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Teses_Monologos-->Monólogo do Meio-dia -- 13/01/2005 - 00:54 (Luis Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Monólogo do Meio-dia
Luís Gonçalves
As dobradiças do corpo parecem que enferruja certas horas. Hum, hum! Não há esforço que de jeito. É, sim, justamente. Saco cheio não dobra! Rê, rê, rê!!! Mas... de que adianta o dizer, se na verdade, saco vazio não pára em pé, né? Não acha? Só no vê quem não quer! Ahã!... Nunca vi Padre Nosso, sem terço! Isso é fato! Embora tudo está tão mudado; mas o sistema é o mesmo.
Tudo isso é falta de molejo no corpo. É preciso junta mole. Tchá! Bem que sei. Nem tchum!... Carro parado não ganha frete! É! Sabe de uma coisa?, a gente acostuma com a moleza. É verdade! Inútil, a pele chega ficar espichada. Imprestável! Forte e rija, sapecada pelo mormaço do meado do dia. Pois sim... Não tem?
Fica duro, duro! Teso! Igual lombo de jacaré sondando o sol. Pois zé!... Pensa que é só Deus que mata? Dá no que dá! Isso deixa o vivente sem concerto. Entregue aos suspiros prolongados, que rompe pelo vão do peito. Quá!... não vou nessa, não!
Pelo menos o coração está bem atarraxado. É!... tá até roncando. Hum, hum! O gogó chega estar pinicando. Ahã!... Até parece dengo de boi manso. Não é?..., magina! Quer saber? O tempo anda atolado em tristeza.
É verdade! Fechado nesse balaio de desgosto, não vai longe para o penitente danar a soltar as primeiras golfadas de suores pelas têmporas. Justamente! O corpo da gente fica ensopado! Soprando igual cavalo chucro na redoma. Já pensou?
Agonia saudável que nos faz humano pelo baixo ventre. Justamente! Fica tudo pinicando. Rê, rê, rê!... O segredo da gula, esconde na alquimia dos alimentos. Isso mesmo! Comer e beber bem, são segredo para poucos. É sim! Ninguém separa um ser humano, no seu juízo perfeito, de uma farta mesa. Isso é fato! Digo isso, num tiro de língua!
Há casos de pessoas que chegaram a esse ponto. Pois não é? Desconheceram o prazer da boa mesa. Onde já se viu? Enlouqueceram! Danaram a cultuar a fome, por pura opção da burrice. Uma raridade é claro. Hum, hum!...
A bem da verdade, vejo isso como um ajuste do maligno. Duvida? Só para apressar a colheita. Pois zé!... O vivente quando perde a boa fé na comida é porque desconhece a verdade divina. É ou não é?
Pode cuidar do espírito que o esqueleto está morto há muito tempo. Põe sentido! Olha! Deus dá a sopa conforme a colher. É verdade! Ora!, quem não tem cão, caça com gato. Agora, quando! Só se eu não soubesse... Tchá por Deus!...
Comigo é diferente! Prefiro morrer de bucho cheio para ajudar no contrapeso, na hora do enterro; que necessitar de rebite durante o encaixe no caixão. Não vem, que não tem! Pior do que carregar o defunto fresco é o balanço do caixão. Justamente! É igual onda vira-canoa. Danado para afrouxar a polia do braço e calejar a cacunda da mão.
Daí uma coisa que não admito: além do esforço, o reumatismo da profissão? Quá! Pára com isso. Sem falar no desgosto de quem não escolhe a hora certa pra morrer. Nem me fale! Hum, hum!...
É!, tem gente que pensa que a vida não acaba nunca. Duvida? Vive fazendo firula o tempo todo, até a morte chegar. Na hora do vamos ver, é um Deus nos acuda! Fazem de tudo para enganar a morte. Mas aí, é tarde demais. É onde a porca torce o rabo! Quando chega o momento, é melhor ir logo para não atrapalhar o trânsito. Sabe como é?
Bestas! Não valem a comida que comem. É!... São os ditosos ladrões da santa paz. Eu nem tchum! Quem tem esse tipo de gente na família, vive com um pé no hospital e outro no necrotério. Justamente! Parece cachorro sarnento; sem sossego. Sim, sim...
