DE PROMESSAS, ESTAMOS TODOS CHEIOS
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

LULA é o maior exemplo de propaganda enganosa. Na campanha, e durante toda a sua vida de sindicalista, defendia a integralidade dos proventos dos servidores aposentados. Dizia que quem contribui sobre tudo o que ganha, teria garantido tal direito. E agora, com um sorriso amarelo, se volta para suas próprias convicções. Em 2002, exigia abertura de CPI para apurar irregularidades no Governo de FHC. Dizia que FHC temia as investigações e que, por conta disso, fazia de tudo para calar o Ministério Público com a chamada “Lei da Mordaça”.

Hoje, faz de tudo para impedir a apuração de fatos ligados ao ex-assessor do Planalto, Waldomiro Diniz. Enquanto isso, sai de cena o Waldomiro (o que foi pego em flagrante, recebendo propina de bicheiro) e entra em cena o subprocurador da República José Roberto Santoro. A preocupação é no sentido de que as fitas que acusam o Waldomiro teriam sido obtidas de forma ilegal. Estão trocando o principal pelo acessório. E tentando denegrir a imagem do Ministério Público.

Está faltando governo e sobrando desonestidade de propósitos. A única preocupação é com as eleições. Governar, que é bom, nada.

O Ministro da Justiça é a favor da Lei da Mordaça e do controle externo do Ministério Público. E quem vai controlar o Executivo e o Legislativo? Ou aquele poderes estariam isentos de atos ilícitos e de palco de vários escândalos? Controlar as ações administrativas do MP, apenas, não faz o menor sentido. Para isto, já temos o Tribunal de Contas da União, a Secretaria de Controle Interno, a Lei Orgânica do MPU, a OAB, a imprensa e a sociedade, de modo geral.

Diante de tantos escândalos, de propinas, de bingos, e de desvios de recursos para paraísos fiscais (caso Banestado), o melhor seria instaurar a CPI dos Bingos, para que os fatos fossem apurados com maior rapidez.

Do contrário, a população ficará pelo buraco da fechadura, sem saber quem irá para o “paredão” neste big brother de fofocas e mentiras; de trapalhadas e desencontros; de falta de sinceridade e de programas, que possam recolocar o Brasil no caminho do crescimento econômico e social.

E não tentar servir a dois senhores, como, por exemplo, abrir linha de financiamento no valor de 4 bilhões de reais, com recursos do orçamento público (vale dizer, dinheiro do povo), para, através do BNDES, emprestar o dinheiro às empresas de comunicação, que estão no vermelho, objetivando pagar dívidas contraídas ao longo do tempo, por vários motivos, inclusive má administração de seus negócios.

Capitalismo sem riscos não é capitalismo. E o dinheiro do povo deve ser melhor aplicado. Até porque, o BNDES, sendo um banco de fomento, só deveria emprestar seus recursos para a expansão de empresas, gerando empregos, impostos e crescimento econômico.

De promessas, estamos todos cheios.

02 de abril de 2004