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cronicas-->Depois do domingo, vem a segunda divisão ? -- 27/05/2001 - 13:08 (Mastrô Figueyra de Athayde) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era tempo em que eu levantava cedo aos domingos. Feliz da vida ia até a feira, comia o delicioso pastel da Micheli e ao chegar em casa, preparava a bandeira do meu querido Guarani. Domingo é dia de futebol e para mim era um ritual sagrado. Às 14 horas pegava o velho ónibus amarelo em direção a Campinas. A viagem durava exatos 50 minutos e o meu ponto final era na Avenida Andrade Neves. A partir daí, começava uma longa caminhada em direção ao aconchegante Estádio Brinco de Ouro da Princesa. Ao ver o pedaço do tobogã, eu já me emocionava. Ao longe podia sentir a vibração da torcida, o cheiro de pólvora queimada, tendo ao fundo como trilha sonora o belo hino do bugre campineiro, uma música elaborada em homenagem ao seu campineiro mais ilustre: Carlos Gomes.
Era tempo que a equipe do bugre empolgava a sua torcida. Ataques arrasadores, meias espetaculares e zaga que impunha raça. A torcida era festa e a equipe por muitos anos foi considerada pela imprensa em geral, como o melhor time do interior do Brasil. Título que colocava o Guarani como uma das maiores forças do futebol brasileiro, sendo capaz de vencer sem dificuldades qualquer competição regional do país, fora do Estado de São Paulo.
Por muitos anos, a torcida vibrava em cada domingo de futebol, pois este dia era considerado de alegria.
"Brinco de Ouro, a nossa taba..", já dizia na letra do hino. Quem manda em Campinas é o Guarani. Este ditado por muitos anos foi mantido. O bugre era forte e dificilmente deixava o resultado escapar. Infelizmente esta situação mudou. O time está totalmente transfigurado. A zaga virou peneira. O meio de campo não existe e o ataque é inoperante. Em 90 anos de história, este é sem dúvida o pior ano do Guarani.
O grande técnico Carlos Alberto Silva será lembrado para sempre pelos bugrinos e pela crónica esportiva nacional como o homem que levou o Guarani ao título do Campeonato Brasileiro de 1978 e , Deus nos livre, ao rebaixamento do Campeonato Paulista 2001, fato até então inédito ao alvi-verde.
Como torcedor estou triste e amargurado. A bandeira já enrolei, mas como a letra do hino diz: "Na vitória ou na derrota, hoje e sempre Guarani..", no próximo domingo farei novamente a minha velha rotina. Levantarei cedo, vou até a feira comer o pastel da Micheli, pegarei a minha velha bandeira e irei até o Brinco de Ouro. Sentirei a mesma emoção e vou torcer até o minuto final.
Como todo mundo sabe, a história caminha ao lado do futebol. Neste contexto, farei uma alusão antagónica, com relação à um fato que pode voltar acontecer, mas em uma visão diferenciada. O Guarani joga contra a Portuguesa Santista, precisando da vitória e de outros resultados para escapar do rebaixamento.
Na década de 60 a mesma Briosa venceu a Ponte Preta, com um gol do Samarone, em Campinas, se sagrando campeã da segundona. A Ponte não subiu de divisão. Agora a cidade volta a ter um fato parecido, mas o que está em jogo é o rebaixamento. Será que o Guarani vence a Portuguesa Santista, vingando a Ponte de épocas passadas? Parece estranho, mas bem que isso poderia acontecer.
Domingo é dia de futebol e independente do resultado eu digo: Hoje é sempre Guarani.

Mastró Figueria de Athayde é cronista e torcedor do Guarani


* Texto publicado no dia 23 de abril de 2001, no Jornal Tribuna Liberal de Sumaré

PS. O Guarani acabou sendo rebaixado no Campeonato Paulista 2001,ao empatar em 0 a 0 com a Portuguesa Santista, em Campinas, no dia 28 de abril de 2001, véspera do meu aniversário...
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