Como os pés calcitram!...
Insistem no rumo que não possibilitará
a visão de alguém que palpita o coração!
Pés confitentes!...
Vão arrastando estrada afora e
deixam sinais que me situam a despeito da fuga!
Tento fugir de mim nestes momentos
que sou inteiramente você!
Às vezes,
eles nem sustentam o corpo,
mas os joelhos gritam quando se cansam e
o ecoar do grito puro de dor
declara fim ao caminhar!...
Não posso sustentar os olhos por
muito tempo sem ver seu rosto!
Também não posso assegurar que todo
esse esforço terá valido as dores dos pés,
dos joelhos,
dos olhos,
do coração e
da minha alma!...
Os rastros deixados não consignam nada,
apenas existem e
me localizam,
mas as suas pegadas calabrearam meu
peito com sinais que estão sempre invocando a solidão!...
Invulgar é este amor!...
Sem amarras e,
mesmo assim,
consegue me prender!
Informe!...
Mas tem a caricatura da dor que assume a imagem de pranto,
de desdita,
de colimação... nem os olhares se encontram!
Pés,
mãos,
coração,
alma...
todos no chão!
Pisados e
esquecidos na escuridão do seu peito!
©Balsa Melo
29.12.06
Paraíba
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