Usina de Letras
Usina de Letras
158 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50608)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->1974 - Mike Quarenta -- 09/02/2014 - 17:25 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Mike vai fazer quarenta anos... Sem completar a frase, emendei: a Evinha já deve ter uns sessenta e oito anos. Estava ouvindo a Festa do Bolinha, música antiga gravada pelo Trio Esperança, do qual ela fez parte. Nada a ver, a não ser pelo tempo passado. O Mike está fazendo quarentinha hoje, agora. A propósito, a Evinha fará sessenta e três em setembro próximo. Liguei para ele, depois de dois jaairiiinhoo e um miiquee, disse parabéennss e ouvi que teria boolo. Tchau Inho.
Que calor, dois ventiladores e Susie Q no ar, vamos ler as notícias do dia, uma excelente matéria do jornal O Globo: o aniversário da Ponte Rio-Niterói, também quarenta anos, inaugurada em mil novecentos e setenta e quatro, dia quatro de março, mas em construção desde dezembro de sessenta e oito; mesmo ano, quando a Evinha ganhou o Quarto Festival da Canção, com a música Cantiga por Luciana. Sem perceber, estou ouvindo o Creedence Clearwater Revival First Album 1968.
O texto começa polêmico, em razão do nome oficial da ponte, que é Costa e Silva, segundo presidente do ciclo militar e o Ministério Público Federal tem intenção de mudar o nome, que remete a um período turbulento da nossa história. Independente disso, depois você pode ler sobre os aspectos construtivos e de engenharia, inéditos na época e para uma ponte com mais de treze quilómetros de extensão. São detalhes, que um estudante de engenharia não deve perder. Fiquei um tempo absorto nessas considerações.
Eu tive vinte, quando o Mike nasceu e o Ministro Andreazza cruzou a ponte, não sem antes ter morado no canteiro de obras, pra coisa andar. Não é que eu tinha, eu tive e meus vinte anos continuam meus, acrescidos de mais quarenta. Passavam pela ponte por dia, no primeiro ano, vinte mil carros e hoje mais de cento e cinquenta mil a atravessam diariamente, fazendo dela uma grande rua. O Mike cresceu também, hoje mais lateral, mas um coração imenso. Meus zero de gordura e carequice cresceram juntos. Em setenta e quatro, o Presidente Nixon renunciou e os Estados Unidos nunca mais foram o mesmo, o criador do Biotónico Fontoura morreu antes da sua criatura e o jornalista Heron Domingues, o Repórter Esso, passou mal, após dar a notícia do Nixon, falecendo a seguir, com os amigos acreditando que foi vencido pela emoção, não a bebida e o fumo em excesso.
São Miguel Arcanjo era governada pelo Prefeito José França, o Zaga era vereador, completava oitenta e cinco anos e perdia pessoas como Policarpo, pai do Carpinho e Dona Angelina. O asfalto estava longe de nós, o cinema tinha função e foi quando a Edna a visitou pela primeira vez, para ver o bebezinho Mike. O Boi e o Zé Pereira jogavam, entre outros e me parece que o Ariosto e o Reynaldinho buscavam aspirações maiores nos campos do mundo. Cassiano abrilhantava os desfiles e a locução e o Homerão já estava em São Paulo com o Pedrinho.
Meu pai tinha o caminhão quinze-treze e nenhum neto; teria mais um filho um ano depois, fechando os nove, fazendo da minha mãe uma preocupação só. Será que algum são-miguelense já teria atravessado a ponte ou se lembrava da Evinha. Eu me lembro do carnaval desse ano, deixa pra lá, não é muito mesmo, mas eu lembro mais dos ónibus ruins e das caronas. Ainda trabalhava no meu primeiro emprego em São Paulo, o Metró dava os primeiros passos e o Joelma causou demais com seu incêndio assustador.
Neste domingo, nove de dois de quatorze, importante pelos quarenta do Mike, aproveito para reclamar mais um pouco do calorão e encerrar ao som de Hey Jude, Beatles. Beijão Mike!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui