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Erotico-->NOS TEMPOS DA SARARÁ -- 17/04/2011 - 19:10 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


NOS TEMPOS DA SARARÁ*

A sarará não se dá conta dela mesma. No olho azul reside seu maior descontrole. Talvez por dissimular muito bem quem lhe está ao redor, ou de quem se tratar naquele momento.
Gaba-se de sua estatura física, embora se deixe estar ao rés do chão, como se não tivera um corpo, uma alma, um destino. Não se programa para nada a sarará. Jamais poderá saber com alguma segurança, o que poderia acontecer daqui a dois instantes, se uma gripe forte, uma falta de ânimo ou simplesmente se o carro tem combustível suficiente pra sair do lugar.
Com nome MARIA, a sarará pouco se lixa que também é Fátima, uma suposta santa que andou aparecendo a alguns meninos esquizóides lá pelo século vinte em Portugal.
A bordo de si mesma, convivem duas crianças inocentes, belas e incapazes. A sarará tem feito de tudo para educá-las e, como ponto positivo, chama-os pelo nome, secamente, sem diminutivos pueris ou denguinhos que os possa tornar mais tenros.
Ela estudou Serviço Social, mas até hoje, desde que a vi pela primeira vez e desde que invadi seu corpo roliço e branco, não demonstra ser mesmo, de fato, a Assistente Social de quem tanto esperamos e ela própria espera.
Oriunda de uma família extensa que, por suposto, não gosta de mim, não sei em qual aspecto, senão o aludido por ela, de que sou velho demais. São cinco irmãs vivas e dois irmãos. Já me referi a ela, a sarará, como: meiga que nem rinoceronte; hospitaleira que nem pit-bull e confiável como uma raposa.
Talvez eu esteja pintando as cores fortes demais. Mas é o que ela se me passa. Grosseira no trato e no andar, parece um mamulengo balançando o corpo quando anda, apressadamente ou não.
É muito esquisita a sarará, mas sabe lamber um saco escrotal como ninguém. Aliás, nem precisaria mencionar esse mas. Na horizontal poucas se igualam a ela, pode crer.
Sensualíssima, adora sexo e suas variações como quem tem sede insaciável. Quase ninfo. O onanismo é sua principal fonte de prazer. Quando pergunto se a sarará se masturbou ontem e hoje, ela responde:sempre. Todavia, não dispensa de forma alguma, o sexo anal.
Atingir o orgasmo com o exercício da siririca, para ela é o mais completo compromisso, depois dos cuidados que mantém pelos filhos pequenos.
Nem tudo está perdido, porém. Guarda consigo mesma, determinada carência recôndita, a qual se envergonha de expor, posto que não se mostra facilmente em sua inteireza.
Autoritária, unilateral e teimosa, a ponto de certo cidadão a ter alcunhado de PSTU, porque está sempre do contra, ainda que não consiga argumentar um ponto-de-vista esposado.
Nalgum momento desses cento e vinte dias que nos conhecemos, por sua iniciativa, senti uma certa paixão por ela. Quanto ao carinho, venho mantendo como se fora a uma irmã mais nova, desleixada com a aparência, de unhas nas mãos e pés, por fazer. E confesso que me libertei da paixão.
Não digo que a sarará seja a salvação de uma lavoura inexistente, mas se alguém esperar que ela cuide de seu jardim é melhor desistir de pronto.
Pode ter todos os defeitos e imperfeições, mas duma coisa estou certo: quando abre as pernas e fica de quatro a mostrar a genitália por completo, não tem sarará melhor.
Qualquer dia desses vou convidá-la para uma grande missão: destruir completamente a idéia do planejamento estratégico do cotidiano.
__________________________________________________
*(mulato) de cabelos muito crespos e alourados – dicionário HOUAISS


WALTER DA SILVA
Camaragibe, 17.04.2011 (all rights reserved)

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