Andando por entre as luminárias que tingem de luz a vegetação da Esplanada dos Ministérios, encontrei Mário Flenning, ideólogo e desconhecido nacionalista, que, impressionado com a potência dos refletores discordava na necessidade de APAGÕES.
- Que apagões, que nada! gritou ele. - O Brasil precisa é de técnico. Do jeito que a coisa anda, nós vamos ficar na lanterna.
- Mil perdões, Mário... - intervi, fazendo uso da pouca cultura futebolística. - O Brasil ainda possui o melhor escrete do mundo!
- Você está certo dessa afirmação?
- Não estou bem certo.
- Então pense nisso, meu caro: se fosse sociólogo, e soubesse contar nos dedos, poderia me dizer porque vendemos 02 RONALDINHO, 1 Roberto Carlos, 1 Erasmo Carlos? Sem falar no Dida, que era preto, mas brilhava debaixo dos três paus.
- Ora, Mário! Nós já temos outra leva de craques que valem mais que esses outros!
- Tem certeza? Analise comigo: nós vendemos porque o FMI mandou... Vendemos para pagar a dívida... E vendemos para fazer investimento no social. Correto?
- Correto! Mas onde você quer chegar?
- Qual é nossa situação, meu caro?
- Imagino que está ótima, o Presidente só vive viajando.
- E está ótima para os credores. A dívida aumentou, o dinheiro sumiu, e o credor quer que vendamos nossos craques mirins.
- Vamos ter que vender nossos pivetes?
- Claro! E posso informar que também teremos vender um pedaço da Amazónia.
- A Amazónia! Tem certeza?
- Tenho. Como também tenho certeza que somente depois de tudo vendido, é que vão se dar conta que o dinheiro não foi suficiente para pagar a bendita dívida.
- E aí, o que faremos?
- O de sempre, ora. Nada!
- Só mais uma pergunta, Mário: E se faltar luz nos estádios?
- Bom, se faltar... Aí o bicho pega!
|