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cronicas-->Iaiá, cadê o vaso? -- 05/10/2013 - 17:38 (Brazílio) |
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Lindo sucesso carnavalesco de muitas décadas que, creio, seja do Ataulpho Alves. Se não
for, paciência, não há de perder a beleza. Mas não é de vaso que pretendo falar, muito
embora a Iaiá desta estória fosse uma flor. E não dessas comuns que vemos todos os dias.
Rara e delicada, antes de mais nada.
Iaiá chamava-se mesmo Lizaura. E não seria então de estranhar que tivesse irmãs
denominadas América e Ofélia. E pode ser até que cantasse, feito um rouxinol, mas não
peguei esse fase, se é que houve. Terá cantado canções de ninar pra sua Neném, como
convém, mas não é de meu tempo também.
O que alcancei, foi sua fase falante, que bem guardei. Era compassada e aveludada a sua
voz, refletindo uma educação carinhosa e esmerada tivera naquelas Gerais de que não se
ouve mais. Arrematava suas frases, geralmente perguntas, com um "não sabe"? que nunca
mais ouvi doutra fonte.
Fredo, o marido, provinha de uma numerosa prole onde era o caçula dos homens. Bonitão
e folgazão, há de ter sido sua vera paixão. Era maquinista da Central do Brasil, admirador
da cidade maravilhosa, de uma cachaça e do infalível rapé, que oferecia generosamente aos
visitantes, adultos e meninos. Tendo vindo do campo pra cidade, nunca deixou esmorecer
o espírito, aprendendo com entusiasmo nas leituras e conversas o que não alcançara nos
livros. Era fã da geografia, dos conhecimentos gerais - e de um bom queijo, senão a gente
não acaba mais.
E a casa deles era um brinco de limpeza e cuidados, o que não impedia a cachorrinha
pequinesa de ali reinar com toda sua realeza. Espaço mais confinado era ao louro reservado,
mas que é de que ele ficasse calado?
Hora da macarronada praquela cambada de visitantes, não sabe? |
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