Direitos Científicos do Espiritismo
Rudy César Facci
Não há dúvidas de que a ciência espírita prestará grandes serviços à Humanidade, através da pesquisa científica.
Com certeza, no 3o. milênio, muitos dos problemas cruciais das pessoas serão resolvidos, através da ciência espírita, que tem por objeto a relação entre os espíritos desencarnados e os homens, envolvendo espaço e tempo.
Por estas e outras razões, as perguntas e as curiosidades científicas, dentro da Doutrina Espírita, devem ser, sempre, incentivadas e discutidas; todos os trabalhos de pesquisa realizados, no Centro Espírita, terão resultados benéficos, no seu devido tempo (pensar o contrário seria subestimar Deus). Daí a responsabilidade, frente às pesquisas científicas, por menor importância que possam aparentar.
Entretanto, a fim de que a ciência possa ser enquadrada como espírita, alguns requisitos são necessários: 1) – a pesquisa científica, dentro do Centro, necessita da orientação dos espíritos desencarnados e de elevado senso moral; 2) – a ciência espírita deve ter uma linguagem elíptica, devendo ser feita pela realidade e não por conceitos; 3) – os médiuns pesquisadores não devem permanecer na superficialidade dos fenômenos, mas sim procurar as causas e as conseqüências da pesquisa, sob pena de terem, em suas mãos, um trabalho estéril, em termos de Doutrina Espírita; 4) – os médiuns pesquisadores devem por em prática, por si próprios, as lições morais de suas pesquisas, pois o exemplo sensibiliza mais do que as palavras; 5) – os médiuns pesquisadores devem evitar o personalismo, que ativa a vaidade e impede a humildade.
Cumpridos estes requisitos, pode-se praticar a ciência espírita, sem receio; pode-se imaginar uma universidade, verdadeiramente espírita, para os anos bem distantes; pois “há tanta ciência, na prece e na inspiração, como na máquina locomotora e no microscópio” (B.C. Mittra, 1879).
O estudo da ciência espírita engloba a leitura do mundo, a leitura das obras de Kardec, a vivência de “O evangelho Segundo o Espiritismo”, o autocredenciamento dos médiuns, perante a Espiritualidade, o conhecimento das ciências acadêmicas, no sentido de ver o meio como um todo.
Os fenômenos espíritas, como as manifestações, visões, desdobramentos, psicografias, etc., deixarão de ser curiosidades, deixarão de ser necessários para se acreditar na existência de um poli-sistema espiritual, mas serão objetos de estudos científicos, como já o são em alguns Centros Espíritas, pois “a dignidade do Centro Espírita está na pesquisa”. (Antonio Grimm, Espírito manifestante, SBEE). A ciência espírita utiliza, principalmente, o método indutivo, sem relegar os instrumentos e a metodologia científica, tais como a Estatística, a matemática, a Física Quântica, a Medicina, que estão comprovando, dia a dia, as afirmações dos espíritos desencarnados. A metodologia varia, com o tempo, mas a ciência, em si, é imutável.
Tomando, como exemplo, a ciência médica: Os Espíritos trazem mensagem de uma medicina oficial, acadêmica, científica e voltada, principalmente, para uma cultura médica (massa crítica). Esta cultura médica grava, na memória (Espírito encarnado), alguns conhecimentos médicos básicos, como a higiene, o uso de ervas medicinais, etc., o que vai permitir, nas futuras encarnações, que o homem se lembre destes conhecimentos adquiridos, beneficiando os outros e a si próprio, somado a uma ideoplastia geral de cultura médica.
O crês, na ciência espírita, está potencializado pela razão crítica, e, portanto, fé pressupõe conhecimento.
Conhecimento é o alimento do espírito encarnado. “Quem não se convencer pela razão, não se convencerá pela visão” (Allan Kardec).
Assim, através da pesquisa científica, poderá o Espiritismo cumprir a tarefa de unificar ciência, filosofia e religião.
Jornal da SEEB – Curitiba-PR
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