Paraiso ameaçado Maine Vallery
Querido Gabriel,por favor não me peça para fazer os tais de resumo do ano,esse que toda mídia tem a mania de publicar.A impressão que dá é que andaram todo ano procurando um gato preto,em um quarto escuro,de olhos vendados.E agora,no final do ano querem encontrar! Por favor,assim não dá...como não fazem mais pauta,fazem balanço.Isto é comercio?,Gabriel,que jornalismo amigo.Este desabafo deve ser para comemorar,hoje,os 41 anos de profissão,que se mantem nos dogmas originais graças a tantos,especialmente a ti.
Mas quando falei no título em Paraíso Ameaçado é porque li o Fim do Estado,escrito por Kenechi Olimar e me impressinou sua expressão que “os cidadãos bem informados de um mercado global não esperarão passivamente até que os Estados-Nação ou os projetos culturais tragam melhorias tangíveis aos estilos de vida.Eles não confiam em que esses sejam capazes de faze-lo! Pelo contrário,desejam construir seu próprio futuro,para si mesmos e por si mesmos.eles querem seus próprios meios de acesso direto ao que se tornou uma economia genuinamente global”.
Que tal? Acho que o uso da Internet passa por este pensamento.As pessoas já não acreditam no Estado,como acreditavam no Rei,não há mais rei...É isto,não é?
E como estamos naquele “cada um na sua e Deus em todos”,encerro meu recado de hoje Gabriel,reproduzindo um poema de Sergio Antunes que publiquei no meu livro Gabriel e Mazarine*”:Promessas
Para o Ano Que Vem”
No ano que vem
vou fazer um check-up,
reformar meus ternos,
vou trocar m4eus móveis,
viajar no inverno,
como convem.
No ano que vem
vou me fantasiar,
desfilar na avenida,
decorar samba-enredo,
vou mudar minha vida,
como convem.
No ano que vem
faço vestibular,
vou tocar clarineta,
aprender a dançar valsa,
fox-trote ou salsa,
como convem.
E vou me converter
no ano que vem,
registrar escritura,
vou pagar a pronessa
e andar mais depressa,
como convem
No ano que vem
vou cuidar dos meus dentes
visitar os parentes
vou limpar o porão
vou casarna Igreja,
como convem
No ano que vem
vou soltar biuscapé,
empinar papagaio
vou comer manga-espada,
e sentar na calçada,
até
No ano que vem
vou pagar minhas dívidas,
apagar minhas dúvidas,
e trocar meu carro
e largar o cigarro,
como convem.
No ano que vem
vou fazer regime
e vou mudar de time
viajar pela França
e estudar esperanto.
como convem .
Vou plantar uma rosa
no ano que vem
e escrever um romance
e fazer exercícios,desde o início,
como convem .
E entrar para a política
e me candidatar,
no ano que vem,
fazer revolução,
lutar na Nicarágua,
por que não?
E fazer uma plástica,
no ano que vem
e ficar destemido,
decorar um poema
e escrever para você,
como convem.
Se não der certo,
no entanto,
neste ano que vem,
vou deixar de cobrança
do que fiz e não fiz.
neste ano que vem
quero,como convem,
Ser,apenas feliz.
A ti,Gabriel,e a todos os meus leitores o desejo que sejam apenas FELIZES.
*Gabriel e Mazarine foi editado pela Editora Papel Virtual,do Rio de Janeiro
Paraiso ameaçado Maine Vallery
Querido Gabriel,por favor não me peça para fazer os tais de resumo do ano,esse que toda mídia tem a mania de publicar.A impressão que dá é que andaram todo ano procurando um gato preto,em um quarto escuro,de olhos vendados.E agora,no final do ano querem encontrar! Por favor,assim não dá...como não fazem mais pauta,fazem balanço.Isto é comercio?,Gabriel,que jornalismo amigo.Este desabafo deve ser para comemorar,hoje,os 41 anos de profissão,que se mantem nos dogmas originais graças a tantos,especialmente a ti.
Mas quando falei no título em Paraíso Ameaçado é porque li o Fim do Estado,escrito por Kenechi Olimar e me impressinou sua expressão que “os cidadãos bem informados de um mercado global não esperarão passivamente até que os Estados-Nação ou os projetos culturais tragam melhorias tangíveis aos estilos de vida.Eles não confiam em que esses sejam capazes de faze-lo! Pelo contrário,desejam construir seu próprio futuro,para si mesmos e por si mesmos.eles querem seus próprios meios de acesso direto ao que se tornou uma economia genuinamente global”.
Que tal? Acho que o uso da Internet passa por este pensamento.As pessoas já não acreditam no Estado,como acreditavam no Rei,não há mais rei...É isto,não é?
E como estamos naquele “cada um na sua e Deus em todos”,encerro meu recado de hoje Gabriel,reproduzindo um poema de Sergio Antunes que publiquei no meu livro Gabriel e Mazarine*”:Promessas
Para o Ano Que Vem”
No ano que vem
vou fazer um check-up,
reformar meus ternos,
vou trocar m4eus móveis,
viajar no inverno,
como convem.
No ano que vem
vou me fantasiar,
desfilar na avenida,
decorar samba-enredo,
vou mudar minha vida,
como convem.
No ano que vem
faço vestibular,
vou tocar clarineta,
aprender a dançar valsa,
fox-trote ou salsa,
como convem.
E vou me converter
no ano que vem,
registrar escritura,
vou pagar a pronessa
e andar mais depressa,
como convem
No ano que vem
vou cuidar dos meus dentes
visitar os parentes
vou limpar o porão
vou casarna Igreja,
como convem
No ano que vem
vou soltar biuscapé,
empinar papagaio
vou comer manga-espada,
e sentar na calçada,
até
No ano que vem
vou pagar minhas dívidas,
apagar minhas dúvidas,
e trocar meu carro
e largar o cigarro,
como convem.
No ano que vem
vou fazer regime
e vou mudar de time
viajar pela França
e estudar esperanto.
como convem .
Vou plantar uma rosa
no ano que vem
e escrever um romance
e fazer exercícios,desde o início,
como convem .
E entrar para a política
e me candidatar,
no ano que vem,
fazer revolução,
lutar na Nicarágua,
por que não?
E fazer uma plástica,
no ano que vem
e ficar destemido,
decorar um poema
e escrever para você,
como convem.
Se não der certo,
no entanto,
neste ano que vem,
vou deixar de cobrança
do que fiz e não fiz.
neste ano que vem
quero,como convem,
Ser,apenas feliz.
A ti,Gabriel,e a todos os meus leitores o desejo que sejam apenas FELIZES.
*Gabriel e Mazarine foi editado pela Editora Papel Virtual,do Rio de Janeiro
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