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Artigos-->A PERNICIOSIDADE DA INFLUÊNCIA -- 01/09/2003 - 11:24 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A PERNICIOSIDADE DA INFLUÊNCIA



Francisco Miguel de Moura*



“Não existe influência boa, toda influência é imoral...”

Oscar Wilde

Há um princípio básico que norteia todas os viventes e seres da natureza. Claramente fala-se nos seres vivos. Todos estão profundamente sujeitos a ela. As regras que a sociedade nos impinge são superficiais, como a tinta que o tempo apaga. Os cientistas, médicos e psiquiatras especialmente, dizem que não devemos brincar com a natureza: ela fala mais alto.

Outro ponto pacífico é que a natureza gosta da diversidade. Seus seres, desde o vírus, ao elefante, inclusive e principalmente o homem, são diferentes. A questão da espécie é apenas aproximante e para estudo. A diferença é a lei da natureza. Assim é que, em todas as atividades, o homem tem mostrado sua marca. É o sinal da individualidade.

Daí, porque, Wilde, na sua irreverência, diz-nos como que complementando: “Influenciar uma pessoa é transmitir-lhe a nossa própria alma. Ela já não pensa com seus pensamentos naturais, nem arde com suas paixões naturais. As suas virtudes não são reais para ela. Os seus pecados, se é que existem pecados, são emprestados. Ela se converte em eco de uma música alheia, em ator de um papel que não foi escrito para ela. A finalidade da vida é o desenvolvimento próprio.”

Como arte vem da vida e, se verdadeira, é vital também, não há como elogiar a semelhança. Muito melhor ficar com as diferenças. Já dizia um célebre autor francês que “o estilo é o homem.” Assim, o escritor, pintor, músico, poeta, todos os artistas têm que ter estilo próprio, ritmo próprio, nada de ficarem imitando. Imitar é apenas o começo. Depois, o honesto é ser único, original. Há algum tempo, o plágio e as semelhanças muito perigosas eram reprováveis, o primeiro considerado um crime.

Minha condenação às “panelinhas”, no caso da literaatura, é que seus membros terminam por não trazerem nenhuma contribuição importante, em vista mesmo da submissão ao guru (chefe). De que adianta um escritor hoje imitar Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Fernando Pessoa ou Augusto dos Anjos? Ou Da Costa e Silva, Celso Pinheiro, Dobal, Torquato Neto, no caso piauiense? No momento atual da literatura, há falta de gente disposta a ser singular, salvo as bem raras exceções. Torquato Neto o foi, morreu novo, pouca produção deixou, mas dá para identificar seu estilo. E os que o seguem religiosamente, que me dizem? Nada. Torquato Neto é o poeta de Teresina. Há outro? Os demais fazem versinhos à “Cidade Verde”. Mas o poeta da “Cidade Verde” é ele. Que poetas o influenciaram? Se os teve, abandonou-os, tornando-se um original letrista na “Tropicália”, o último movimento poético-literário do nosso conhecimento, com abrangência de Brasil. O resto é o resto.

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*Francisco Miguel de Moura é escritor.

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