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cronicas-->Banquinhos -- 26/05/2001 - 16:16 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O banquinho é uma peça do mobiliário que vem sendo sistematicamente esquecida, injustiçada. Embora usada em inúmeras oportunidades e seja elemento de alívio em muitas situações difíceis, o velho e bom banquinho é muito pouco lembrado. Não lhe é dado o devido valor. Uma pena. Há mesmo casais jovens que não o colocam em suas listas de presentes e sequer ponderam a hipótese de adquiri-lo, um que seja. Coisa de jovem. Com o tempo perceberão o erro e terão seus próprios banquinhos. Outro dia comentaram de uma greve de banquinhos, mas isto eu acho que era pura invenção. Cordatos por natureza, difícil imaginar um banquinho vingativo ou mesmo uma simples reclamação. Eles aguentam firmes e estão sempre ao nosso dispor. Que fique claro portanto que não estou escrevendo a pedido de nenhum banquinho descontente. Estou apenas procurando fazer justiça.

Tirando as muito pobres e as muito ricas, toda casa que se preze tem pelo menos um banquinho. Não que as casas muito ricas não tenham banquinhos, o problema é que elas os escondem com o receio bobo de parecer casas de classe média. Ao que parece não fica bem um banquinho numa mansão. Não posso deixar de reconhecer que realmente há uma carência de banquinhos de alto luxo. Mesmo em Miami há esta dificuldade, o que de certa forma explica a resistência. Assim, convoco aqui arquitetos, projetistas, desenhistas industriais e curiosos em geral, a desenvolver um banquinho de luxo, melhor dizer alto luxo, de modo a suprir esta lacuna e dar valor a esta peça indispensável em qualquer casa, seja humilde ou abastada. Fibras exóticas, madeiras nobres ou ligas metálicas leves, formato estilizado, altura variável, o que de melhor a tecnologia e o bom gosto possam oferecer deve ser usado na concepção do banquinho de luxo. Alto luxo, quero dizer.

Quanto às muito pobres, infelizmente, há ainda casas que não contam com a nobre peça de mobília. Devia ser proibido ou talvez devesse haver um vale banquinho. Qualquer um que não pudesse comprá-lo deveria ter o direito de retirar um em alguma repartição, destas com filas e senhas. Naturalmente haveria quem tentasse negociar seus direitos por uma ninharia, mas isto seria proibido.

Todos se esquecem, mas o banquinho é peça de grande utilidade nas mais diversas situações. Uma casa sem banquinho seria algo como uma casa sem cama ou geladeira, totalmente inviável. Se não, vejamos. Quando surge uma barata, o refúgio seguro é o banquinho. Dele pode-se vislumbrar onde se esqueceu o chinelo ou ficar chamando alguém para eliminar a infeliz intrusa. Quando se quer alcançar algo mais alto, antes de acionar a escada com todos os seus inconvenientes, o banquinho em geral é solução rápida e fácil. Uma conversinha fiada, puxa-se o banquinho e a roda está formada. Leve, se necessário pode mesmo ser jogado em algum desafeto, em cobradores pertinazes, intrusos em geral. Mas evite, isto pode fazer mal ao banquinho.

Pequeno, não exige um lugar fixo, vai circulando ao sabor das necessidades. Onde dele precisem, lá é seu lugar, e lá fica até ser chamado para uma nova tarefa. Modesto, não pede nada em troca, aguarda com paciência sua hora de atuar, serve a todos com boa vontade.

Salvem os banquinhos!


Escrito em 28.03.2001
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