Falando, agora, muito sério, eu deveras me preocupo com raras pessoas que, na falta de oportunidade, em tempo hábil, não auferiram o deleite da aprendizagem. Alguns me mandam mensagens por e-mail, para que eu dê certas “dicas” de aprenderam com facilidade, o que, hoje, parece um monstro de sete cabeças... Mas não é!
Já trabalhei com alunos de todas as faixas etárias possíveis e imagináveis.
E podem ter a certeza de que, em se tratando de língua portuguesa, a maior dificuldade é, justamente, o “impacto do texto”, isto é: por não ter desenvolvido o hábito da leitura, o cidadão encontra sérias dificuldades de interpretar aquilo que lê.
Infelizmente, há que culpar muitos docentes, sim!
Estou acostumada a “ver” muitos “mestres da língua” enfatizarem elementos a que se pode chamar de “gramatiquices”.
Explico: vejo professores encherem o quadro-negro-(verde) de palavras soltas, torturando nossos alunos com dezenas de exercícios repetitivos, como se aquilo tivesse alguma “utilidade prática”.
E os alunos se “enfadonham”. Não ouvem uma música, não assistem a um belo filme, não cantam, não”jogralizam”, não recitam, não dialogam...
Ufffffffffffffff!!!!!!!!!!!!!
Fiz toda essa preleção, para mostrar, através da linguagem popular do texto de Oswaldo Montenegro, a facilidade com que se pode escrever sobre algo, sem ter muita necessidade do uso de uma língua arrojada. Basta colocar as palavras dispostas em frases simples e corretas.
Verifiquem:
Tudo na gente
Que não morreu
Cercado por tudo
O que mataram
É uma ilha
Toda ilha é verde
Uma folha caindo
É ilha cercada de vento
Por tudo quanto é lado
Até a lágrima é ilha
Deslizando
No oceano da cara
Oswaldo Montenegro
Ah!
Se o mundo fosse
A miragem de crianças a brincar
Na inocência grata da poesia da vida...