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Teses_Monologos-->Enfermidade e Luto 090502 -- 07/01/2005 - 17:14 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo Moreira Martins 090502 - Londrina, PR

INTRODUÇÃO

Nosso objetivo neste trabalho é traçar pontes entre o teórico e o prático nas relações pastorais que permeiam a enfermidade e o luto. Sabemos que todo ser humano sofre em relação a essas situações e, cabe ao pastor vocacionado por Deus orientar o rebanho, a Igreja de Cristo.
Temos muitas opções de caminhos, contudo, apresentaremos nossa metodologia a partir da práxis pastoral.
O trabalho se desenvolverá com embasamentos teóricos tanto no AT quanto no NT, ou seja, a base bíblica é que orientará nossa exposição. Entretanto, o processo de aconselhamento em nossos dias se desenvolveu muito, e a área da psicologia muito tem contribuído para o tratamento de situações difíceis como estas estudadas. A psicologia será uma importante ferramenta para auxiliar nosso estudo e é recomendável que qualquer ministro que pretenda trabalhar em conjunto como comunidades eclesiais, vivenciando a experiência do povo, faça com uso dessa ferramenta em seu dia-a-dia.
Por fim, trataremos de questões práticas, onde teremos orientações buscadas em livros devocionais e de relatos verídicos. Não satisfeitos, buscaremos na realidade das entrevistas a prática usual e que tem sido feita em nossas igrejas.
Grande tarefa é tratar com o ser humano que consegue distinguir-se dos outros seres justamente por ter consciência de sua existência, causando, assim, uma maior dor no processo dialético entre vida e morte.


1 – A SITUAÇÃO DE LUTO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO


Analisaremos as situações de luto ocorridas tanto no Novo Testamento como no antigo Testamento. O que eles faziam O que pensavam Como reagiam diante dessa situação São algumas perguntas que procuraremos responder através de um pequeno estudo do que ocorria naquela época frente essa situação.




1.1 – A SITUAÇÃO DE LUTO NO ANTIGO TESTAMENTO


No antigo Israel, a perda de algum membro da família era o mesmo que a perda de uma propriedade (Gn 50:1-14; I Sm 25:1; Rt 1:6-21). Era algo que envolvia toda a família e a sociedade. As pessoas choravam, se compadeciam como ocorrido.


“Ocorrendo o óbito de um membro da família, ou de uma personalidade importante da vida pública, celebrava-se a lamentação no círculo da parentela e dos amigos, ou então em plano nacional. Para tanto contratavam-se carpinteiras pagas (Am 5:16; Jr 9:16 s.), que ficavam responsáveis por parte do cerimonial. No decorrer dos atos rituais-dele faziam parte: veste de luto, grito, choro, lançar pó, jejuar, rasgar vestes, etc. – também se cantavam hinos em louvor do defunto.”


Podemos perceber que as formas com que as pessoas se compadeciam eram das mais diferentes possíveis, mas observa-se que desde aquela época as pessoas já se preocupavam em fazer um tipo de “pastoral’ para as famílias que tinham perdido algum de seus entes”.


1.2 – A SITUAÇÃO DE LUTO NO NOVO TESTAMENTO

Segundo o Novo Testamento, sofrimento e morte estão numa relação imediata, podendo-se afirmar que todos os sofrimentos e dores do mundo concentravam-se na morte. Podemos dizer que a morte é o verdadeiro sofrimento do homem, visto que revela seu poder já durante a vida, e que a vida é vivida na “terra da sombra e da morte” (Mt 4:16; Lc 1:79).
No Novo Testamento as reações que aconteciam em situação de luto eram bem parecidas, senão as mesmas que ocorriam no Antigo Testamento. As pessoas choravam, rasgavam suas roupas, jejuavam, enfim faziam os mesmos rituais realizados no AT. Nota-se que o sentido da morte é diferente, onde a morte torna-se vida para aqueles que creram em Cristo. Por isso, o consolo, em Cristo, para os que ficavam e para as famílias dos que morriam. Jesus, quebra essa visão anunciando um novo reino, um reino eterno. Mas ele também proporciona uma nova ótica para essa situação quando ele mesmo vence a morte e também quando ele dá vida aos que estavam mortos, como ele fez com seu amigo Lázaro.
2 – A SITUAÇÃO DE ENFERMIDADE NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO


Assim como a situação de luto, analisaremos de forma breve o que ocorria no Antigo e no Novo Testamento em situações de enfermidades. Em uma essa situação era uma maldição e na outra causava afeito na área social.


