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Cronicas-->Fiel Companheiro -- 28/07/2014 - 15:55 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nas notícias da televisão, Sóchia via e ouvia de tudo; ainda existia televisão e Sòchia também ainda existia. Ou melhor...Deixemos para lá, voltemos ao tempo em que ele gostava de viver nesse mundo (porque, agora, só o que faz é sobreviver). Tudo começou numa bela tarde perto de sua casa abrasada pelo calor de um mês particularmente quente; por esses lados, no que restou da Rússia, não era muito comum o calor. Este começou depois dos buracos que surgiram logo ao norte de onde ele morava. lembrava-se bem o moço loiro, agora agrisalhado pelos tempos difíceis, que antes há não muito tempo, seu país era frio e em particular, a Sibéria mais gelada ainda; razão pela qual muitos dissidentes em várias época para lá haviam sido mandados. Agora com esse calor terrível, haviam os movimentos de desesperados. Chamavam-se de MSA. Movimento sem água; o bem precioso, essa água cristalina com que Sóchia sonha, esta corria em brancas nuvens, jamais perto de mais alguém. Ele se lembrava de quantos e quantos dias passara sem sequer uma gota e o quanto aprendera com os exércitos remanescentes que haviam se retirado para a vida inóspita das montanhas, onde pelo menos poderiam beber as águas dos gelos eternos que, agora, eram capas de raro brilho.
--Melhor meu destino do que o daqueles vítimas da peste, não, Fiédka?
Seu cão, despelado e coitado, fazia que sim com a cabeça ( ou pelo menos assim ele imaginava), entristecido com a lembrança dos milhões que haviam morrido depois que uma rara epidemia saíra do controle e infestara a Europa ao sul e ao centro, com muitas cidades agora tornadas em desertos áridos e ardentes.
--Meu velho Fiédka, sempre fiel. Eu e você sobrevivemos aqui. Nem eu sei como!
A energia vinha de velhas estações nucleares; Sóchia fizera os "gatos" e como ninguém reclamava, lá ia ele invadindo a noite com sua televisão rara com suas notícias apresentadas por macilentos repórteres com aspecto pior que o dele e de Fiedka.
" Esta noite foram identificados mais buracos na Sibéria. Cálculos há de que existam mais de vinte mil buracos; o gás liberado matou toda a vegetação remanescente e manadas de renas selvagens competem com o alimento das cidades de Krasnoiarsk, Sibirsk.." " Nova queda de aviões. Um dos aviões emitiu alerta de Peste antes de cair sobre o Oceano índico" "Novos casos de Peste assolam o continente europeu. Milhares de pessoas contaminadas jazem em leitos da Grã-Bretanha" " Novo creme dental Kalingas. Perfeito para você que não tem muita água!!!" " Funerária Campo Santo; enfim, sós" "Quem será o herói do novo filme de Marvel?"
Fiédka assistia tudo e balançava a cabeça de focinho pontudo. Via o seu dono ressecado, morto de sede; ele mesmo só bebia água quando sobrava.
--Ah, velho fiel e escudeiro. Somos qual Cavaleiro Insone e seu Rocinante. Lutamos contra os moinhos modernos, numa luta de vida ou morte. Sobra-nos a làmpada da razão. Bem que disse meu amigo: " Quando precisarmos, teremos de sobreviver e se bebermos e nos doparmos, como raciocinaremos frente à mais temível das realidades?"
Fiédka fazia que sim com a cabeça.
"Pobre dono! Mal ele sabe que lhe escorre um filete de sangue do nariz"
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