Onde estou?
Porque sei que o espaço não existe,
não posso localizar-me.
Posso apenas saber que estou,
que sempre estive,
que sempre estarei,
porque sei que o tempo não existe.
Eu não queria voltar à metafísica,
nem voltar.
Na época atual, só posso querer olhar para a frente
e, diante de mim, encontrá-la,
porque seria encontrar a mim mesmo.
Tê-la junto como a tenho distante,
tão perto que, ao tentar tocá-la,
a toque,
e saiba que sempre a terei
para mim,
minha.
Aqui estou só,
triste.
Necessito de algo que desconheço,
que intuo,
que sinto como certo subconscientemente,
e não sou infeliz:
apenas sinto falta de coisas que nunca tive.
E vivo,
como se ainda houvesse esperança.
11.02.58.
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