Ontem Steve Jairo, hoje estou Mcqueen. Olhei e vi a Edna balançando a cabeça. Éramos dois no escritório da imobiliária e ia demorar uma hora inteira, para chegar a hora da assinatura dos documentos. Paciência para segurar a impaciência. Clint Jairowood seria um bom nome artístico para mim, melhor que Jehenny Shirlayne, um jovem que trabalhou uns dias na empresa. Ao ver a ficha de trabalho, expliquei didaticamente a origem do nome - O pai só quis lembrar-se de John Wayne e Shirley MacLaine. A Leila fez de conta que entendeu, pois é nova para esses atores. Quem sabe Megibs Mifaifer fosse mais fácil.
Perceberam que eu gosto do Steve e do Clint e dos filmes todos, que eles rodaram por aí. O Mcqueen faleceu em oitenta e o Eastwood continua firme fazendo filme. Ou continua filme fazendo firme. Quando a gente ia ao Cine São Miguel, saía dizendo - Ó firrme ruim; a maioria era só firrmão. Os farveste italianos eram sempre bons, mais tarde vim a descobrir que eles eram macarrónicos, os spaghetti western. Essas coisas todas, não falei para a Edna à quele momento, guardei para agora. Acho que falei só mais uma, de ter escolhido o nome de jogador para o filho do Régis, o Gabriel. Viu, co´esse nome não fará sucesso, melhor mudar para Gabriellysson. Bola para Gabriellysson e goooll, já pensaram no sucesso. Nem sei por que ele não gostou da sugestão. O Galvão poderia gostar, não acham...
Anotei ainda alguns nomes, de atores: Don Ameche, Melvin Douglas, Ramon Navarro, Cesar Romero. Como surgiram esses nomes, é sabido que os agentes procuravam nomes com sonoridade. Falando do John Wayne, ele se chamava Marion Morrison e Mcqueen era Terrence Steven. Já o Clint era Clinton, quase igual. Gosto muito de um ator chamado Gilbert Roland, cujo nome era Luis Antonio Dámaso de Alonso. Ele mudou, pegando partes de John Gilbert e Ruth Roland. Naturalmente era mexicano. Aliás, nome sonoro sempre achei Don Diego de La Vega, El Zorro. Interpretado por Guy Williams, pseudónimo de Armando Joseph Catalano.
Sorriso era com Cesar Romero, charme e estampa de dar inveja. Apaixonado pelo Rio, americano de origem cubana e amigo de Carmen Miranda. Nem precisou mudar, chamava-se Cesar Julio Romero Jr. e Carmen, vocês sabem, nascida em Portugal como Maria do Carmo, mas brasileira das mais conhecidas nos States. Conheci um Tairony, só pode ter vindo do ator Tyrone Power, que, olha só, chamava-se Tyrone Edmund Power Jr. e estou aqui tentando imaginar quem o filho do Seu Adamir homenageou colocando o nome de Tarique no filho. Naquela hora da paciência anotei também Burt Lancaster, Alan Ladd, Van Heflin e Jeffrey Hunter. Errol Flynn, o eterno Robin Hood, era Errol Leslie e não tem filme de Robin Hood sem ele, podem assistir, não é a mesma coisa.
Jeffrey Hunter ficou famoso no papel de Jesus em O Rei dos Reis, tinha por nome Henry Hank Mckinnies Jr. e faleceu cedo, pelos quarenta, caindo de uma escada trocando làmpada; pode uma coisa dessas, nunca me conformei. Van Heflin, adivinhem, chamava-se Van Heflin e seu último filme foi Aeroporto, de setenta. Filmão, diria. Nome normal, Burton Stephen Lancaster; agora de fera - Burt Lancaster. Só lembrarem-se daquela cena na praia em "A Um Passo da Eternidade" com Deborah Kerr. A mesma da música Flagra, da Rita Lee: Se a Débora Kerr que o Gregory Peck... Este era o Eldred Gregory Peck, atorzaço, principalmente no filme O Sol é Para Todos, como Atticus Finch. Alan Walbridge Ladd morreu cedo, mas deixou um pistoleiro para o todo e sempre, só assistirem Os Brutos Também Amam. Ele era o Shane. Verdade, que neste domingo, vinte e três de dois de quatorze, voltei quase um século com os nomes acima, mas dou um mais novo - Mel Colm-Cille Gerard Gibson, o popular australiano Mel Gibson Mad Max. Telefone Inhoo, é de Hollywood! Chiii, preciso escolher um nome mais sonoro e até o próximo Oscar...
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