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Artigos-->O Tumor Maligno da Incompetência -- 26/08/2003 - 11:01 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Tumor Maligno da Incompetência

(Domingos Oliveira Medeiros)



Há tempos que nossos governantes vêm priorizando o político-econômico, em detrimento do social e, por extensão, do administrativo.

Trocaram a Ciência da Administração pela Ciência Econômica; e todo o processo decisório nacional ficou a cargo dos economistas de plantão, para quem, infelizmente, o homem, vale dizer, o cidadão brasileiro, passou a ser mero detalhe, quando não empecilho, para os propósitos, não muito claros, daquilo que o atual governo cunhou como “o espetáculo do crescimento”.



Ajudado por grande parte da mídia, os índices econômicos, as variações cambiais e os “riscos” e “rabiscos” tomaram conta do noticiário. Tudo gira em torno de ganhos e perdas. De acumulação de capitais. Pouco se fala em investimentos produtivos; não se planeja; não se alinham diretrizes e objetivos. Não se fala em coordenação, supervisão, gerência, execução, fiscalização e controle. O improviso e as promessas têm sido a tônica do dia-a-dia. A utopia, regada por metáforas e parábolas, tornam os discursos enfadonhos, inconsistentes e incompreensíveis. Apela-se para a paciência, enquanto demoram na distribuição de caroços de feijão, restos de arroz e coisas do estilo, para quem não dispõem de água, de panelas e de tempo para cozinhar e prorrogar seu sofrimento.



Não é por outro motivo que os dois projetos de reforma, a da Previdência e a Tributária, a rigor, nada reformam. E por isso, conseguem desagradar a todos. Não passam de instrumentos para aumentar a obsessiva procura do governo em aumentar suas receitas.



Subtraem direitos, aumentam as dificuldades para a concessão de aposentadorias, aumentam a carga tributária, prorrogam contribuições provisórias, ao mesmo tempo em que omitem e distorcem os fatos, na tentativa de atingir seu desiderato.



Com o tempo, a falta de cuidado e o desinteresse com os aspectos e funções concernentes à Ciência da Administração - que coloca o homem no centro de todo projeto de desenvolvimento sustentado -, acabam por destruir o organismo social e a criar tumores malignos que se alastram, rapidamente, por todo o corpo social, a exemplo do que acontece, agora, com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), evidenciando a falta de cuidado com os aspectos preventivos de tão malfada doença.



O Inca, localizado na cidade do Rio de Janeiro, referência nacional em oncologia, está sendo, vergonhosamente, objeto de loteamento político de seus cargos de direção e assessoramento superior, a exemplo de todos os demais órgãos federais.



Política que este (des) governo está adotando, a nível nacional, partilhando cargos comissionados, entre os diversos representantes dos partidos políticos, com a finalidade única de conseguir apoio para suas - não menos -, malfadas reformas.



Não é preciso ser nenhum “expert” em Administração para ver que a simples substituição dos técnicos e especialistas do comando de uma instituição daquele porte, não pode se dar pela indicação política de pessoas sem o mínimo preparo e compromisso para com a saúde da população; nem com a própria imagem daquele Instituto, construída, ao longo dos anos, com competência e dedicação, por seus dedicados recursos humanos.



O corpo médico, numa rara demonstração de coragem, denunciou a falta de medicamentos fundamentais para o tratamento de seus pacientes; até medicamentos de pouca monta, como gases, esparadrapos e água destilada, foram objeto de reclamação. Além da redução do número de cirurgias, no pressuposto, quiçá, de economia de recursos, não se sabe com que finalidade.



Um verdadeiro descaso para com um Órgão que lida com doença incurável, à luz da ciência. Órgão, diga-se de passagem, que apesar das dificuldades, obriga-se a fornecer tratamento, na busca de eventual cura ou mesmo o necessário prolongamento de vidas humanas.



Claro que a indicação de um ou outro elemento, para compor a equipe de administração deste ou daquele Órgão, é até admissível: chefia de gabinete, secretária-executiva, por exemplo. Mas o propósito de loteamento de cargos, em todos os Órgãos, e a nível nacional, como quem distribui brindes ou bananas, em troca de apoio político, é altamente condenável.



O governo do PT está, efetivamente, dando mostras de incompetência, arrogância e autoritarismo. Está conseguindo mostrar o seu lado egoísta. De perpetuação no poder, sem estar preparado para tal.



Seria bom que todos os petistas, que estão no governo, fossem os primeiros a participar do Programa “Primeiro Emprego”, que, aliás, deveria trocar de nome para “Primeiro Governo”, tamanha a falta de experiência dessa equipe.



Desse jeito, não chegaremos a lugar nenhum. E pior: perderemos o bonde da história. E, em 2007, seremos um país mais pobre e miserável. Endividado e envergonhado. Perante o mundo. Sem esperanças. E com medo. Muito medo.





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