquanto cada parlamentar custa, para os cofres públicos, cerca de R$ 80 mil reais.



Sem ampla e séria renegociação da dívida, jamais sairemos desse impasse. A tendência é entregarmos tudo aos estrangeiros. Fechar o país para balanço. E, se sobrar alguma fazenda improdutiva, iremos todos plantar batatas.











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