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cronicas-->A companheira de viagem, " Da primeira Valsa ao último Tang -- 20/11/2013 - 09:54 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Da primeira valsa ao ultimo tango, pura como aquele sorriso.

Por que uma companheira de viagem? Uma escolha bem problemática, como mulher não é tão versátil quanto homem. A mulher capaz de acompanhar riscando um tango no mais nobre clube de tango de Buenos Aires, dificilmente será capaz de acompanhar o mesmo homem em um safári no Quênia, ou num ralli Paris - Dakar. Se já é difícil encontrar uma mulher que seja uma dama na sociedade e uma prostituta na cama o que dirá exigir essas outras diversificações? Há muitos anos um amigo justificou o motivo pelo qual o homem depois dos 28 anos tornava-se difícil de casar. Com essa idade inicia a alcançar estabilidade financeira e pode ter a companheira ideal para cada situação, o que ele jamais tera de uma esposa em uma única mulher.
Eu conheci um homem que casou com uma dama lindíssima, de parar a avenida, mas só para os outros olharem. Se, era uma dama na sociedade, fazia questão de portar-se como mais dama ainda na cama, com direito a meia dúzia de orações antes e depois daquela coisa feia, nojenta e suja.
Uma boa companheira de viagem deve saber ler mapas. Algo muito raro em mulheres, saber opinar sobre roteiros. Se viajando de carro deve estar atenta a tudo que possa ser interessante de ver, quem sabe até consultando um laptop para descobrir atrações não indicadas pelas placas da estrada, além de, logicamente curtir, a viagem enquanto o companheiro dirige.
Convalescendo de mais um susto sem ir ao médico, em outros contos e cronicas escrevi que já fui padre e médico em sonhos de criança, que mão padre e mau medico o mundo perdeu, saio para a rua meio a esmo. Encontro amigos, vou ao café e acabo no "sebo". Não tinha intenção de comprar algum, mas sempre dando chance ao acaso, reviro as pilhas de livros. Encontro um ao meu agrado, Juarez Távora. De imediato cai o desencanto. Ao tomar conhecimento de tratar-se do terceiro volume. Isso é egocentrismo demais. Alguém escrever um livro sobre si mesmo, já significa a dúvida para ele, se merecera que alguém além dele o faça, mas três volumes? Quando estou para desistir meus olhos caem neste titulo "A Companheira de Viagem". Um titulo bem sedutor. Mais sedutor o que vem como sub-titulo, "Da primeira valsa ao ultimo tango, pura como aquele sorriso" Nunca aprendi, e a muito deixei de dançar, mas logicamente como complemento de viagem, por exemplo, à Buenos Aires o que não pode faltar é uma visita a uma casa de tangos. Abro-o a esmo e dou de olhos num texto sobre as dificuldades de um pai em explicar, para filha de oito, anos a sua separação. Aí está penso eu: O menino recém separado planejando um tour, e contratando uma fulana. Pensei o enredo do livro seria em torno desse passeio?
Não tem características de ser um livro pornó barato. Apresenta uma capa sóbria com a foto de um homem sério. Já há muito eu ouço e até vagamente tenho lido sobre este tipo de pessoa. Já vi anúncios de jornais onde tais profissionais oferecem seus serviços. Uma vez passeando pelas praias de Santa Catarina eu pensei ter encontrado alguém utilizando esse serviço. Era dois "turcos" do tipo dos nossos lojistas palestinos, bem maduros, acompanhados de duas mocinhas Eu senti o toque de profissionalismo quando um deles ofereceu a sua companheira uns panos de louça recebendo a resposta:
"Para mim não! Mas, se quiseres comprar algum, para a tua casa, eu te ajudo a escolher".
Ou seja, o contrato não incluía presentinhos. Ela estava ali paga.
Eu passei minha vida profissional sobre quatro rodas, mor das vezes acompanhado por alguém bem diferente desse tipo de profissionais.Subordinados ou colegas de serviço. Cheguei ao inverno da vida, com as três coisas que um homem precisa: vontade dinheiro e tempo.
Bem verdade que as vontades limitadas ao quadro idade, tempo ilimitado, dinheiro o suficiente para alimentar o corpo e um pouquinho do espírito. Mas, não gosto do carona e também não sei fazer turismo sozinho. O carona é sempre um truque pesado demais, mesmo sem o excesso de bagagem. Lembro de uma senhora que pediu carona a um casal, que já levava em um Uninho, duas crianças, dois cachorros e bagagem para uma semana. Ela explicou que só levaria uma bolsinha de mão, pouco antes da partida ela apareceu levando uma bolsa de mão já bem avantajada, mas aquela não era a bolsinha de mão. A dita cuja tinha uns oitenta de comprimento por sessenta de altura e quarenta de largura. As netas e uma empresinha limitam a disponibilidade da minha esposa..