2.1 – A SITUAÇÃO DE ENFERMIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO


Como o israelita compreendia a situação de enfermidade Eles tinham uma compreensão ampla do bem-estar do homem. Ao falar do homem “são”, incluía corpo, alma, espírito, segurança, sucesso em todos os empreendimentos. Essência de condições sadias perfeitas, porém, era a bênção de Javé. Isso mostra o quanto eles temiam doenças graves, uma vez que criam que a doença era um castigo, uma condenação de Javé para a pessoa que não estava trilhando seus caminhos corretamente (Lv 13:45 s.; Dn 4:29).
Podemos afirmar que na época do Antigo Testamento, as pessoas que tinham algum tipo de doença criam que estavam e pecado, por isso eram castigadas por Javé. Nessa ótica percebe-se que as pessoas aceitavam tranqüilamente essa situação de culpa por estarem doentes.


2.2 – A SITUAÇÃO DE ENFERMIDADE NO NOVO TESTAMENTO


A doença, não tem apenas o aspecto biológico e somático no Novo Testamento, mas também efeitos sociais e religiosos. Numa época sem seguro social, o adoecimento muitas vezes era sinônimo de miséria e mendicância (Jo 9:8; At 3:2 s.). pode-se deduzir a implicância religiosa já do simples fato de doença excluir da participação do culto, pois tornara o homem impuro e os atingidos deviam ser evitados ou até proscritos.
Jesus, quebra todos esses paradigmas incluindo todos esses doentes (cegos, paralíticos, leprosos) para o meio da sociedade. Essa sempre foi a teologia pastoral de Cristo, incluir, proporcionar uma nova vida a essas pessoas. Ele não evita esses pessoas, ele simplesmente ama.


3 – O ACONSELHAMENTO E O LUTO


Os enlutados não buscam respostas prontas por parte de pessoas que os procuram para falar em lugar de ouvir. Eles precisam sim de compreensão, conforto e contato com pessoas que se importem com eles e com a situação que eles estão passando. Existem pelo menos três tipos de luto que nós como aconselhadores poderemos passar.
- Luto Normal: é um sofrimento cujo processo de cura é em longo prazo que não precisa de ajuda especial; ele cuida de si mesmo e com o tempo o enlutado sare e se recupera. As fontes de ajuda mais disponíveis são os membros da família, amigos, ministros e médicos que podem ajudar da seguinte forma: falar sobre a morte antes que ela ocorra; estar presente e disponível; entender todo o tipo de reação do enlutado; ser ouvinte; ajudar nas decisões; não desencorajar os rituais de sofrimento; orar e consolar através da Palavra de Deus.
- Luto Patológico: são tristezas patológicas. Essas pessoas resistem à ajuda, mais a tarefa do conselheiro é transformar a reação anormal de tristeza em normal. Esse processo é chamado de “re-sofrer”, ou seja, fazer com que o aconselhando passe novamente pelo processo do luto, a fim de libertá-lo de sua escravidão ou dependência do morto.
- Morte de uma criança: É muito difícil, especialmente para os pais, aceitarem a realidade da morte após um período tão curto na terra. Culpa, auto-condenação, desânimo e perguntas sem resposta quase sempre se apresentam. Os procedimentos do aconselhador devem ser o mais amoroso possível nesse caso. Ele deve ser amigo, estar ao lado, consolar, ouvir. Mas a maior característica deve ser o amor, pois se trata de uma situação muito difícil e dolorosa.




4 – O ACONSELHAMENTO E A DOENÇA


Ao aconselhar o doente, o aconselhador deve mostrar alguns princípios básicos como: cordialidade, empatia e sinceridade; o valor de ouvir com paciência e encorajar o aconselhando a falar sobre seus temores, ansiedades, ira, doença, sobre a família, o futuro e assim por diante; a importância de guardar confidência, a necessidade de mostrar aceitação, compreensão e compaixão, sem mostrar-se exagerado ou condescendente. As pessoas enfermas são às vezes mais sensíveis a essas características do conselheiro do que as que têm saúde.
Eis algumas dicas para a visitação de pacientes enfermos:
- Avalie suas próprias atitudes e necessidades;
- Aprenda algumas regras para as visitas aos doentes;
- Trate dos sentimentos e interesses específicos do doente;
- Encoraje o doente;
- Instile esperança;
- Ajude a família e o pessoal do hospital;
- Ajude o hipocondríaco.


5 – CONSELHOS PARA UMA PASTORAL NO LUTO

Esse aspecto do aconselhamento muitas vezes não recebe a devida atenção. Desde o momento em que o pastor é avisado do falecimento de algum membro da igreja, ou de pessoa relacionada a esse membro, seu dever é colocar-se imediatamente em contato com os parentes da pessoa falecida, e fazer uma visita pastoral. Seus serviços e orientação serão importantes na escolha da funerária, e na resolução de outros detalhes do funeral. Nesse momento de aflição, a ajuda do pastor é extremamente necessária.
É muito doloroso ter que identificar o cadáver de um ente querido, mas muitas vezes o pastor tem que ir ao hospital ou ao necrotério com os parentes do falecido, para ajuda-los na identificação do cadáver.
Um conselho que dou sempre aos pastores é que procurem conhecer o dono da casa funerária que está mais próxima da igreja. Todo pastor deve possuir uma idéia clara e segura de como se realiza um funeral, e ter consigo o roteiro do programa que deve ser desenvolvido na igreja ou na funerária.
A pregação deve ter como propósito trazer consolo aos parentes do falecido. Não é momento para se jogar com os sentimentos alheios, nem tampouco para entristecer os ouvintes com mensagem de julgamento e condenação. Não se está ali com o propósito de abrir ou fechar o céu para ninguém.
O aconselhamento neste caso não termina com o enterro. Um ser querido foi enterrado, e isso deixou um vazio que perdurará durante muito tempo no coração de seus familiares. As visitas pastorais a essa família enlutada ajudarão os parentes a enfrentarem melhor a perda.
Um programa devidamente organizado na funerária ajudará a amenizar a dor dos que perderam uma pessoa querida. O funeral deve funcionar no sentido de contribuir para aliviar essa separação entre os vivos e os mortos.
Costuma-se lamentar muito quando alguns pastores evitam a pregação em uma hora tão necessária e preferem convidar a outrem para pregar. O pastor nunca deve faltar ao cemitério. O substituto, por melhor que seja, nunca poderá ocupar satisfatoriamente o lugar do pastor durante a cerimônia no cemitério.
É importante que as pessoas que perderam um ente querido fiquem à vontade para falar sobre o parente falecido. Não se deve impedir que elas chorem. Devemos chorar por nossos mortos, mesmo sabendo que eles estão com o Senhor nas mansões celestiais. O vazio que fica no lar de onde um ser querido partiu dificilmente ou jamais será preenchido. Orar com os viúvos e os parentes e visitá-los lhes ajudará a preencher o vazio com a presença e força divinas.

6 – CONSELHOS PARA UMA PASTORAL NA ENFERMIDADE

É conveniente mencionar que os crentes esperam que seus pastores os visitem. O Senhor requer que o amor seja empregado nas visitas aos enfermos, oferecendo-lhes compaixão e ajuda espiritual. Um pastor apático ou indiferente à dor alheia não é digno representante daqueles que levou nossas enfermidades e nos contempla com olhos de compaixão eterna. (1Jo 3,11-16; 4, 7-21; Jo 21, 15-17).
O pastor deve ajudar o enfermo a aproximar-se de Deus (Sl 145,18; 34, 18).
O ministro ajudará o enfermo a aprender a lição que Deus tenta ensinar-lhe mediante a enfermidade. (Jô 23,10; Dn 3, 19-28).
O pastor não deve censurar os enfermos de recorrerem a médicos, mas deve ensinar-lhes a confiar no grande Médico.

6.1 – A VISITA AO ENFERMO

Deve ser breve, de acordo com as circunstancias e a juízo do pastor. Nos casos de estar hospitalizado o paciente, o pastor deverá indagar na portaria do hospital se o enfermo pode receber visitas, pois às vezes não é possível devido a problemas relacionados com a enfermidade e o enfermo. E, ao aproximar-se do quarto do enfermo, o pastor deve faze-lo com muito cuidado e calmamente, com rosto complacente e com palavras ternas e bondosas.
O objetivo principal da visita é estimular a fé do enfermo, com a esperança e inspiração que Jesus traz ao coração. O ministro manterá sempre uma atitude gentil e afetuosa para com o enfermo. Deve fazer-lhe poucas perguntas, abreviando a visita usando de bom senso em relação á situação do enfermo.
Nenhuma impressão negativa referente à condição física do enfermo deve transparecer das palavras do pastor.
O ministro lerá um trecho breve da Bíblia, usando tom suave na voz. Algumas vezes é muito benéfico ao enfermo o cântico de um hino apropriado, entoado em voz baixa.

7 – UMA BREVE HISTÓRIA DE LUTO

A seguir apresentaremos um breve resumo de uma situação de enfermidade seguida de luto em uma família cristã. Tentaremos, a medida que discorremos sobre o assunto, relacionar os pontos de convergência com as vivencias apresentadas pelo trabalho até aqui desenvolvido.

