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Cartas-->Carta para um amigo -- 01/03/2007 - 19:25 (Paulo Marcio Bernardo da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Olá amigo,

Você “viajou” sem que pudéssemos nos despedir. Vou sentir a sua falta, afinal foram quase quarenta anos que vivemos os mesmos espaços, dividimos os mesmos problemas, compartilhamos as nossas tristezas e alegrias.

Desde que nos conhecemos profissionalmente, mesmo como concorrentes, tivemos uma convivência bastante amistosa e próxima. Mas o destino quis que um dia nós fôssemos trabalhar juntos, na mesma empresa.

E como colegas de trabalho, trabalhando no mesmo setor em cargos diferentes, depois de um período maior de convivência, nos adaptamos e nossa amizade se solidificou. Vivemos bons e maus momentos sempre dividindo tudo.

Eu presenciei a criação dos seus três filhos, assim como você também presenciou a criação dos meus três filhos. Juntos, trabalhamos muito para dar uma boa educação e criação para eles, e, em momento algum deixamos de dar toda a atenção que nossa família sempre mereceu.

Nossos filhos cresceram, se formaram, casaram (eu ainda tenho um adolescente) e nos deram netos. Você quando não estava trabalhando estava pintando suas telas de lindas paisagens e casarios e eu, sempre procurando escrever, Você, bom flamenguista, eu, torcedor do fluminense. Mas sempre respeitando as nossas diferenças.

Os anos se passaram e agora estávamos mais próximos ainda. Não mais nas mesmas empresas, mas viajávamos juntos, fazendo nossos itinerários coincidirem o máximo possível para ir num só carro, dividir despesas e principalmente continuar a compartilhar as nossas experiências e conversas veteranas (de aposentados que trabalham).

Porém, ontem pela manhã bem cedinho recebi um telefonema de sua filha mais velha que me transmitiu a notícia de sua morte repentina. Foi uma notícia que eu não gostaria de receber. Tínhamos marcado uma viagem para Juiz de Fora para a próxima semana. Você estava bem de saúde e tudo aconteceu como uma bomba.

A sua família não pode acreditar! Logo no dia do aniversário de sua esposa (45 anos de casado) e no horário das comemorações. Por que? Como pode ter acontecido? Mas aconteceu... Enfarto agudo do miocárdio, sem tempo de ser atendido!

Chorei, choramos todos pela sua morte. Mas eu prefiro continuar a pensar que dessa vez você viajou sozinho, que esqueceu de me telefonar para confirmar o que já estava marcado.

Continuo bastante abalado, não nego que sentirei sua falta! Mas por outro lado fico feliz em ter tido você como meu grande amigo e ter podido ser também um amigo exemplar.

Jamais me furtei a ajudá-lo quando precisou e mesmo tendo sido seu superior hierárquico, nunca lhe prejudiquei e nunca fiz prevalecer a minha autoridade, até porque você sempre foi um funcionário exemplar. Prova disso foi nossa saída da empresa quase no mesmo dia. Em contra partida você também sempre me ajudou, dentro ou fora de nossas profissões.

O que mais me assusta é essa separação abrupta, sem deixar marcado um próximo encontro entre nossas famílias e sem poder continuar a ter o meu grande amigo, ex-funcionário e companheiro de viagem.

Entretanto vou entender que essa sua ausência foi por solicitação maior de um Deus que nos convida para uma nova vida e nos conforta através do tempo, prometendo um novo encontro na eternidade.

Até mais Amigo! Guarde-me um lugar próximo a você!
Obrigado por ter sido meu grande amigo e ter me dado a oportunidade de ser também seu amigo!

Adeus!

01/03/2007
Paulo M.Bernardo

* ”in memoriam” de Jacy Carlos Tosta (falecido em 27/02/2007).
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