Lentamente caminho pelas ruas. Há muito o Sol desapareceu.
E ainda continua aquele calor ardente que nos faz lembrar
da freqüência de uma sauna. Embora o astro rei tenha desaparecido,
uma cor avermelhada permanece no horizonte. A Lua, já em forma
de um pneu de carro, se manifesta com a cor alaranjada. E as
estrelas, não ficam atrás. Já começam os seus tiques nervosos!
E o som da ave-marias enche o espaço, antes calmo. O meu destino?...
Não sei! Tenho recebido centenas de convites para casamento,
aniversários e até batizados. Porém tenho sido omisso. Se pudesse
beber, uma garrafa de vinho, já seria um início. Mas o coração do
poeta cresceu. E tem de ficar reduzido. Lembro-me de uma noite
parecida em Lisboa, em que, ao som de fados, com vinho e
bacalhau , passei bons momento, enquanto fora a chuva caia
copiosamente. O restaurante estava repleto, tanto que fui obrigado
a ceder parte de minha mesa para uma casal do Chile. Foi uma
boa providência, pois ficamos até as 4 da manhã. E ainda recebi
um convite para passar um fim de semana num hotel daquele
País, pertencente ao casal. Entretanto nunca tive oportunidade
de cumprir minha promessa. E aqui, agora, não sei o meu destino.
Encontrei uma saída... Vou ao Laçador, um restaurante gaúcho.
Là predomina, entre outros pratos, a picanha e o acompanhamento
é um bom vinho. Desisto! Nada de vinho! O melhor é dormir
mais cedo. Bem, Boa Noite!
|