Usina de Letras
Usina de Letras
50 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62193 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50598)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Hoje, não. -- 06/01/2014 - 20:46 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Sentei-me aqui e sinto como se várias vozes quisessem falar. Hoje não, prefiro ouvir Beethoven, esse surdo que deixou rasos de lágrimas os olhos da musa que o incentivou. Prefiro ouvir a música que move as almas tranquilas, sem o açoite das corredeiras que trazem danos e ruídos escusos. Prefiro ouvir a majestade de Bach, a suavidade de Debussy, o ritmo de Mozart ou as noturnas de Chopin.

Hoje não quero ouvir as vozes que me dizem das ondas de Açores ou das últimas jogadas de marketing das emissoras de televisão. Nem ouvir falar das notícias que correm de ponta a ponta nosso mal afamado rincão. As vozes me dizem e apontam para as nuvens, recuso-me a sair à sacada e ver nelas os sinais dos tempos. Hoje não. Hoje eu escuto a música das esferas, a tristeza de Mahler ou os lagos de Tchaikovsky.

As vozes me dizem, esperem que nossos dias são longos no verão, mas eu acredito no que diz a voz interior, que diz que o sol brilha poderoso lá fora, acima das intempéries que varrem o mundo, bem acima de nosso tempo de existência, qual um deus em sua plenitude. Essa é a verdade. O tempo quem inventou fomos nós, em nossa ânsia de controlar o mundo, em contar os segundos que faltam; tudo uma balela, acima do tempo está a eternidade de tudo.

Hoje, definitivamente, não quero ser um dos tantos que se deixam levar pela ganância, pelo absurdo dos tempos limitados de nossa consciência; quero sorver o verdadeiro tempo que corre nos átomos e nos pontos luminosos que pertencem ao mundo que construímos, apesar do tanto que fazemos para nos enganarmos a respeito da verdadeira essência do tudo e do todo. Daí, como num espetáculo de uma orquestra, em seu lento início ouvimos as cordas, o violoncelo, lento e profundo como o mar que nos aguarda lá, bem à frente: As vozes se calam, então.

Ouve-se um silêncio respeitoso. Que se abram as cortinas.

Hoje, não.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui