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Cartas-->Aos que não querem mais a CPMF -- 11/08/2007 - 19:42 (Ivan Guerrini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A matéria abaixo foi escrita pelo jornalista Luis Nassif, publicada em seu blog e também no site do “Observatório da Imprensa”. Há muitos pontos onde me alinho com Nassif. Estamos vivenciando hoje no país uma Marcha da Insensatez, uma radicalização que não leva a nada a não ser num jogo de perde-perde para o país. Enquanto a grande mídia não parar com esse jogo de culpar o governo de tudo que ocorre no país, o que é seguido por boa parcela de leitores e assinantes desses jornais e revistas da classe média e média alta sem questionamentos minimamente razoáveis, o país não sai de seu direcionamento para essa radicalização proveniente de um arquétipo de lógica aristotélica e maniqueísta. Um sintoma claro desse quadro ridículo é mostrado quando o presidente de sua nação é vaiado numa festa de jogos internacionais e essa parcela míope diz que é assim mesmo que tem que ser feito, a toda hora e em qualquer lugar, incitando outros incapacitados de pensar mais longe em fazer o mesmo e desencadear movimentos do tipo “cansei”, sem imaginar que automaticamente se cria o antagônico “cansamos” desse tipo de insensatez burra e irracional, tudo levando a crer que se trata de uma revanche contra uma situação perdida, mas não engolida, nas últimas eleições. Lula, nessa visão tão enraivecida quanto vesga, fica sendo o bode expiatório para todos os problemas do Brasil no momento, não importando de onde vieram, de quem os criou ou incentivou ou de onde estão situados hoje. É muita insensatez mesmo. A cada nova pesquisa que mostra que a popularidade do presidente, "um torneiro mecânico que jamais deveríamos ter permitido que se tornasse presidente", continua inabalada, reflexos reptilianos incontidos de parcela irresponsável da grande mídia se manifesta causando reverberações primitivas em indivíduos que não têm idéia do que seja cidadania e de como se constrói uma verdadeira nação. Paradoxalmente, muitos e muitos que se alinham com esse “cansei” são os mesmos que não param de sonegar impostos, de não dar recibos ou notas fiscais, de contrabandear mercadorias do Paraguai, de molhar a mão de guardas, de fajutar licitações, de integrar monopólios e máfias, de comprar posições em filas de concurso, de se negar a trabalhar direito porque não pode ser despedido, de dar promoções aos apadrinhados, de estacionar seus carros em lugar de dois, de fumar em locais públicos, de integrar comissões para seu próprio benefício, de mostrar ao mundo um jeito entrópico e enlameado de viver, de ser autoritário, de ser hipócrita em suas atitudes, etc, etc, etc... Claro que, como enfatiza Nassif, as atitudes de oposição necessárias em inúmeras situações ficam prejudicadas por essa insensatez descontrolada dessa parcela lúgubre e ogra que segue a grande mídia que, por sua vez, cada vez mais perde a credibilidade. Como se lutar contra a permanência da CPMF, por exemplo, com o país dividido dessa maneira? Pois lutar contra a CPMF é uma coisa, outra é dizer que esse injusto tributo é tão estúpido quanto este governo. Aí não dá. É muita radicalização idiota que não leva a nada. Nassif se mostra num caminho interessante, mostrando que ainda é possível se fazer algo isento de maniqueísmo político. Que tal ler a matéria de Nassif e se propor a fazer algo com mais moderação, muito além da radicalização??? Se não, perderemos a guerra contra a CPMF e todas as outras que virão...

Luis Nassif:
A marcha da insensatez
Essa atoarda (notícia vaga, boato) da chamada grande mídia em relação à situação do país está extrapolando os limites do razoável.
Faço parte do grupo de analistas que julga que o país está perdendo a maior oportunidade da história. Falta plano de vôo, pensamento estratégico, sucumbiu-se aos desígnios do mercado, deixou-se iludir e não se aproveitaram as oportunidades extraordinárias trazidas pelo boom da China.
Mas não é disso que os grandes jornais se queixam. Pelo contrário, têm aprovado incondicionalmente essa política econômica que permitiu aos detentores de capitais, nesse primeiro semestre, um dos maiores ganhos da história, e que continuou consumindo parcela expressiva do orçamento público em detrimento dos investimentos.
No entanto, desde o acidente com o avião da TAM -que, ao que tudo indica em decorrência de problemas técnicos e/ou falha humana - parece que nada funciona no país. Como assim?
É facílimo manipular a opinião pública, ainda mais quando se juntam veículos com poder de mercado.

