Se quiseres saber por onde ando
Saibas que ainda vivo sozinho
Que choro e sofro, colhendo a desilusão que eu mesmo quis.
Mas sigo meu caminho
Teimando ser feliz.
Em certos dias, quando a noite cai...
Acordando lembranças da nossa vida vadia
do castelo de cartas e da nossa fantasia
do minguado salário e da geladeira vazia
da criança correndo atrás de uma bola e da alegria,
Sinto o frio dominar a penumbra do quarto.
Não, não são titãs agonias do meu pesadelo,
Pesadelo é saber que nunca mais.
Sei, que assim falando, pensas, que desejo que tenhas pena de mim
Que estou vivendo em desespero
que passo necessidades e não tenho dinheiro
que ainda durmo agarrado ao teu travesseiro
que sou hipócrita por não te enviar um mensageiro,
Que tudo poderia ser como antes.
Não, não te enganes por que não me engano,
Sei que não existe recomeço para o fim.
Mas se quiseres saber
Se te esqueci se te amei
Esqueça-me.
Se errei,
É melhor me esquecer.
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