Custoso é quanto o infeliz se rebela contra a própria sorte e fica naquele vai e vem da serra de fita. Deus me livre! Entra numa contenda entre a vida e a morte e nela não acha sossego. Cruz crédo! A gente fica com calo na língua de tanto rezar pela alma do infeliz... tudo em vão! Duvida? Tem deles que faz fita. Vira o olho, tosse, escarra,... só pra gente vê que ainda está vivo. Pra vê como são as coisas...
É!, mas comigo não encontram moleza; sim, senhor! Comigo, virou o olho?, vou logo aprumando a vela pelo central da mão, rogando espaço vago no céu, pela reserva do canto lá no purgatório. O infeliz que se arranje. Hum, hum!... Sabe bem, que quem caça acha!
Para arrancar defunto do atoleiro da agonia, basta fazer a reserva do outro lado da vida. Verdade! Sê tem de ir o bicho se arranja no momento. Sim, senhor! Porque nesse caso não podemos esperar muita coisa. Justamente! Cavalo velho que refuga porteira, é mais tinhoso que o próprio cão chupando manga. Dito e certo.
Gente que presta não apronta firula para morrer. Isso não! Quando menos se espera já foi. A gente nem vê a hora! Tem que ficar de olho bem aberto; ás vezes não dá tempo nem de rezar a extrema-unção. É verdade! Quem tem de ser, não é para padecer. Pois sim! Verdade seja dita! Onde já se viu defunto refugar caixão? Pelo contrário: gosto do defunto é buraco fundo. É, ou não é!? ...
Está aí uma coisa que não me passa pela cabeça! Ficam caçando arte; mas na hora da verdade mudam de idéia rapidinho. Tudo isso é falta de caráter. Seja tudo pelo amor de Deus! Sei dizer que para liquidar esse tipo de gente é preciso disposição...
Rê, rê, rê!... Sei que não é caso de rir, mas que dá graça, dá. O fulano, o tal empacado, o propenso finado defunto; sabe?, ele deixa todo mundo na maior agonia. Tudo culpa dele mesmo! Esse tipo é caloteiro, não paga o que deve para Deus e decide enrolar na hora de embarcar para o inferno. É coisa ruim... hum, hum! Justamente!... é!... ahã!...
Comer é bom, mas dá uma canseira danada na pança. Pra ver como são as coisas!... E ainda mais com esse sol. Isso dá uma tristeza imensa. Misericórdia! Parece que tudo que a gente come desce fazendo uma revolução na barriga. Tchá, gente! Deixa qualquer um aniquilado. Entregue a depressão da comilança. Hum, hum! Mas é melhor do que a fome. A fome é doída demais. Só mesmo Deus para ter misericórdia. É!...
Morrer de fome é pior que morrer de tiro. Concorda? O ruim de morrer de tiro é só a sede. Mas isso passa. Verdade! Mas dor de barriga não bate só uma vez. Pudera! Quando a fome aperta, até o mundo fica preto e branco. Meu corpo chega até doer só de pensar em tamanho desacerto. Quá!...
Comer é bom, mais viver é melhor ainda. Não acha? É melhor comer até ficar triste, do que ser um faminto alegre. Sê é que existe alegria nisso. Pense bem: esse povo que vive fazendo regime tem a alma suja. Seja franco! Não tem cabimento algum, dizer que magreza é sinal de beleza. É ou não é? De osso pelado o cemitério anda cheio! Concorda?
Verdade seja dita, quem despreza uns quilinhos de banha bem distribuídos, aqui e acolá, não sabe o que quer da vida. Nessa eu não entro!... E quem vai querer perder tempo com um tipo desse?... Mas vai entender quem não tem conteúdo. Isso é falta de propósito.
São pessoas sem mérito. Se facilitar, não sabem nem o endereço da própria consciência. Vivem no vácuo dos outros. Quá!... Em pé, é uma vara inútil; deitado é um palito seco. Tem cabimento? Deus que me livre e guarde. São Brás!
Pessoas vazias. Isso mesmo! Por fora é um osso, por dentro é só o oco. Alguns se escondem atrás de uma bata enorme. Põe sentido! Um camisolão colorido. Disque é moda. Mentira! Não tem é o que mostrar. Só couro em cima do osso. Hum, hum!...ts, ts... ahã!...
Esse calor dá uma aflição sem controle. É verdade! Daqui a pouco vem aquele cheiro de carne molhada. Tchá, por Deus! Caldo de piranha! Rê, rê, rê!... Aumenta a banha dos cabelos e a beleza vira uma meleca. Deus me livre! Acho difícil manter a beleza com todo esse calor. Não sei pra quê tanto sol!?
