Os meios de comunicação, em Santa Catarina, notadamente os jornais, publicaram matérias, até suplementos especiais, sobre o maior poeta simbolista do Brasil e o maior poeta catarinense, Cruz e Sousa, quando da passagem do Centenário de sua morte. Mas aos eventos comemorativos do centenário passaram e só se voltou a falar novamente dele, quando foi lançado, no início de 2000, o filme "Cruz e Sousa, o Poeta do Desterro", de Silvio Bach, mesmo assim superficialmente. Recebemos o Suplemento Literário de Minas Gerais de novembro de 2000, e qual não foi nossa surpresa, quando nos deparamos com metade da edição - 18 páginas - dedicada o Cisne Negro. Lá está uma entrevista de cinco páginas, com o diretor Silvio Back, falando sobre o seu filme "O Poeta do Desterro". Uelinton F. Alves, em "Espelho de uma existência" também fala do cineasta e do seu filme, por conseguinte do poeta Cruz e Sousa. Ivone D. Rabelo, em "A Beleza Envenenada" também faz uma leitura da obra de Silvio Back sobre Cruz e Souza. Até um artigo de um tradutor americano, Steven F. White, que legendou o filme para ser exibido nos Estados Unidos está nesta edição do Suplemento Literário, falando da sua experiência em conhecer Cruz e Sousa: "Desexílio em Inglês". E tem ainda "A metafísica do sofrimento" de Ivan Teixeira, ensaio sobre a leitura e interpretação da obra de Cruz e Sousa. E é claro que há, também, poemas do poeta do Desterro em português, inglês e francês. É bom ver que o filme que mostra a vida e a obra do grande poeta negro está sendo visto por todo o Brasil e inclusive no exterior e, o que é melhor, está chamando atenção e provocando reações, tornando a poesia de Cruz e Sousa conhecida, apreciada e valorizada.
Um livro com o roteiro do filme "Cruz e Sousa, o Poeta do Desterro", de Sylvio Back, o longa-metragem sobre o poeta catarinense que se tornou o representante maior do simbolismo no Brasil e que está fazendo muito sucesso no exterior, tenho já ganhado prêmios internacionais, foi lançado, recentemente, em Florianópolis. A edição traz o roteiro em três idiomas, além do português: inglês, espanhol e francês. A idéia da publicação deste livro surgiu antes mesmo da finalização do filme, devido à preocupação de Back quanto a futuras transposições para outras línguas. Por se essencialmente baseado na obra poética de Cruz e Sousa, ele temia que a sonoridade e o significado dos textos se perdessem nas traduções, o que não raro acontece. O diretor acredita que esta publicação tem um motivo ainda maior: "Ela se transforma em peça indispensável para a planetarização da obra do poeta. Cruz e Sousa nunca foi tão longe das fronteiras de Santa Catarina."
E-mail do autor: lzamorim@terra.com.br
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