Eu não escrevo sem ela, assim pensando e causando-me. Não precisava, claro, mas como escrever sem a chave das palavras e onde coloquei a chave? Inhoo, escreveu... Ainda não, darei um furo com o Miguel. Puxa, você anotou várias coisas. A chave deve estar aí. Hoje, fomos almoçar no Coco Bambu, restaurante de uma rede de Fortaleza. Eu estava com uns papéis no bolso e já fui objeto de perguntas - Quéisso? Anotações. Ah, guarde já. Restaurante ótimo, com pedida melhor do Henrique, moqueca e peixada, camarão para a Edna, pelo aniversário dela em conjunto com a Emília, mesma data, anos diferentes, aliás, ano passado falei sobre isso, comentando sobre idades.
Idade, motivo talvez para eu anotar as coisas e certeza da minha preguiça com sentenças mais longas, ou palavras maiores. Ontem se acidentou o ator Paul Walker, cuja informação passei de manhã - Faleceu o Pouoquer, aquele ator de Vlzesefurios, uma batida parecida como a do Jemesdin. Nem falo inglês, mas o pouquinho que arriscava, já entrou no mesmo esquema. Continuei informando - Puxa, isso aconteceu em Losangis, lembra-se dos filmes, já estão no seis ou sétimo, parceiro do Vindiziu. Nossientrono posti, assim fechei. Venha ver, ainpegofogu, coitadu essianu teve no Sãpaufexiuiq desfilando. A Edna balançou a cabeça.
Tá passando Osintocáves, olha aí o Xanconeri e o Kevicoste, informei e assisti até o fim, inclusive a prisão do Aucapon. Neste filme o Xanconeri levou um Ósca pelo seu papel; isso na sexta à noite. Só pode ser a idade.
Vamos chegar atrasados ao restaurante, já estão lá, certeza. Saímos, eu no banco de trás e no caminho fui rememorando este meu novo dialeto, mas em construção desde sempre. Começou com a minha dificuldade com o erre e o ele, trocando a posição dos dois, por exemplo, na palavra ingreis, fora que eu sempre comi letras, como na palavra sumercado, todos dizem supermercado. Trànsito fácil de domingo trouxe trànsito difícil de sexta e a Ligia comentou de comprar uma Vespa e para isso precisava de carta de moto. Eu disse que Cardimotu era fácil de tirar, só completar a atual dela, cardicarru.
Acho que vou tirar a preguiça com as letras e vou colocar economia na fala e deixar a idade de lado, afinal, estou cada vez mais moço, pele boa e memória em ordem, até cobrei a receita do bolo que a Esther fez para comemorar os aniversários, depois do almoço, no apartamento dela e do Guilherme. Continuei meu dialeto, falando de cajuína, uma bebida lá do Ceará, condizente com a origem do lugar. Com o bolo, café de Sorocaba e parabéns, houve a apresentação de um aparelho, comeéonomi... Mastisystm. A Lígia jogou um pouco, houve umas falas de Roliudi, por causa da notícia do Pouoquer e sorrisos com moedas dubalinas, de Dubai e o nome correto é Dirham, mais fácil dizer dirrã, pelo meu dialeto.
Voltando, meio pesadão já, passamos pelo Xopinjotacá ver um vestido, xopinxic, cheio de coxinha, segundo definição da minha filha. Lembrei-me de outras palavras, como não anotei fico devendo algumas, mas vilva e mildo, são viúva e miúdo. Fréti é flat e kitné e aquele pequeno apartamento.
Foi um domingo, um de doze de treze, bem legal, comida das boas, bolo dimaisdibão, sorvede café. Os aniversários ocorreram na segunda vinte e cinco e aproveitei o inicio da crónica passada, uma tergiversação sobre chaves. Se eu fosse falar, daria tergivesão soxavs. As fotos estão no Feissbu e pelo jeito achei uma chave, com este meu dialeto, por enquanto só na fala, espero continuar escrevendo direitinho.
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