Acho que estou no lugar errado. O fato é esse! Definitivamente esse mundo não me pertence. O meu lugar seria dentro de uma geladeira. Isso mesmo! Mas quem iria me ver lá? Não tinha pensado nisso! A minha orelha esquerda é que não! É o que dá, não ter com quem contar! Esse está mais morto do que vivo. Hum, hum!...
Quem sabe se eu mandasse fazer uma especialmente para a minha... sesta. Depois do almoço. Até que não seria uma má idéia!... Uma geladeira bem bonitinha! Maquiada!... É verdade! Na vida tudo tem jeito. Uma linda geladeira, chama atenção! Quem não gostaria de abri-la toda hora? Rê, rê, rê!... Bobagem pouca! Deixa quieto. Hum, hum!...
Tem gente que é preguiçoso até para desprender dessa para a melhor. Quá! Desse jeito o meu projeto de geladeira vai por água abaixo. Pudera! Se não tem quem vai abri-la eu vou acabar carunchando lá dentro. Vote! Nesse caso, prefiro derreter no calor que morrer congelada. Nem vem! Verdade seja dita: pelo menos não nego fogo. Graças à Deus!
Sou mulher de quadris largos e tutano grosso. É verdade! Só não vê quem não quer. Além disso, quem não agradece o pouco, o muito não merece. É ou não é!? E lá sou mulher de se jogar fora. Põe sentido! Deixe-me passar a minha munheca por cima do suã dele. Deixa! Só pra ver o bicho arrepiar igual ouriço. É sério! Ts, ts,...
O homem que não enxerga uma mulher do meu tamanho pela frente está cego. Não é verdade? E galo cego não presta nem para enfeite de terreiro. Tchá gente!... Não adianta, o que tem de homem cego hoje em dia, não vale a pena nem contar. Se não é!...
Digo logo, quem não lutou na vida nem na morte. Hum, hum!... ahã!... Mas, e esse calor que não acaba mais?!... Pra ver como são as coisas!... Acho que comi demais e o esforço bateu na fraqueza. Cruz credo! Se não sou uma mulher de brio, há esta hora estaria dobrado em dois. De certo que sim! Hum, hum!...
Coitado do pobre do meu marido esse já morreu faz é tempo. Quá! Um homem que acha que dormir é lucro, é porque não tem peito para encarar a luz do sol. Sejamos francos! Com certeza não me merece! Não acha? Sou muita mulher para um homem, não para um estrume de rede. Comigo não tem lero-lero!... tchá!...
Deus que me livre e guarde!... O sono é o prenúncio da morte. Quá!... Diz ele que acha bom ficar esticado nessa rede entra dia e sai noite. Só bobo para acreditar!... As dobras do corpo, fedem mais do que chifre queimado. Eu não entro nessa! É sério! Até parece perfume de onça. Tudo isso é preguiça.
Falo verdade, sou mulher; mas não me troco por certos homens que não honra nem o badulaque que trás entre as pernas. São Brás! Não valem uma pitada de fumo ruim. Tá pensando o quê? Tchá por Deus! Mas nós mulheres temos que aturar. Mesmo sabendo que não valem nada. Hum, hum!...
Homem de verdade não deve pregar os olhos nem para dormir. Concorda? Se eu fosse uma qualquer há essa hora estaria esquentando a moita com o primeiro que topasse pela frente. Ah! Senão. E o besta está aí dormindo. Isso mesmo! Roncando igual um bugio. Mas, vai lá mexer com ele, vai! O homem vira um leão. Ts, ts...
Ele que não fica esperto. Não sei até quando vou conseguir controlar o meu juízo. Depois quer reclamar!... Guerra avisada não mata aleijado! Ele está enganado com a passagem da lua. É sério! Coragem é o que não me falta. Ts, ts...
Ele fica aí..., de bobeira..., é só tamanho e safadeza. Depois não reclame. Hum, hum!... ahã!... Também esse mormaço dá até canseira na vista. Tchá gente! Danado para desengatar a mãe do corpo da gente. É ou não é? Quem não é de opinião, não consegue nem manter a janela do olho aberta. Cruz crédo! Mas não dá pra viver só de brisa. É bom fazer corpo duro. Ts, ts...
