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cronicas-->1971 - Mala -- 13/10/2013 - 14:18 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Viu, tenho uma coisinha para contar... O quê? Descobri hoje, o chefe tem um tererê com malas. Enjoa delas, pode? Como anssimm, heinnn... Entrei na conversa e respondi - Nada, só que vivo trocando, basta me implicar e pronto. E o que você faz co´elas? Encosto. Tem um lugar embaixo da escada, ficam lá até eu doar ou elas sumirem, como por encanto. É mesmo, você também some com as camisas, não é? É!
Não chega a ser um "toc", mas mala, às vezes, me incomoda; acho que não tenho um bom relacionamento com elas. Comecei este caso com mala, ou malas, sem amá-las, nunca tive uma fixa. Em setenta e um, adotei uma, das pequenas, mais uma bolsa. Primeiro a Santos, numa excursão da turma do ginásio; depois o ano todo ela enfrentou os ónibus da Visma comigo, aos sábados e segundas entre São Miguel e Itapetininga. Após São Paulo, por uns tempos. Posso até dizer que essa malinha trouxe a Edna até mim. Ela ficou com dozinho daquele careca, carregando-a e ficou pensando aonde ele iria; tempos depois aconteceu o namoro, tchu tcha...
Sem eu saber, essa se foi. Outras vieram e quando casei, comprei duas, uma para cada um de nós, deve ter uma delas por aí, na minha casa. Esse enjoamento piorou, nesses quinze anos de ida e volta a Piracicaba, a ponto de notarem, mas não sou só eu. Só ir ao Google e ver mais de cinquenta e nove milhões e setecentos mil resultados para malas, incluindo aí os malas de verdade. Tem até gente que ensina a fazer as malas. Eu nunca aprendi, sou refém delas e sempre coloco mais do que preciso. Tem roupa que já viajou infindáveis quilómetros.
Uma mala me irritou mais, quando anos atrás saí correndo da fábrica para São Paulo e pela metade do caminho descobri tê-la esquecido no íbis Hotel. Toca voltar, tive vontade de jogá-la pela janela do terceiro andar. Essas de rodinhas cansam também, basta um pouco mais de coisas e elas caem para frente. Sem rodinhas também não dá, não tenho mais forças para carregar malas no lombo, só mochila e olha lá.
É bonito ver a quantidade de malas pelas imagens da internet, uma profusão, tipos, cores, estampas. Hoje, um campeão das estampas é o artista Romero Brito, as malas dele, todas multicoloridas aparecem, aparecem, até saírem de moda. Para mim, não. Fui comprar uma e, ao chegar perto, desisti; muito assim, sabe... Cada um e o seu tipo de mala. O que não me aparece é uma mala de dinheiro, só cheia de problemas. Outro dia até encontrei um mala de um tamanduá, quase me colocou no porta-malas. Sujeito mala sempre aparece, até mala sem alça; isso quando não me transformo numa. Não deve ser fácil me carregar, não precisam falar, nem comentar...
A história da mala de viagem pode estar associada à época dos nómades, quando os homens transitavam pelo mundo sem rumo certo. Se a história da humanidade fosse recontada por meio das malas, talvez fosse possível conhecer mais cada personagem. Isso está numa das páginas, que faz alusão aos baús, aos caixotes, aos fardos, até a maleta do agente zero zero sete, sempre cheia de surpresas e que virou febre nos anos sessenta e setenta, até hoje com algumas variantes. Nos esportes o homem da mala preta é famoso e decide campeonatos.
Todo mundo precisa de uma mala, ela transgride conceitos e se adapta aos padrões sociais; tem até marca objeto de desejos, caríssima por sinal. No meu caso, ela precisa cumprir sua função, que é guardar minhas coisas e se ajeitar direitinho no porta-malas, independente do valor que paguei ou onde comprei. Ah, enjoo também daquelas malinhas pequenas, que viajam dentro da malona, de nome pomposo - nécessaire. Falo depois e neste treze de dez de treze, domingo mais tarde farei a mala da semana, com o mesmo detalhamento de sempre, que não quer dizer nada, só o mala fazendo a mala.
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