Ele era danadinho desde o jardim da infância. Naquela época já ficava bolinando as menininhas. Maurício era desses caras que não podia ver um rabo de saia que já caía matando. Na infância já era bem precoce, as mães tinham que ficar de olho nele, senão ele catava as suas filhas e levava pra qualquer lugar escondido para dá um malho. Na adolescência, Maurício namorou todas as garotas do bairro, fora as que pegava nos bailinhos e quermesse. Mas teve uma em especial que ele namorou; foi a Silvia. Essa ele gostava muito. Silvia ao contrário de Mauricio, sempre foi calma e prendada, estudava em colégio de freira e nunca tinha namorado antes. Conheceu Maurício na festa de aniversário da sua prima Cláudia. Apesar da fama de galinha, Maurício despertou o interesse de Silvia. Mauricio não era um rapaz bonito de chamar muito a atenção, também não era feio. Tinha duas coisas que o destacava dos outros rapazes: sua audácia e desenvoltura em falar com as meninas, e sua performance como dançarino. Ele não se importava em tomar um fora, se ia há uma festa cantava várias garotas até que conseguia ficar com uma. Todas as meninas gostavam de dançar com ele, e ficavam sempre esperando ser tirada pra dançar. Era um cara simpático e conversador, gostava de aumentar as coisas que fazia, e se fosse preciso contava mentira. Seu intuito era o de agradar fosse como fosse. Silvia era uma garota ingênua, sua família era tradicional na cidade de Fortaleza. No começo a família não queria o namora, ela só tinha quatorze anos e todos conheciam a fama de Maurício. Nada adiantou Silvia se apaixonou de verdade e eles tiveram de permitir o namoro. Maurício também era apaixonado por Silvia, mas nunca abdicou do seu reinado de conquistas. O namoro e o noivado duraram cerca de dez anos. Silvia sempre foi fiel, E quando desconfiava de algo sobre Maurício ele sempre negava de pés juntos. Silvia acreditava nele piamente. Tirando essa galinhagem dele, ele era super legal com ela. Casaram-se depois de um longo namoro, e foram felizes, tiveram três filhos e viviam muito bem. Nem precisa falar que Maurício continuou galinhando por todo esse tempo. Naquela sexta feira ele havia saído junto com um amigo e mais duas garotas. Tinha inventado para a mulher que teria reunião na firma e não tinha hora para acabar. Silvia nem desconfiava de nada. No sábado ele pegou a esposa à sogra e os filhos e foram passar o fim de semana no sítio. Saíram cedinho, no meio da viagem pararam para comer alguma coisa e abastecer o carro. Foi nesse instante que Maurício viu o par de sandálias atrás do banco. Pensou com seus botões: - Puxa que sorte, ainda bem que a Silvia não viu. Pegou as sandálias e foi num matagal atrás do posto e as jogou por lá. Quando chegaram ao sítio depois de descarregar toda a bagagem, ele percebeu que Silvia procurava algo dentro do carro. – O que está procurando aí querida? Perguntou. – as sandálias da mamãe. Respondeu Silvia. - Ela me disse que tem certeza que as colocou atrás do banco, você não viu? Indagou Silvia. – Sandálias? Não, não vi não... Mauricio respondeu segurando o riso.