Pessoalmente teria obrigação com os caronas, pois nos tempos de estudante muito economizei as passagens dos trinta e seis quilómetros diários graças as caronas. O carona, nunca é um companheiro de viagem. Ele esta ali para atender uma necessidade pessoal e económica dele. É um acessório independente do teu carro. Ele sempre se lembra da necessidade de um xixi, quando tu passaste por um posto de gasolina e falta muito para outro, ou, quando depois de fazeres o teu lanche, na hora da partida, ele que preferiu ficar no carro, agora decide. Ele adora fuxicar nos botões de comando do carro. Num carro de quatro portas, com ar acondicionado, ele sentado no banco de trás, quando sentires um bafo quente na nuca não penses que deu pane no condicionador, foi o carona que achou o botãozinho de abrir o vidro e resolver `pegar o arzinho da rua.
Uma vez vindo de Bagé para Cruz Alta, o chefe da manutenção de linhas de transmissão de Cruz Alta, Renato do Sauceda, para não viajar sozinho, deu carona para alguém. O tipo do caroneiro abusado e contador de vantagens. Ao embarcar no carro sem cerimónia nenhuma já foi servindo-se das balas existentes no console. E seguiu contando as ganhas de sua vida. Renato não conseguia imaginar como aquele camarada não era acometido de uma càimbra na língua de tanto falar. Quando casou-se, perguntou:
E tu o que fazez na vida?
Renato cansado respondeu:
É melhor não falar, pois se eu cair, enquanto estiveres comigo,quanto menos souberes de mim, melhor será para ti.
Foi um santo remédio, o camarada foi acometido de uma mudez total, até o seu destino.
Comprei o livro sem o mínimo interesse em contratar uma profissional destas, que no meu caso, quiçá, não tivesse o principal de seus dotes focados na enfermagem.
Meus manos conheceram um empresário, Max, apaixonado por viagens de moto. Tinha uma velha Arley, sobra da segunda guerra, aquela ainda de quatro marchas de alavanca no lado esquerdo do tanque de combustível equipada com para brisa alto e até radio. Para suas viagens ele deparava-se com alguns problemas. Não gostava de andar sozinho. Sua esposa não andava em garupa de moto e ele não iria andar Brasil e América do Sul afora com um macho agarrado as suas cadeiras, assim ele contratava profissionais, com contrato escrito e tudo onde em uma clausula, (colocada para a esposa ler) isentava a contratada de envolvimento efetivo ou sexual. Um outro grande problema era a idade da companheira: Adorava mulher madura, as novinhas eram efervescentes demais para a idade dele. Com as maduras ele ainda deparava com alguns problemas como a falta de pique para acompanhá-lo ou o excesso quando iria a toda hora bancar a jovenzinha.

Por certo pudor, levei-o discretamente empacotado para casa. Era dia de netas na minha cama e de asilo político no quartinho de hospedes. Coloquei-o discretamente, sob o travesseiro junto com os pequenos óculos, de meia lente, de leitura.
Tomei meu banho, jantei minha sopa leve, ressentido da falta de minha ou minhas duas taças de vinho, fui para a cama, logo adormecendo e acordando às quatro horas. Fui de cara para a `Cartilha´. Nas primeiras páginas a desilusão o livro era uma coletànea de cronicas e contos de um mesmo autor. Mas nem tudo estava perdido, uma delas deveria ser a "Companheira de Viagem".
O autor era bom mesmo e assim, as horas foram passando. Pulando de crónica em crónica, eu devorava aquelas páginas. Inebriado sorvi cada página cada palavra. Dia alto de um domingo ensolarado, Fecho o livro, Olho a capa. Volto ao inicio no seu titulo "A companheira de Viagem" "Da primeira valsa ao ultimo tango pura como aquele sorriso"
Vóo de volta para dentro do livro me sentido fraudado. Cadê a minha companheira de viagem? Esquecido que não danço mais, nem que seja a minha primeira valsa e o meu ultimo tango, com aquela cinturinha fina, que imaginei ser a profissional do livro. Vou ao índice e lá encontro - A companheira de viagem pagina 99, aí senti-me como o naufrago que após meses de abandono numa ilha deserta pede ao Gênio da Làmpada que lhe traga a melhor do mundo e de imediato aparece-lhe uma velhinha a maior humanitária do mundo. Ou como um certo camarada que viu uma loira lindissim na rua, namorou-a e acabou descobrindo que a tal Alexandra fora Raul até os 22 anos quando após uma cirurgia, passara a chamar-se Alexandra, A dita companheira não passava de um conto sobre as peripécias de uma senhora para levar de navio á Europa, como companheiro, como gente, não despachado em uma gaiola, um macaco o qual ao fim descobre não tratar-se, de macho mas sim de uma fêmea, por isso a companheira de viagem
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