Rolou algumas conversas sobre pamonha, depois da crónica anterior. Fui cobrado por ter esquecido de mencionar uma foto de um dispositivo de venda automática de pamonhas, no Mercado de Uberaba, Minas. Era da Pamonharia Dona Marta, só pagar e pegar uma ou umas. Fui ver sobre essa pamonharia e só encontrei que ela fica no bairro Mercês, descobri mais três lojas ou fábricas: Coelho, da Roça e Dona Júlia. Não se avexe, passando por Uberaba e tendo vontade, só procurar...
Pamonha, pamonha gostosa é de São Miguel Arcanjo, feita lá no sítio! A Camila defendendo as nossas cores e o sítio deve ser do sogro dela, o Carlão. Concordo, deve ser uma delícia mesmo. Memória olfativa e gustativa tenho da pamonha que a Dona Cida fazia, com ajuda das vizinhas, lá na nossa casa, ao lado da subestação, ou como o Suzé chama, na Vila Sapo. Milho verde era da nossa própria plantação, aquelas de fundo de quintal. Minha mãe plantava o milho e lembro-me de ter que limpar o meio, tirar as ervas daninhas e puxar terra nos pés. Era muito boa, tinha curau também e, me parece, muita onda naquela tarde de colheita e manuseio das espigas.
Oi Shirley, já comeu pamonha? Aqui em Piracicaba não, por incrível que pareça. Só no Rancho da Pamonha, na Anhanguera perto do Pico do Jaraguá, em São Paulo. Eu gosto mesmo é de curau e dizem que a pamonha vem mesmo é de Charqueada. Dei risada e pedi para ela ler a crónica no Usina. Seguimos a vida. Por falar em Rancho, são aqueles que têm por aí, nas estradas, vendendo produtos de milho verde. Se não me engano, tinha até uma rede e o dono dela virou deputado e até prefeito, lá da sua cidade. Na Castelo Branco, tem o Castelinho da Pamonha e no YouTube tem uma família reclamando da pior pamonha do mundo, requentada e cheia de fubá.
Não posso esquecer-me de citar a pamonha que comi alguns quilómetros perto de Goiània, salgada e com calabresa. Até o Zezé de Camargo ensinou a receita, no Programa da Ana Maria; o sertanejo deu o passo a passo. Tem mais receitas de pamonhas: Assada, de Sal, com Azeite de Oliva, Grelhada, Goiana Salgada com Queijo, Bolo de Pamonha e até de Milho do Globo Rural, fora a Deliciosa. Comi a esquecida pamonha, numa pamonharia de beira de estrada, voltando para Minas. Parecia, na verdade, uma lanchonete das nossas, só substituindo o pão pela pamonha e aí pedir normal: xis-salada, queijo, mista, com carne; calabresa, a de mais saída. Confesso que comi só a calabresa.
Voltando para Piracicaba, não mencionei a Ana na crónica anterior, por ela estar de férias e sendo ela de Tanquinho, nada mais correto que colocar o comentário dela no Usina: "Jairo, sou de Tanquinho, lá está sendo construída uma fábrica de pamonha moderna. Já tem equipamentos como a despolpadeira, envasadora, dosadora, entre outros, capaz de produzir duzentos e cinquenta pamonhas a cada hora, idealizada pelo Bertinho, diretor do Centro Rural e pesquisador da ESALQ/USP. Com esta fábrica, a pamonha deixa de ser produzida artesanalmente e passa a ser uma linha industrial. Quando os funcionários estiverem contratados e as máquinas operando, a planta pode produzir diariamente até seis mil pamonhas e neste ano a fábrica já produziu para a Festa do Milho".
Inhóo, viu, ontem fiquei lendo a crónica; eu me lembro das pessoas que vinham antigamente vender pamonhas, era de Piracicaba mesmo. Depois não vieram mais, parece que andaram trazendo umas coisas estranhas... Mãe, não me lembro não, já estava fora. Depois falamos do que já disse acima e neste domingo, quinze de nove de treze, vamos torcer para Piracicaba recuperar o que já foi dela, com a nova fábrica de Tanquinho, é o puro creme do milho!
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