Lá estão os minúsculos estafermos, ao redor das mesas onde o mundo é servido como refeição habitual. Amam discursar, apenas para ouvir o desagradável som das próprias vozes. Nada decidem, nada pensam, nada criam, repetem...
Movimentam-se quando os cordéis que animam seus corpos são puxados e distendidos. Flébeis marionetes...
E como gostam dos próprios discursos!
Parecem acreditar no que dizem.
Quem realmente decide está adiante dos fatos,
cuidadosamente preparados na obscuridade.
É comum ver os fantoches reunidos, simulando concluir alguma negociação. Grandes farsas as assembléias onde são discutidos os problemas mais graves da humanidade.
São rigorosamente as mesmas farsas ou comédias de uma convenção de condôminos, de um clube esportivo, de um grupo de excursionistas, qualquer que seja o número de participantes e espectadores.
Nada melhor que criar comissões, convocar especialistas, promover debates, quando, com efeito, não se deseja chegar a lugar algum.
Nada melhor que uma assembléia para nada resolver.
A vida de milhares de pessoas é influenciada pelos donos dos teatros de bonecos. Os bonifrates fingem ditar regras. Aos demais cabe apenas seguí-las, sem investigar-lhes a procedência.
Os mamulengos, porém, insistem na banalidade de seus discursos e encenações.
Ao termo deste escrito, vejo um maravilhoso sabiá pousado em minha janela.
Seja muito bem vindo!
É imediato recordar as passagens do versículo: “olhai os lírios do campo..., olhai as aves do céu”...
Aos títeres o que lhes é próprio: oxímoros e mentiras milenares...
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