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Cronicas-->DENILSON, o último Poeta libertino -- 24/05/2001 - 23:47 (VIRGILIO DE ANDRADE) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Dia 17, desembarquei no "Gigard D´estand" para uma rápida e benéfica estadia de segunda classe na Capital francesa. Tudo, por força da minha desmedida subdesenvolvida ousadia cultural. No entanto, em perfeita harmonia com o aconselhamento do amigo, poeta e filósofo do ócio cotidiano, Carlos Chagas.

Quando recolhi o passaporte e penetrei nas avenidas da cidade, fiquei chocado com o retrato em preto e branco do cartão postal da "Cidade Luz". PARIS já não era a mesma! A Torre Eifel; A Praça Boulevard; o Arco do Triunfo; e até mesmo a Ponte de Bovenir (onde morei nos meus dias de juventude transviada) estavam às escuras. Era um breu tão profundo que pensei ter desembarcado em Brasília, em plena Esplanada dos Ministérios. Paris parecia terra de ninguém. E ninguém precisou me dizer que o prefeito era um tal mesieur Fernando, para concluir que Paris também vivia seus dias de fernandização do sistema elétrico. Logo Paris, capital do iluminismo universal, passava por seu momento de apagão cultural.

Sem ter a quem reclamar, pois, por lá, O CÓDIGO DO CONSUMIDOR também foi revogado, solicitei a Pierre Verge (aprendiz de guia de turismo) que me leva ao Coliseu para secar minha indignação com as calcinhas rendadas das dançarinas do CAM-CAM.
CAM-CAM? Eu fiquei foi tam-tam! Tam-tam de tanto ver bundas latinas rebolando ao ritmo do: "DOí, UM TAPINHA NÃO DOí". Eu nunca imaginei tamanho disparate: substituíram os cachinhos doirados das pudentas virgens francesas por moitas "rastafaris" das despudoradas passistas de escola de samba. Cheguei a pensar que havia aportado na selva amazónica, ao ver tantas matas defloradas.

Fugindo daquela cena horripilante e erótica, adentrei o Café Bistró e encontrei, na quinta mesa, Marlene Dietrich em lágrimas e lamentos. Coitadinha, chorava por seu único amor. Aquela cena era de sangrar a alma, mas, sem delongas, puxei a poltrona e indaguei:

- Mesieur Denílson?

Marlene olhou no fundo dos meus olhos, e não me respondeu. Com um sorriso desdentado, pediu para lhe pagar uma meiota e uma porção de Goiabada Cascão com queijo de Minas. Por fim me disse:
- "MERCY BOCU"!

Aquela boquinha de fada me dizendo: "mercy", machucou meu coração. No entanto, quanto seu hálito penetrou os poros e ela me disse: "bocu"; tive um orgasmo múltiplo. O "bocu" de Dietrich é um atentado ao pudor. Por ele, o bispo já perdeu a batina, e Napoleão perdeu a guerra. Como poderia resistir?

Após saborear aquela iguaria da culinária tupiniquim, Dietrich ficou alegre e me confidenciou sem fazer arrudeios, que o Poeta havia partido na companhia de um tal GAYA (para quem não conhece GAYA, fica entendido que por ela "PICASSO" perdeu a cabeça e a lucidez do traço).
Comovido do seu sofrimento, fiquei refém da situação da minha confidente. Afinal, entre Dietrich e GAYA existe um vácuo uterino que separam dois mundos:
Dietrich é volúvel, como toda amante francesa. É capaz de transar com dois homens sem trair a nenhum dos dois, e ainda ser extremamente educada na hora de faz amor. Ela sempre diz: "Mercy... BOCU, BOCU!".

GAYA, por sua vez, é fogosamente selvagem. É a única capaz de plantar bananeira com uma única mão. E, de quebra, carrega nos quadris um fogo suficientemente avassalador para incinerar uma linguiça de bom tamanho e diàmetro. Pelo que se conta, GAYA é a única capaz de sorrir quando come banana verde com casca.

Prevendo que Denílson deixara de ser suficientemente competente para suportar a múltipla carga erótica de tão formosas damas. Recordo o ditado que diz: se vai o dedo, fica o anel. Imagino que o prodigioso poeta perdera a capacidade intelectual de presenteá-las com ereções criativas e ininterruptas.
E tanto era, que, para infelicidade das donzelas parisienses, o mais fértil e ilustre poeta (legitimamente Gaulês) se debandou para nosso inesgotável paraíso tropical.
Se Paris já não se fazia merecedora do olhar crítico e puritano do poeta maior, nós, da USINA DE LETRAS, abrigamos mais um poetinha que se diz metido a besta.
E VIVE LE FRANCE!
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