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Infantil-->FÓRMULA MÁGICA (breve homenagem a MARIA CLARA MACHADO) -- 09/06/2001 - 19:00 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dentre todas as lembranças que trago da minha infância, ocupam lugar de destaque as encenações do Grupo de Teatro do SESI, de Sorocaba, no antigo prédio da Ação Católica, ao lado da Catedral.

Nunca, por nada nesse mundo, eu perdia uma só das oito noites que compunham a temporada de cada peça. Dentre os tantos cacoetes maravilhosos, circenses, que repetíamos depois infinitamente, como se fôssemos os fantasmas de "Pluft, o fantasminha" ou mesmo personagens de algumas peças para adultos que mal entendíamos, mas depois interpretávamos à nossa maneira. De uma outra peça, cujo título me foge à memória, ficou a imagem de um marinheiro, disso me lembro. Como esquecer a perna-de-pau e a venda num dos olhos? Ficaram falas desconexas. Guardávamos algumas delas, os bordões, as mais expressivas. Retínhamos o necessário alimento para as outras muitas histórias que povoavam nossos brinquedos. Ficou, de todas as falas, uma fórmula mágica que transcrevo abaixo. Ei-la, transcrita agora com a mesma emoção que nos fez, crianças, aprendê-la de memória e repeti-la muitas vezes ao longo da infância, para que o leitor também, quando quiser revisitar a sua, possa tornar a recitá-la. Posso garantir que é infalível. Para mim, para nós, sempre funcionou. Uma fórmula, um abracadabra, um sortilégio, nonsense, mantra dadá, um encantamento como todos os outros, maravilhosos, que, em nome da imaginação das crianças de antes e de sempre, em sua encantada passagem pela terra, a escritora e mulher de teatro MARIA CLARA MACHADO perpetrou:

"malacafum malacafum clincóide
chiribitu, chiribiti, magá
tum zaravai otim maratum dispim
o requequé o requequé
o rinhanhão o rinhanhã
pingolim pim pim"

Uma homenagem a ela. E não apenas porque tenha acabado de deixar este mundo das pessoas que se mexem em carne e osso. Mas porque viveu como viveu, deixando-no o que nos deixou, encantamentos, e como nos deixou, encantados.

Estará, por certo, rodeada de outros espíritos elevados, aquele mesmo mundo que arremedávamos, nós, os atores do Grupo de Teatro do SESI e o seu público fiel de espectadores-crianças, um mundo de roupas brancas, de transparências, de falas vindas como que de um outro plano, puro e diáfano, onde ela agora certamente passeia como quem acaba de regressar à casa.

Por tudo e para sempre, MARIA CLARA MACHADO.

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