Mas isso é falta de vergonha na cara. A carne é fraca, mas não devemos facilitar. Afinal de conta eu não sou uma mulher de se jogar fora. É verdade! Deveria ter sustância pelo menos para encarar a minha beleza com dignidade. Deixe-me dar pelo menos dois dedos e meio de prosa no pé da lata dele. Tenho certeza que não vai se arrepender. Pois não é?
Poucos homens conhecem o poder milagroso da voz de uma mulher. Tá entendendo? Hum, hum!... Não é querer me gabar; mas, voz igual a minha é capaz de coisa que até Deus duvida. Isso é um fato!... quá!... Mas acho que o meu marido já passou dessa fase. Se brincar, nem o berro de uma vaca é capaz de tirá-lo dessa rede. Não duvido! De pé é um toco, deitado é um porco! É, ou não é!? Pudera! Hum, hum!...
Quem sabe uma patada de mula, bem colocada no pára-choque da cara?... Não é verdade?... Dizem que pé de galinha não mata pinto! Ts, ts... No caso, a receita certa seria uma picada de cascavel bem colocada embaixo do sovaco. Rê, rê, rê!...
Francamente! Esse sim, quando não mata aleija. Seja tudo pelo amor de Deus! Tem pessoas que precisa de um pouco de incentivo. Coisa pouca! Deus que me perdoa de falar. Quem sabe sem os braços, as pernas ganham mais serventia? É ou não é? Hum, hum!...
Tem que se fazer cara dura. Verdade! Ninguém deve negar destreza a um infeliz que não leva jeito para nada. Tchá! Qualquer coisa é melhor do que a moleza do corpo. Põe sentido! Ficar atoa dá uma canseira de não fazer nada. Sem falar na desconfiança do tempo. Nesse caso, seja tudo pelo amor de Deus.
Esse mundo anda mudado. Hum, hum!... Não se tem conhecimento mais de nada. Ahã!... Calor e barriga cheia, realmente não combina. Deixa a gente com o corpo pinicando, igual urtiga. Não, é? Hum, hum!... Se a gente olhar em linha reta. Ahã!, Assim, no estirão da vista, vê que até a terra anda suando feito burro no arreio. Disso eu ando cansada de saber.
É verdade! Creio que o mundo ainda vai acabar sapecado em brasa viva. Hum, hum!... Alguém anda querendo comer churrasco humano e o povo nem desconfia. Tem gente de miolo mole por aí! Duvida? Hum, hum!.. ahã!... Bem que poderia soprar um ventinho. Coisa pouca só para enganar esse mormaço cruel. Ho tempo custoso esse! Ts, ts.
A preguiça é um fardo pesado que dobra o toutiço de qualquer barbado. Isso é um fato! Mas homem tem que ser homem até feder. Justamente! E antes de se jogar fora, é bom verificar se o prazo de validade está realmente vencido. Quá!... Se não fosse esse calor cruel, eu já tinha liberado o meu. Pudera! Também, não vamos exagerar. É, mais vale um pássaro na mão do que mil voando. Tudo tem limite. Tchá gente!...
A minha orelha esquerda, já era. Ahã!... Não posso mais contar com ele nem para esquentar a costela durante a friagem de junho. Crédo! O homem anda frio que nem pele de rã. Justamente! Deu o que tinha de dar. Pois zé! É daí dessa rede para o terno de madeira. Pode esperar! Essa é à conta dos noves fora. Daí não passa! Eu nem tchum!
Deus que me livre e guarde, mas acho que tudo isso é medo. Cruz crédo! O medo é pior do que a preguiça. Olha!, o medo mata! Quem tem medo não presta nem para morrer. Fica que não sabe o que quer. Sim senhor! E quem acaba sofrendo somos nós. Eu não quero ser sacrificada por ninguém. Deus me livre e guarde! Ts, ts!...
Pensa que é fácil para uma mulher, linda e maravilhosa, ficar anos a fio esperando um sujeito medroso decidir a morrer? E o tempo perdido não entra lá pela ponta do lápis? Hum, hum!... Falando nisso é bom eu ir me preparando para o pior. Ahã!... Não aprecio surpresa desagradável. Tenho que caprichar na maquiagem. Justamente!
É bom fazer uma boa cena na hora do enterro. Isso às vezes ajuda. É verdade! A próxima vítima pode estar entremeio a corja do cortejo. Duvida? Tem cada homem bonito no enterro. Alguns têm até peito empinado. Parecem até pavão no cio. Tchá por Deus!