Nossa história é apresentada pela autora como sendo real... O casal João e Maria casou-se e tiveram dois filhos e uma filha. Tudo ia bem quando em uma manhã João foi olhar as crianças e encontrou o filho mais novo morto e cheio de marcas pelo corpo, ele tivera uma pneumonia e havia partido. Maria ficou desolada, questionou Deus, e o mundo.
Algum tempo depois, Maria ficou grávida de gêmeos. Nasceram mais dois meninos. Mas logo em seguida, mais uma pneumonia levaria um deles, fazendo com que o casal se entristecesse muito, e voltasse a questionar a Deus em orações e súplicas. Se não bastasse, algumas dores em Maria revelaram, após exames médicos, que ela estava com um cisto e que após a operação para sua retirada, ficaria impossibilitada de ter novos filhos. Tudo ia mal. Maria contava apenas 27 anos, e a depressão já a ameaçava, pois tivera três filhos, passara por dois funerais, quatro cirurgias e quatro mudanças em 22 meses.
Mas o tempo passa e Paulinho cresce. Um dia ele pergunta para Maria como era seu irmão, e a resposta foi que eles deveriam ser iguais. Paulinho imagina o irmão e deseja ter conhecido. Maria, para consola-lo diz: olhe, filho, quando chegarmos ao céu nós todos vamos vê-lo...
Paulinho cresce e se torna um jovem alto e forte, jogador de basquete e cantor do coro da igreja. Numa noite após o jogo, voltava para casa de carona com os amigos. Enquanto isso, sua mãe o esperava em casa. As horas passaram e Paulinho não chegava, Maria adormeceu e, de repente acordou, eram 23:44. Assustada, verificou que o filho não estava em seu quarto, falou com o João que acabara de chegar e ambos ficaram preocupados. O telefone toca, e é uma mãe de um dos amigos de Paulinho, eles estavam num hospital, um acidente havia ocorrido aproximadamente às 23:44.
Ligações para o hospital são feitas, e a requisição da presença dos pais de Paulinho é urgente. Ele havia quebrado uma perna, e tivera os pulmões perfurados pelas ferragens, além de traumatismo craniano.

1Ts 4,13-14 Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança.14 Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.

Maria - Senhor por favor não permita que tenha sido culpa do Paulinho. Por favor salve todos os meninos se for Tua vontade... hesitei e comecei de novo, Sr, queremos a Tua vontade na vida de nosso filho. Estamos dando ao Sr todos os direitos sobre ele.

Maria para uma enfermeira - Ele se foi?
- Sim.

João virou o canto do corredor e eu disse: querido, ele se foi. A esperança fugiu de seus olhos enquanto me abraçava apertado e choramos.

Apenas algumas semanas mais tarde uma representante da faculdade veio ver-me no escritório e contei-lhe a minha história. Ela perguntou: considerando o que você acabou de passar, tem algum conselho específico para os pais?

Respondi: passe todo tempo que puder com a família. Eles devem estar sempre no alto de sua lista de prioridades.

Rm 12,15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.

Quando saímos do hospital depois da morte de Paulinho, todos os amigos que estavam à nossa espera queriam saber, o que poderiam fazer para nos ajudar. Respondi: venham, conosco. Um casal leu o seguinte texto para nosso conforto:

Sl 116, 15 Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.

Imediatamente me veio à memória o texto de Sl 139, 16 Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.

Gostaria de recomendar aos que querem consolar outros que tenham sensibilidade. Quando conversar com aqueles que estão passando por uma experiência traumática, permita que se processe a obra que Deus está operando em seus corações e dirija o rumo da conversa de acordo com aquilo que eles disserem.

Meu método simples e prático de conversar com uma pessoa enlutada é este: se você não sabe o que dizer, se não tem certeza de como Deus está operando na situação, só abrace a pessoa. Só ofereça conselhos de vez em quando. Tente aprender da experiência, e seja sensível e compassivo ao tratar com outros.

8 – ENTREVISTAS

8.1 REVº. JOÃO RODRIGUES

Como o sr. Age frente a uma situação de enfermidade e luto?

Em primeiro lugar o amor pastoral nestas situações é fundamental. Orar pela cura também é um procedimento que utilizo. Penso que ser realista é a melhor maneira de tratar essas situações. E, sem fé nada adianta. Também é importante não julgar nas horas difíceis.
As pregações nos sepultamentos, são sempre direcionadas com o plano da salvação e ressurreição, num tom bem audível. E, depois do sepultamento, a visitação à casa dos familiares para acompanhamento e oração é fundamental.
Os textos que mais uso são: Jo 14; Ap 7, 13; 1Co 15, 50 – 58; Jo 11.
Ap 7, 13-17
13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?
14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,
15 razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.
16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,
17 pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.

