Usina de Letras
Usina de Letras
158 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62215 )

Cartas ( 21334)

Contos (13261)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50610)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->NUNCA MAIS TUA BOCA -- 06/10/2001 - 12:55 (Carlos Higgie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

NUNCA MAIS TUA BOCA.


Havia certa urgência no teu olhar. Não era só a tensão da partida, algo indefinido nos envolvia e deixávamos num limbo de indefinições. Como se não soubéssemos o quê éramos e o quê queríamos.
Naquela altura da nossa história já não esperávamos nada. Ias embora, eu ficava. Empreendias uma viagem para um mundo que era totalmente desconhecido para mim, e para ti também ainda que tentasses negar.
Juramos novamente amor eterno e marcamos para os próximos e longínquos anos um reencontro que, no fundo, saibamos ser pouco provável, para não dizer impossível. Com um beijo mais demorado te afastaste quase chorando e caminhaste até a porta de embarque.
Desde o terraço, perto do restaurante, te vi subir no avião e fiquei como um idiota, igual a todos os outros, olhando como o aparelho efetuava suas manobras, chegava até a pista e em louca carreira ganhava altura, apontava seu nariz para as nuvens e pouco a pouco desaparecia no horizonte.
Enquanto voltava para minha futura solidão, dirigindo displicentemente pela estrada quase deserta, tua figura de mulher apaixonada se desenhou clara e forte na minha memória. Já eras passado. Nunca mais tua boca, nunca mais tuas pernas ágeis e deliciosas, nunca mais tuas costas firmes e meigas, nunca mais tua barriguinha hospitaleira, nunca mais o fogo do teu amor. Como num tango qualquer deixei escapar uma lágrima e desejei que o tempo parasse e que eu me transformasse em pó no ar da tarde.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui