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cronicas-->Pé direito -- 04/03/2000 - 18:28 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como todos sabem, a expressão "pé direito" designa a distància entre o teto e o piso. Nestes dias de discussão de tetos, pisos, salários, cestas, já não se sabe mais o que é realidade, o que é metáfora e o que é gozação. A cesta básica nasceu como uma figura de linguagem depois chegou aos supermercados, mas nunca em cestas. Me acostumei com algumas "caixas básicas" e há alguns dias as vi em sacos plásticos, imagino que a bem da transparência, tão em moda. Já o salário mínimo está mais para gozação, um chiste deste povo brincalhão que diz que o tal salário poderia suprir as necessidades de alguém. Os nomes estão errados e fica tudo muito confuso. O salário por exemplo, é ínfimo e não mínimo.

Já o auxílio moradia está certo, embora incompreendido. Ninguém entendeu que o problema é o teto. Por isso concederam uma solução temporária até que o teto definitivo fosse estabelecido. Parece justo. Se não há teto, há que haver um auxílio moradia. Mas o povo não entende e fica reclamando sem motivo.

Quem diria, calhou de ter que se discutir o teto e o piso na mesma época. Pé direito grande só tem sentido em palácios e catedrais. No dia a dia, ele vem diminuindo a bem do custo e da facilidade de construção. A questão não é propriamente baixar o teto. Antes disto, muito mais interessante é aumentar o piso. Se no teto, um aumento significa alívio ou folga adicional, no piso é questão de sobrevivência. Melhor dito, seria. Na realidade, quem ganha salário mínimo em um lugar há de buscar complementação em outro, ainda que seja na nobre tarefa de guardar automóveis nas ruas. O pé direito salarial hoje é da ordem de 90 vezes, tendendo a 60 se adotarem o tal salário de cem dólares, em números redondos como se diz. Na realidade se o mínimo não fosse ínfimo o ponto de vista de que são coisas separadas poderia merecer algum crédito. Na situação atual, a mistura dos temas parece oportuna.

Como nas liminares, não vou entrar no mérito do teto. A questão é ter coragem de fixar para o povo um piso de 180 e simultaneamente defender para si um teto de 11.500, pé direito de 63. Isto já foi feito muitas vezes, e há otimistas achando que toda esta discussão é boa, pois alguma melhoria haverá de ocorrer. Vale lembrar que já se falou em 7%, o que deixaria o mínimo em 145 e o pé direito em 79. Pelo que se lê nos jornais, a primeira parte já foi feita.

Resta saber se farão a segunda, ou se alguma razão de estado será invocada para evitá-la



Escrito em 03.03.2000
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