1Co 15, 50 – 58
50 Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.
51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos,
52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53 Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.
54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.

Tenho uma ilustração para o sermão sobre salvação: um menino construiu um barquinho de madeira e brincava com ele na enxurrada. Logo o tempo piorou e o barquinho foi levado pela forte água. Após alguns dias, o menino viu em uma vitrine seu barquinho. Correndo ao dono da loja, disse que aquele barquinho era dele. Contudo, o dono da loja disse que já não era mais dele, mas agora custava R$ 50,00. O menino, pensativo, corre para seu pai e pede o dinheiro e compra seu barco de volta.
Segue-se a aplicação para o plano salvifíco de Deus, pois o menino construiu e comprou o barco, então o barquinho é dele duas vezes. A primeira porque construiu e a segunda porque comprou.

Uma outra história que me lembro, só que agora engraçada. Contam como se fosse verdadeira, é sobre vestir o defunto.
Certa feita um pastor tendo que vestir um defunto encontrou muitas dificuldades para colocar a camisa, pois ele estava com o braço endurecido. Então ele disse o nome do defunto bem alto e ordenou que ele dobrasse o braço, e ele dobrou! (sic.!)

8.2 - REVº URIEL SILVEIRA

Como o sr. Age frente a uma situação de enfermidade e luto?

Uma Palavra de consolação baseada nos textos: Sl 23; Jo 16 e Rm 8.
Tenho uma teologia para o momento: A Soberania de Deus. O consolo é uma ferramenta primordial. Deus pode restaurar a vida se Ele quiser. É sempre bom lembrar exemplos positivos de pessoas que passaram por situações parecidas e superaram. Fazer comparações ou apresentar exemplos negativos é um perigo.
No caso de luto, a palavra pastoral é em Ecl 3,1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Contudo há de se usar de sabedoria, pois cada caso é um caso. A morte de um ente querido pode ser uma notícia ruim para os familiares e amigos, mas é uma boa notícia para Deus.
A prevenção é uma ótima forma de auxiliar em situações de enfermidade e luto. Os trabalhos de visitação, ensino e pregação preparam para situações atípicas.
Dica especial: o amor tem que ser visto no trabalho pastoral.






9 – CONCLUSÃO

Depois de todas as considerações teórico-práticas, vemos que o mais importante é uma vivencia íntima com a comunidade, pois só assim o ministro terá possibilidades de atuação de modo a atenuar as dores daqueles que sofrem.
Vimos também que é na prevenção que temos uma das melhores ferramentas para esses tipos de situação, pois quando estamos tratando do assunto, ele não nos pega de surpresa, assim como aos nossos orientados também não.
Na relação entre AT e NT vemos que a exclusão de um faz converge na inclusão feita por Cristo no outro. É o amor de Deus revelado em Cristo que faz com que os enfermos e enlutados possam ter esperança e vida.
Na parte do aconselhamento com tons psicológicos pudemos verificar uma tendência para a afetividade baseada no amor de Jesus. Talvez até mesmo a psicologia careça da profundidade do amor pronunciado por Cristo na Cruz.
Em fim, temos as partes práticas, onde pudemos refletir em como reagiríamos frente a tais situações.
O processo de acompanhamento de situações de enfermidade e luto requer muito amor e intimidade. A vivencia quotidiana com a comunidade fará com que o ministro adquira esse amor e essa intimidade necessários para uma boa atuação pastoral frente aos problemas e necessidades do rebanho deixado por Cristo aos cuidados daqueles que se sentem vocacionados. Que façamos nossa tarefa de coração limpo, sempre buscando a verdade e procurando levar mensagens que consolem os corações aflitos nas mais diversas situações que, certamente atingirão todos aqueles que colocam a mão no arado.











10 - BIBLIOGRAFIA

GERSTENBERGER, E. S. & SCHRAGE, W. Por que sofrer São Leopoldo: Sinodal, 1987

COLLINS, G.R. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Vida Nova, 1990

SILVA, Kittim. De Pastor a Pastor: Como melhorar seu ministério pastoral. São Paulo: Vida, 1997

MANUAL DO MINISTRO. Florida: Vida, 1981

Bíblia Online 2.01

HEAVILIN, Marilyn Willett. Rosas em Dezembro. São Paulo: Candeia, 1993

Entrevistas com Revºs da IPI do Brasil.
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