Efeitos simultâneos
Se quiser medir o poder de manipulação da informação, montem-se dois grupos de leitores. Alimente-se o primeiro com noticiário exclusivamente negativo. Não precisa ir muito longe. Se um brigadeiro diz que a pista de Cumbica está ruim, e todas as associações de pilotos e usuários dizem que não, dê destaque apenas à declaração do brigadeiro. Em cada Ministério será possível encontrar falhas que, colocadas em manchetes, joguem quaisquer méritos para segundo plano.
Ao segundo grupo, forneça apenas notícias positivas. Fale dos superávits da balança comercial, como se nada tivesse a ver com efeito-China. Celebre a apreciação do câmbio, como se fosse sinal de saúde da economia. Mostre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o PAC da Tecnologia, o PAC da Saúde, o PAC da Educação. Destaque os recordes sucessivos do setor imobiliário, o bom desempenho da indústria de máquinas e equipamentos, e esconda todos os setores que estão sendo dizimados pelo câmbio.
O primeiro grupo achará que tudo está perdido e o segundo que o país está à beira do paraíso. Toda essa diferença em cima de uma mesma realidade, valendo-se apenas do poder de manipulação da informação.
Quando se tem equilíbrio, se mostra o certo e o errado, passa ao leitor objetividade e, ao governo, pressão certa. Analisa-se um problema localizado e cobra-se a sua solução.
Quando se cria essa zorra em que, aparentemente, nada funciona, a intenção não é resolver nada. Ao leitor desnorteado por tantos problemas apresentados simultaneamente, sem nenhuma proposta de solução, a única alternativa que ocorre é mudar tudo. Como? Pedindo a cabeça do responsável maior pelo suposto caos: o Presidente da República.
Aí se geram dois efeitos simultâneos, ambos radicalizantes. De um lado, um público indignado, querendo a cabeça do presidente. Do outro, um público indignado, querendo o fígado da mídia.
Pior: quando a crítica ao Lula extrapola e assume ares de campanha sistemática, desarma todas as críticas relevantes que deveriam ser feitas aos inúmeros problemas reais que existem na administração pública.
Até onde irá essa marcha da insensatez, não sei. (L.N., 1/8/2007)
***
O pessimismo contra a esperança
Dizem que as guerras são o principal motor do nacionalismo. No final do século 19 e início do século 20, os Estados Unidos se converteram em nação – e em potência – guerreando.
Enfrentaram espanhóis, mexicanos, ingleses. Depois, ajudaram na vitória aliada na 1ª Guerra. No Brasil, mesmo sem guerra, a figura do "inimigo externo" ou do "inimigo interno" sempre foi invocada em diferentes ocasiões, para fortalecer governos ou oposição.
Não se recomenda guerra para unir nações. Nos EUA, além da guerra, uma espécie de missão histórica, defendida por pregadores religiosos, em muito contribuiu para o expansionismo americano. Invadiam-se países em nome da civilização. Por mais pérfido que pudesse soar, no plano interno funcionava.
Não é, nem jamais será o caso do Brasil. Mas urge encontrar bandeiras políticas que unam o país. A cada dia que passa, mais se amplia a radicalização e o fosso separando dois países: um sob influência da mídia; outro sob influência do lulo-petismo e do forte sentimento antimídia da população. É um jogo de perde-perde, em que os únicos vitoriosos são os oportunistas dos dois lados.
País radicalizado
Em que pese melhorias na atividade econômica, o país continua sem rumo, tanto do lado do governo quanto da oposição. Se Lula tivesse montado uma política econômica imprudente, a economia poderia ter degringolado. Mas sua falta de coragem para montar uma política econômica pró-ativa fez a economia patinar. Agora, se comemora 4,5% de possibilidade de crescimento, contra 8% de crescimento, em média, dos países emergentes.
Nos últimos anos, em segmentos selecionados da opinião pública, sedimentaram-se convicções firmes sobre os rumos do desenvolvimento. Há valores bastante claros, como a questão da gestão e da qualidade, da pesquisa e desenvolvimento, o papel da inovação, a ênfase na educação, as políticas sociais, as novas possibilidades abertas pela agroenergia, os caminhos da integração continental.
Mas tudo isso se perde nessa imensa zorra em que se transformou a discussão política, nessa radicalização que não poupa ninguém, nem país, nem a racionalidade, nem governo, nem mídia.
Se a intenção for 2010, é tiro no pé. O país radicalizado no governo Lula, persistirá radicalizado em qualquer outro governo que venha a sucedê-lo. A dificuldade que FHC encontrou com a oposição, Lula está encontrando e seu sucessor encontrará. E como se sai desse atoleiro? E como se une o país em torno de uma agenda comum?
Lideranças responsáveis
É uma sinuca de bico. Do lado do governo, há iniciativas pontuais louváveis em algumas áreas. Mas nada que permita compor uma agenda de nação, capaz de ser percebida por todos os setores.
Do lado da mídia, uma radicalização absurda e fora de época. Começou com pelo menos três anos e meio antes da hora. O que se vai fazer? Manter durante todo esse período o fogo aceso?
Se houvesse lideranças responsáveis dos dois lados – governo e oposição – a esta hora estariam negociando uma trégua, um pacto em torno de objetivos comuns. Sem isso, o pessimismo irá vencer a esperança. (L.N., 3/8/2007)

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