LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Cronicas-->Crónica da Cingapura IV -- 30/08/2013 - 06:53 (Brazílio) |
|
|
| |
Se maio nos trouxe eventos de sobra, com os ventos juninos, pelo jeito, a coisa dobra. E,
nem portanto se arremata a obra ou se mata a cobra, enquanto vão se erguendo em legião
mastros para se homenagear o Santo da devoção. Só a Copa, que a tanta gente dopa, vai
consumir o mês inteiro, até o seu dia derradeiro. E por segurança - abaixo a França! - o
que parece ser o lado confortante nessa história é saber que atrás da eventual saída
inglória, o consolo poderá ser encontrado junto a outras 30 nações que, na trilha do
campeão, terão ilustrado a figuração. E vamos nos preparar para torcer e nos contorcer.
Como dizia Jules Rimet, o criador desse torneio, o importante é competir. Desde que ao
final da campanha, a gente é que beba a champanha. Ou o champagne, como diria - e tal
qual bebia - o próprio Charlemagne. Cabe aqui até fazer uma adaptação, de ocasião,
à quele velho ditado, provavelmente de Ibrahim Sued: Pra quê deixar pra amanhã, se pode
beber hoje o champã? Bem, pelo menos teremos uma Santa nova - e nossa - a invocar a
proteção, ainda que alguma gente, mesmo crente, a capetice do Romário preferisse. E já
não taí quem o disse... Mas vamos ao fato: no dia 21/05, foi finalmente trazida ao lume
essa boa-nova, em concorrida e seletíssima cerimónia no Vaticano. Presentes, o Papa,
nosso Presidente, e tanto bom cristão à Deus temente. E se anunciou solenemente: a Santa
de Santa Catarina. De cristã, Madre Paulina. Amabile, quando menina. E Nova Trento,
SC, onde boa parte da vida ela passou, se regozijou. A ponto até que se exagerou. A
cidade não estava preparada para o súbito influxo de fama e de turismo de acesa flama.
Lojas, casas, lotes, velas e favelas, tudo de repente se valorizou. Na falta de efígies da
nova Santinha, tinha gente vendendo até estatuetas de Santa Rita de Cássia. Mas é a velha
história: na falta da Vera Santita, cássia-se mesmo com a Rita. E foi o que o candidato da
coligação situacionista fez: numa situação quase aflita, escolheu também uma Rita,
capixaba e muito catita, apostando que a partir de agora seus índices apontem rápido
crescimento, feito massa com fermento. E a Rita já provou ser boa de Càmara e de
Camata. Daí, a rationale dos sábios e infalíveis marqueteiros é de que quando a mulher
mete a colher, faz a massa subir como quer. E parece até que todos os outros candidatos já
estejam de olho numa chapa de chapa. Para Vice, é o que se disse, já que uma
Presidência, aí levantam o facho: ainda seja coisa pra macho. Diacho? Enquanto isso,
devem pulular mil idéias para se saber quem será a eleita de Enéias. Faço uma
observação quiçá sem muito sentido, que irá logo cair no olvido, mas dou meu dever por
cumprido: para ter uma melhor penetração junto ao eleitorado feminino (que responde por
53% do total) sou mais uma Ró-Ró. Aquela sim, além de alucinar a alma feminina, pode
ser encontrada no bar da esquina, a voz não afina e está pronta para cantar de galo,
tomando pelo gargalo. De mais, tarimba ao microfone tem mais. Mas, em meio à guerra,
faria subir Serra? Ou aí a coisa emperra? Vamos à arte, que há por toda parte: a Primeira >
Ministra da Nova Zelàndia, Helen Clark, anda à s voltas com a acusação de que teria
assinado quadros que não pintou. Só para dar um impulso à obra de novos artistas, ou para
satisfazer um ego, pego com a mão na massa. Pintou ou não pintou, Helen parece ter feito
arte. E arte foi por água abaixo, em Mulhouse, na França. O jovem Stéphane Breitwieser,
doublê de garçom e de clepto em mansões chiques da Europa chegou a amealhar raras e
caras obras de arte no valor estimado de US$ 1,4 bilhão, mas nada pode vender - para não
chamar a atenção da polícia. Quando o cerco foi apertando, sua maman, apavorada, jogou
quase tudo num canal. Águas de maio? Afago pro filhote, afogo pro dote. E os cientistas
continuam a fazer das suas. Dia desses o Straits Times trouxe a imagem de um galo rubro
como um pimentão e totalmente depenado. Resultado da manipulação genética, dizem os
sábios, que nesse caso teria o efeito prático de dispensar o trabalhoso "depeno". Mas dá
pena olhar para aquela ave, e creio que até as galinhas, assustadas com aquela
vermelhidão, perderiam a motivação à reprodução. E, no entanto, posso estar totalmente
enganado. De toda forma, imagino: fosse só um pintinho pelado, seria até bonitinho. Mas
quando cresce... façamos aqui uma prece. E ao que parece, nem mesmo reza brava para
acabar com as bravatices e sandices dos governantes da índia e do Paquistão. O objeto do
desejo é a Cachemira, de que cada um ocupa a metade, sem querer saber se aquele sofrido
povo não merece sua própria liberdade. Como ambos os países acabam de ingressar na
era nuclear, afia-se a retórica da vitória decisiva, enquanto a fronteira que os divide vai
sendo ocupada por tropas e mais tropas. E enquanto não se aperta de cá ou de lá o fatal
botão, os civis
é que sofrendo vão. Em vão. |
|