O sol não tarda a despontar no horizonte, Angela noite… dorme livre, em sonhos de menina, livre das grades impostas pela vida...
Seis primaveras se faziam desde o primeiro choro, choro sinfonia para os pais, choros de alegria.
- Sou um passarinho! – dizia Ângela pôr onde passava, com sua alegria radiante, nas ruas onde morava, era assim conhecida a menina, negra, linda menina pássaro, menina livre.
Mas as grades não tarda, prisão que surge em nossa vida, sem sentido, a liberdade da criança incomodava - Criança endiabrada! Diziam bocas escravas que não suportava a liberdade da criança que desejava voar livre ao sabor dos ventos.
Em uma bela manha Ângela não corria mais nas ruas do seu bairro, vivia triste a observar o mundo através das grades do portão de sua casa, o pássaro já não voava mais.
Mas Ângela decidirá (decisão de criança), voar pôr uma ultima vez. Deixou as grades, atravessou a rua indo em direção a uma construção abandonada, subiu cuidadosamente as escadas para o pavimento superior da construção e lá de cima gritou pela ultima vez: - Eu sou um passarinho! E voou para sempre nas cabeças de todos os moradores que presenciava a liberdade de uma menina, negra, linda, que desejava ser livre feito pássaro. Que ousou (ousadia de criança) a fantasiar e fazer de suas fantasias o seu escape, do seu convívio, de um mundo turbulento, violento, sem amor. Ousou ser pássaro e voar para longe de sua vida sufocante, de uma vida escravista de pessoas que tendem a engrandece-se pisando em seu semelhante, pessoas que se auto encarcera por medo de sua imagem refletida nas ruas. Ângela, a menina pássaro do subúrbio.
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