E tem homem que não resiste um pranto feminino. Verdade! Hum, hum!... Tenho que caprichar na maquiagem. Ahã!... Já pensou se o meu rosto não borrar? Deus me livre! Eu não quero dar esse vexame! Crédo! Meu rosto, tem que borrar! Tem que chamar a atenção de todo mundo. É ou não é?
Sê querem espetáculo então vão ter. É claro que vão! Homem é tudo igual! Fazem o possível para dificultar a situação. Dito e feito. Depois termina igual aos outros: roncando e suando; roncando e suando. Pudera! Depois da cerimônia inicial, vai tirando o sapato de mansinho e se vestindo como um bom pé de pano. Disso eu sei. Vote!
Têm outros que são mais reservados. É!... Ficam com a cara enfunada. Cheio de assim, assim! Impõe respeito pelo corpo do falecido. Quá! Mas por baixo do pano são todos iguais. Põe sentido! Só muda o envelope! Não suportam o bafo quente que sai do fundo da saia. É verdade! Rê, rê, rê!...
Esses são os mais difíceis. Sim senhor! Toma muito tempo da gente. Tem deles que dá uma canseira danada. Obriga a gente até ir confessar primeiro com o santo padre. Já pensou? Disque para limpar a alma. Não sei o que tem a ver uma coisa com a outra.
Hum, hum!... Esse calor está me tirando do sério. Cruz ave Maria! Mas quando é do interesse a gente faz qualquer sacrifício. É só tomar cuidado. A coisa quanto mais difícil melhor é. Ainda mais quando ele é do tipo calorento. Verdade! Qualquer coisa está suando. Pode contar: é esse que é bom. Vá por mim! Eu sei o que falo.
Homem seco é complicado. Deus me livre! O casco é duro e espinhento. Sem mentira alguma! É igual folha de lixeira. Põe sentido! Pra começar, vive constipado. Quando assim: só pega no tranco! Quá! Eu não boto a mão no fogo. Verdade! Por esse tipo, não! Pra mim?, homem espirrou?, pode contar: tá bichado! Tchá gente!... ts, ts!...
Por favor!, vamos parar com isso!... hum, hum!... Homem é bicho besta; se deixar ele toma as rédeas, acha que é o dono do mundo. Ahã!... Quem quer o seu, tem que traze-lo em cabresto curto. Não pode facilitar. Preste atenção: quanto mais a gente abaixa mais a bunda aparece.
Mas vale a pena. Como não!? Esse tipo de homem quando mostra todo seu esplendor, é uma maravilha. É só fingir um bocadinho que o bicho vira um furacão. Dá gosto vê-lo mostrar toda a sua masculinidade. Hum, hum!... São os melhores. Ahã!... Os mais difíceis são os melhores. Eu quem o diga... Deus me livre! Estou derretendo nesse calor.
Hum, hum!... De qualquer forma não quero perder essa oportunidade. Gente do céu!, pra que tanto calor? Ahã!... Bom seria se saísse do cemitério já engatado com um fácil e rebocando o mais difícil. Já pensou? Quem sabe, o meu futuro garanhão está esperando por mim lá no cemitério? Quem me garante isso? Hum, hum!... Eu já estou me assando toda.
Ahã!... E eu aqui enrolada. Deus me livre! Sinto-me com as mãos atadas com esse traste ao meu lado. Tchá gente! Não presta nem para morrer. Desocupa a moita infeliz! É ou não é? Está com medo da morte?, pede ajuda que eu lhe mostro o caminho. Tchá por Deus! Quando a coisa chega a esse ponto, nem missa encomendada resolve.
(Passos)
Agora, sim!... Mas não há de ser nada, não. Pudera! Vou cuidar de adiantar as coisas na medida do possível. Se Deus quiser! Eu não vou deixar o meu futuro homem esperando a vida toda lá naquele cemitério imundo. Ahã!... Deixe-me em paz calor!
(Passos)
Cruz crédo! Quem tem pressa come cru. Mas eu gosto do boi berrando... Acho que estou queimando! Um pouco de sangue não faz mal a ninguém... Estou queimando, sim!
(Alguém se aproxima)
Quer saber?, vou começar a preparar a minha festa. Não estou nem aí! Exatamente!, a minha festa. Seja o que Deus quiser! O namoro é para o conhecimento; o noivado é para o treinamento; e o casamento é... o... FIM!!!
(Movimento brusco. Sussurros e lágrimas.)

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