Essa historinha, contada pela minha avó, tem como protagonista o meu pai, Cássio:
Doce de grama
Doce de cidra é bem gostosinho, com aquele amargo característico. E o mais gostoso é aquele feito em casa, porque é puro - sem a mistura de mamão.
Mas que dá trabalho, isso dá: colher o fruto; ralar (ufa!) já é uma tarefa mais árdua, porque dificilmente os dedos saem ilesos; lavar bem aquela massa, trocando a água várias vezes ao dia; e no final, levar ao fogo, no tacho de cobre, com o açúcar, e com a colher de pau ir mexendo até tudo ficar cozido. Prova o doce e no outro dia é que está no ponto ideal, porque aí o açúcar já “entranhou”. Coloca numa vasilha de louça que vai para a geladeira. De colher em colher em pouco tempo ele vai todo embora. E se, para acompanhá-lo, tem um queijo fresquinho, então?
Antônio sempre fazia desse doce quando nossos filhos eram pequenos e Cássio, uma vez, nos fez dar gargalhadas, quando, abrindo a geladeira, e vendo aquela compoteira com doce verdinho, veio correndo me pedir:
-“Mãe, eu quero doce de grama!”
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