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Artigos-->O Mundo de Um Certo Rodrigo -- 05/09/2003 - 11:51 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Mundo de um Certo

(por Domingos Oliveira Medeiros)





Entre o falso e o verdadeiro há o imaginário. E o imaginário é infinito. Tanto quanto contraditório. Depende de quem imagina e do que se imagina. E de outros fatores inimagináveis. Portanto, pode-se concluir com relativa possibilidade de acerto de que entre o falso e o verdadeiro há uma infinidade de imaginários aparentes. Que, em última análise, aponta para a conclusão: tanto pode o verdadeiro ser falso, como o falso ser verdadeiro.



E voltamos à estaca zero. Às nossas origens. Há milhões e milhões de anos. Ao mundo dos nossos ancestrais. Que nada deixaram para nós. De lembranças. De mudanças. E olha que não se pode dizer que eles eram analfabetos. Pois naquela época não havia alfabeto. E por isso o nosso legado, ao invés de mental, foi tão-somente físico. Material. Um monte de ossos bem enterrados e escondidos. Enigmáticos. Ossadas que despertam a curiosidade. Que acendem a imaginação. Antes mesmo de o homem conhecer o fogo. Que queima com a certeza. Com a verdade. Assim começou o mundo de Rodrigo. Entre o fogo da imaginação, que é, por definição, imaginário e pessoal, e o fogo real, que ilumina e queima quem nele bota a mão. Em quem não acredita na sua capacidade de mudar. De queimar com o inerte. De provocar, pelo vento das mudanças, as chamas que iluminam os novos dias. Que se renovam. Sempre.



Faz parte da dinâmica da vida. Quem não muda está negando a própria vida. Mente para si próprio. É mais ou menos como as desculpas dos viciados para os seus vícios. Não acreditam que são viciados. E por isso não se curam. E a mentira faz crescer o nariz. Não dá para estabelecer uma relação entre o mundo virtual e o real. Do mesmo jeito que não se pode atribuir ao nariz grande do Pinóquio (?) qualquer semelhança com o nariz aquilino. Terá sido mera coincidência. O nariz do boneco de madeira simboliza o tamanho da mentira. E só incomoda o próprio boneco. Enquanto história. Enquanto imaginação.



Já o nariz aquilino a todos incomoda. Fareja o inoportuno. Do mesmo modo que a abelha rainha mata o zangão, imediatamente após fazer amor com ele. A abelha rainha tem medo de perder o seu poder. O seu trono. A sua rotina, desde que surgiu neste planeta. Acostumou-se a ser bajulada pelo enxame. E, sozinha, não se sente ameaçada. Permanece sentada em seu trono. Envolta em seus pensamentos. Em seu mundo particular.



Enquanto o zangão se acomoda. Tal qual o nosso Rodrigo. Sentado numa cadeira de praia. Sonolento. Num domingo qualquer. Boquiaberto, rodeado de belas mulheres, deixando sua imaginação correr livre e solta. E cria a sua própria história, baseada em fatos de um contexto próprio, imaginário.



E assim o domingo chega na praia. O sol, em questões de minutos, começa a esquentar. Trazendo a novidade. Em forma de minuta. De projeto. Algo novo. Diferente. Inusitado. Assustador. E todos os amigos do Rodrigo se afastam correndo. Sem ao menos se dar ao trabalho de ler a minuta. O prejulgamento é instantâneo. É rotineiro. Sol de mais faz mal à saúde. Provoca câncer de pele. Tal qual o pensamento da abelha rainha. Não sabe do que se trata, mas sente no ar o cheiro do detrito. Da podridão. Da mudança. Do nariz aquilino. Que incomoda. Que a fará, por certo, sair daquele momento confortável, seguro e que ela domina.



E assim o Rodrigo, do mesmo modo, termina seus sonhos sugerindo o modelo ideal para o quadro de detritos: que deveria ter como base a luta a ser travada em nome de todos; e não atendendo, apenas, aos interesses particularizados. Como se o dia de domingo fosse igual para todos; como se todos os domingos fossem iguais. Como se todos pudessem ter a oportunidade de ficar sentados, confortavelmente, em cadeiras de balanço. Como se todos tivessem cadeiras. Como se todos tivessem o nariz engrandecido. Adunco.



Reapresentado.









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